sexta-feira, 26 de agosto de 2016

1º Debate BAND para Prefeitura do Rio de Janeiro


Dia 23 começou a campanha eleitoral para os municípios e ontem, como de tradição, foi realizado o primeiro debate entre os candidatos a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro na TV Bandeirantes.

Apesar de ser um debate municipal, os assuntos relacionados ao processo de impedimento da presidente Dilma Roussef e ideológicos se tornaram o ponto negativo, pois foram feitas de ataques e ofensas entre os candidatos, tirando isso alguns e poucos pontos foram comentados pelos candidatos, sem comentar o ocorrido com Flávio Bolsonaro após passar mal no meio do debate e sobre o que ocorreu após com a Jandira Feghali ao tentar socorrer o candidato.

Mobilidade: É um dos grandes problemas da cidade do Rio de Janeiro e nos últimos anos pouco se mudou e muito se criou. A criação do VLT e do BRT pode até sido algo positivo, mas infelizmente não passa pela cidade toda e algumas regiões como nos bairros de Bangu, Realengo e Marechal Hermes não foram beneficiados e, além disso, algumas linhas de ônibus foram cortadas e reduzidas obrigando os usuários de utilizarem o BRT e maiorias das oportunidades pegam até três ônibus para chegaram no lugar desejado.

Algumas pautas foram comentadas, principalmente a polêmica envolvendo entre o táxi e o uber, além do transporte alternativo como as vans, que chegariam às comunidades mais distantes em integração ao BRT e a linhas ferroviárias como trem e metrô. Outra pauta citada foi a ampliação da Transbrasil, que ainda está em obra e a criação da transuburbana, ou seja, seguem na política de criação, mas não de melhoramento, assim como os problemas nas linhas de ônibus, que em alguns lugares estão em situações precárias, enquanto outras regiões tem uma estrutura superior como ônibus com Ar Condicionado. A mobilidade é muito importante para a cidade e não pode ser tratada como fonte de ganhar votos e dinheiro, como tem acontecido nos últimos anos.

Educação: A educação foi um dos temas menos debatidos, porém foram citados alguns temas como a contração de professores na educação especial onde pouquíssimos foram chamados do ultimo concurso e o horário de período integral, tão comentado pelo os candidatos. Outro fato citado, contratação de 15 mil professores,além da integração ao esporte e ao meio ambiente, fora isso, poucas pautas em relação a educação foram citadas.

Habitação: Muitos citaram o Porto Maravilha, alguns foram direto citandos que foi uma região criada para a especulação imobiliária. Outros citaram a importância de gerar moradias e empregos na região da Leopoldina, Avenida Brasil e na Zona Oeste para que a escolha seja das pessoas e não do mercado, além da melhoria nas comunidades mais carentes.

Segurança: Segurança foi a pauta mais comentada entre os candidatos e nas redes sociais, se tornando o tema principal no debate. Os candidatos falaram de como podem melhorar essa como armar a guarda municipal e o uso de pequenos delitos, não só como reepreção ao comércio informal que são os camelôs. Outros citaram em investir em educação para investir também na segurança e outros em criar uma parceria com outras forças de seguranças, além de melhorar a iluminação da cidade deixando as ruas mais seguras e cheias.

Colocadas essas observações sobre o pouco que se debateu de prático, vamos a análise de cada candidato.

Marcelo Crivella (PRB): Apesar de alguns ataques, Crivella focou em investir nas áreas mais pobres, convocar os professores na educação especial no ultimo concurso, integrar todas as forças de segurança, além de propor que a Guarda Municipal seja mais ativa em relação a pequenos delitos e não somente retirando mercadorias dos camelos, porém negou o uso de armas, como outros candidatos. Ele também rebateu os ataques e relembrou as eleições que foi derrotado pelo pezão, além de relembrar o escândalo da merenda na cidade.

Flávio Bolsonaro (PSC): Filho do presidenciável Jair Bolsonaro, o cândida participou somente da metade do debate até passar mal e ser retirado do debate, mas fez pouco no debate, falando apenas em armar a guarda municipal. A única parte positiva do candidato foi a legalização do UBER e sobre o transporte alternativo que facilitaria o acesso nas estações ferroviárias como trem e metrô.

Jandira Feghali (PC do B): Parece que a intenção da candidata do PC do B é nacionalizar a campanha. Parece que ela falou golpe mais vezes que o Los Hermanos na música Pierrot. Não mediu ataques contra os adversários que votaram a favor do impedimento da Dilma, além de rebater as vaias da plateia. Os pontos positivos foram apenas na questão de revitalizar a zona da Leopoldina e o passe livre social que deverá ser o principal tema da sua campanha, além de lutar contra os empresários do ônibus.

Calos Osório (PSDB): Pouca representatividade nos debates e muito ataque. Não soube responder as falhas dos transportes, onde foi secretário na gestão do Eduardo Paes e resolveu atacar seu antigo chefe como se não fizesse parte dele.

Índio da Costa (PSD): Falou nada de útil, apenas atacou, lembrando que o Crivella é sobrinho do Macedo e da sua gestão como ministro da pesca. Enfatizou falando em segurança como a criação de mais uma secretaria, foi mais um em querer legalizar o UBER e também atacou os empresários de ônibus.

Alessandro Molon (Rede): Sem dúvidas foi o melhor do debate. Não sofreu ataques, não utilizou a imagem da Marina, que talvez trará mais votos e conseguiu em meio de ataques apresentar propostas. Suas pautas é criar uma economia criativa focada na cultura, uma gestão com transparência junto a população. Falou em investir na educação como forma de investir também em segurança, além da melhoria das ruas com ruas iluminadas além de defender moradia próxima ao trabalho, prometendo emprego na Zona Oeste e revitalizar as Zonas Urbanas.

Pedro Paulo (PMDB): Foi atacado em todos os lados e manteve a postura de todo candidato do partido. Falou do legado das olimpíadas, do BRT e do VLT, mas não falou algo de inédito ou alguma de melhorar a cidade. Falou em contratar novos professores, além de novas escolas do amanhã e colocar e, período integral, comentou sobre a ampliação da Transoeste, que nem pronta está, para Santa Cruz e da Transuburbana de Sulacap ao Centro. Não falou sobre as áreas abandonadas na gestão Paes e apenas falou o mundo de fantasia do Rio de Janeiro que só ele vive.

Marcelo Freixo (PSOL): Fora do debate devido a regra da minireforma, Freixo fez um debate na Cinelândia e a hastag #FreixoNoDebate foi uma das mais comentadas no twitter. Focando no que ocorria no debate da TV. Em suas pautas, criticou a dupla função dos motoristas de ônibus e a queda de empregos na área, falou em capacitar os taxistas e criticou a exploração brutal que sofrem, mas também defendeu a legalização do Uber, além de apresentar propostas para educação, saúde e saneamento básico, mas foi menos enfático em falar de mobilidade.

Sobre a legislação que não teve a participação do Marcelo Freixo, o STF emitiu um novo decreto que os canais podem chamar os candidatos com representatividade nos debates, sem aprovação de outros candidatos, assim, Marcelo Freixo deverá está nos debates dos próximos canais.

Não sei se a partir desse debate poderá ter algumas mudanças ou estratégias, mas creio que a política nacional e o resultado do impedimento de Dilma Roussef pode atrapalhar alguns candidatos, além da rejeição de outros candidatos por questões ideológicos e outras questões. Não sei se esses debates influenciará por exemplo as próximas pesquisas e ver se algum nome terá algum  crescimento, mas ainda é cedo de planejar quem chegará ao segundo, já que será bem nivelado e dependendo do que acontecer nos debates, tudo pode acontecer.

Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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sábado, 30 de julho de 2016

Após 27 anos, Atlético Nacional é bicampeão da Libertadores


Em 1989 (Clique Aqui), a Colômbia conquistaria o primeiro título da Libertadores. Esse título seria do Atlético Nacional, conquistado nos pênaltis sobre o Olímpia. 27 anos depois, o clube Colômbia conquista a sua segunda taça do principal torneio da América do Sul, agora de forma tranquila e com a melhor campanha de todo o torneio, o primeiro conquistado em Medellín, já que em 89 foi conquistado em Bogotá.

Talvez na visão de muitos, a conquista do Nacional seria uma surpresa, comparando com o baixo nível dos clubes brasileiros no torneio, porém, quem acompanha o futebol colombiano e latino, colocou o clube como um dos favoritos, sacramentado na data de 27 de julho de 2016. O planejamento do clube para conquistar a taça começou mais ou menos quatro anos atrás.

Confirmando o favoritismo, A equipe mostrava que viria bem forte no na primeira fase do torneio com as equipes do Peñarol, Huracán e Sporting Cristal, se classificando como primeiro do do grupo e geral com 12 gols marcados e nenhum gol sofrido, obtendo cinco vitórias e um empate. Nas oitavas, o adversário foi novamente o Huracán. A primeira partida foi 0x0, enquanto no jogo de volta, a vitória por 4x2 garantia o Verde nas quartas de final e o adversário seria novamente outro argentino, o Rosario Central.

Nas quartas de final, as duas equipes que apresentaram o melhor futebol da Libertadores. O Rosário venceu por 1 a 0, em casa, tirando a invencibilidade do Nacional, mas na segunda partida, a equipe colombiana vencia apenas por 2 a 1, garantido vaga a equipe argentina, porém, nos 50 minutos Berrio fez o gol da classificação.

Na semifinal o adversário foi o São Paulo, que seria a surpresa pelo que estava apresentando no torneio, mas sem os principais jogadores, a equipe paulista perdeu em casa por 2x0 e 2x1 em Medellín e como na semifinal de Copa Sul Americana em 2014, a equipe colombiana eliminou novamente a equipe paulista em mais uma semifinal do torneio intercontinental.

Depois da eliminação nas quartas em 2014 e nas oitavas ano passado, enfim o Nacional chegou na final, enfrentando o surpreendente Independiente del Valle, mas o favoritismo foi confirmado. Na primeira partida foi 1x1, mas a decisão em casa, a partida foi 1x0 com o gol de Borja garantindo o segundo titulo para equipe colombiana.

Sem essa conversa cartel de drogas e Pablo Escobar. O Atlético Nacional fez um trabalho de longo prazo, que vem dando resultado agora. Reinaldo Rueda deu seqüência ao trabalho do Osorio e com bom jogadores como Mejía, Moreno e Miguel Borja, com a experiência de Macnelly Torres, garantindo a segunda taça para equipe colombiana que dessa vez foi bem merecida e quebrando recordes fazendo 33 pontos, 10 vitórias, 3 empates e apenas uma derrota, jogando um belo futebol e foi assim que o Atlético Nacional se tornou a melhor equipe da América do Sul de 2016.


Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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domingo, 24 de julho de 2016

Meus amores não correspondidos


Texto Publicado no Wattpad Entre Crônicas e Contos

Sexta-feira, fim de mês e eu aqui mais um dia, bebendo vinho e ouvindo um bom som. Nesse momento está chovendo e como todos os dias, estou só, apenas com meus pensamentos. Olhando pela janela, vejo a rua, tão movimentada, deserta, porém vejo outra janela, um casal em um belo jantar romântico.

Ao ver essa imagem, lembro de mim, dos momentos que não tive e dos amores não correspondidos que passaram em minha vida. Nesse momento, toca love for sale, da Billie Holiday, então coloco mais uma taça de vinho, acendo um cigarro e começo a lembrar dessas paixões então, incompletas.

A primeira paixão foi Aline. Tinha mais ou menos doze anos e Aline seria minha colega de classe e minha companheira nos trabalhos de casa e dos lanches do recreio. Lembro até hoje, dos cabelos castanhos, os olhos protegido pelas lentes dos óculos. Tanto eu como Aline, não sabíamos que era amor e na época nem sabíamos o que seria beijo na boca, mas fomos grandes amigos, porém na passagem de ano, ela mudou de cidade e nunca mais tive contato. Na fase dos 15, veio Melissa, uma linda moça, esbelta, com cabelos cacheados até o ombro. Ela foi um amor relâmpago, porém nunca falou comigo ou me deu oportunidades de conversar, porém gostava de tudo do que ela falava, onde lembro do gosto musical, onde conheceria Elis Regina, Tim Maia e entre outros. O amor pela Melissa foi rápido quando veio Andressa, uma amiga de longa data, que por anos tocávamos confissões, porém nunca tive oportunidade, pois sempre fui um simples amigo.

Dos amores não correspondidos, vieram os amores que não duraram. Thaissa, quatro anos de namoro, mais brigas familiares e pessoais terminou o que poderia dar certo e depois veio Juliana, meses de um relacionamento casual, ótima de conversa, mais chegada aos meus pensamentos, mas os caminhos opostos não foram adiante. Anos depois vieram outras pessoas, novas chances de amar, mas não tiveram um final feliz eu aqui estou sozinho novamente.

Não sei o que possa esperar do destino, não sei se terei alguém novamente ao meu lado. Não creio na teoria do sapato velho para um pé cansado, ainda mais nessa sociedade onde as aparências em estão bem acima de qualquer coisa. Mesmo assim, sinto que há um pouco de romantismo em alguma parte escondida em meus pensamentos. Não sei se sou o último romântico como a música do Lulu Santos, mas quem sabe um dia eu possa ter uma nova oportunidade de amar novamente e quem sabe, ser correspondido, diferente das histórias anteriores de “mi vida”.

Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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quinta-feira, 14 de julho de 2016

1926, ano do primeiro e único titulo estadual do São Cristóvão


Hoje o Futebol Retro irá relembrar o primeiro e único titulo conquistado pelo São Cristóvão, clube da Zona Norte do Rio de Janeiro, no ano de 1926 conquistando o campeonato carioca de forma surpreendente na última rodada.

Fundado em 5 de julho de 1909, o São Christóvão Athletic Club seria criado com a finalidade de disputar os campeonatos metropolitanos de futebol. Na região também existia o clube de remo, fundado em 1898, mesmo ano da criação do Club de Regatas Vasco da Gama. Nos anos que antecederam o título de forma inédita, o clube apresentou boas campanhas no campeonato, terminando em terceiro nos anos de 1918, 1923 e 1924 e em 1925, terminaria a competição em sexto.

Em 1926, o clube resolveu fortalecer seu elenco para disputar com os favoritos que eram Vasco, Flamengo e Fluminense. Na estreia, na primeira rodada, a equipe venceu o Botafogo por 6 a 3, mas perdendo de 6 a 2 para o Fluminense na rodada seguinte, voltando a vencer novamente contra Vila Isabel por 3x2, mas perdendo na rodada seguinte para a equipe do Vasco da Gama por 2x1. Após a derrota para o clube da colina, o São Cristóvão emplacou sete rodadas sem perder, goleando o Flamengo por 5x0 e S. C. Brasil por 8x2, depois viria a vitória sobre o Syrio Libanez por 3x1, o empate com o Bangu por 2x2 e as vitórias sobre o América por 3x1, Botafogo por 4x3 e Fluminense por 4x2, perdendo novamente para a equipe do Vasco por 3x2, em partida valida pela terceira rodada do segundo turno, se tornando o principal concorrente pela disputa do título carioca.

Nas rodadas seguintes veio mais uma série de vitórias consecutivas sobre Vila Isabel (2x1), Brasil (6x0), Syrio e Libanez (7x5) e Bangu (2x0), colocando o clube na briga pelo título com 27 pontos ao lado do Fluminense. O Vasco estava com 29, com dois jogo a mais e com a participação encerrada no campeonato. No dia 19 de setembro de 1926, o São Cristóvão empatou em 4 a 4 com o América beneficiando da derrota do Fluminense para o Flamengo por 2 a 0, mas precisando vencer a equipe Rubro-Negra na partida decisiva, que seria decidido na quinta rodada no returno, perdendo por 3 a 1, mas a partida seria remarcada para o dia 21 de novembro de 1926 no estádio na Rua Paysandu. Na partida, o São Cristóvão sobrou em campo. Com três gols do Vicente em e dois do Jaburu, o time da Figueira de Melo fez 5 a 1 e conquistando, pela primeira e única vez, o Campeonato Carioca. Depois do título carioca, o técnico Luís Vinhaes ganhou espaço. Em 1934, foi o treinador da seleção brasileira na Copa da Itália. Em 1933, levou o Bangu a seu primeiro título carioca.

Outros grandes momentos da equipe do São Cristóvão


Além do Carioca de 1926, o São Cristóvão também conquistou o Torneio Início em 1918, 28, 35 e 37 e o do Torneio Municipal de 1943, competição em pontos corridos de um turno com América, Bangu, Bonsucesso, Botafogo, Canto do Rio, Flamengo, Fluminense, Madureira e Vasco. Em 1953, foi campeão do Torneio Quadrangular Cidade de Campinas, disputado contra Guarani, Ponte Preta e o America Football Club, do Rio de Janeiro. O clube teve ainda os artilheiros dos campeonatos cariocas de 1919 (Braz de Oliveira, 24 gols), de 1926 (Vicente, 26 gols), de 1928 (Vicente, 20 gols) e de 1943 (João Pinto, 26 gols).

O campeonato de 1926 foi conquistado brilhantemente, com 14 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Vários grandes foram goleados. O Botafogo perdeu de 6x3, o Fluminense de 4x2 e o Flamengo duas vezes, 5x0 e 5x1. O São Cristóvão já usava seu tradicional uniforme branco. Aliás, a agremiação não possui fardamento reserva, fato único no futebol mundial, além disso esse campeonato seria o fim da briga entre os clubes pela questão de ter jogadores negros e pardo no campeonato. Assim como o Vasco, o São Cri-Cri, como era conhecido também tinha um time mestiço e com o título, clubes como América passaram a ter jogadores negros em seu plantel a partir de 1927, conforme foi citado no livro O negro no futebol brasileiro, do jornalista Mário Filho.

Hoje a equipe está na segunda divisão do Campeonato Carioca e ficou conhecido como a equipe que revelou o atacante Ronaldo, tendo em seu estádio a frase "Aqui nasceu o fenômeno".

Ficha técnica do jogo do título: Flamengo 1 x 5 São Cristóvão
Data: 21 de novembro de 1926
Local: estádio da Rua Paysandu (Rio de Janeiro)
Árbitro: Carlos Martins da Rocha
Flamengo: Amado; Pennaforte e Hélcio; Favorino, Flávio (Alfredo) e Japonês; Allemand, Aché, Nonô, Fragoso (Vadinho) e Moderato.
São Cristóvão: Paulino; Póvoa e Zé Luiz; Julinho, Henrique e Alberto Corrêa; Jaburu, Octávio, Vicente, Arthur e Teófilo.
Gols: Allemand, Jaburu (2) e Vicente (3)

Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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sábado, 25 de junho de 2016

Rio, A crônica de uma “tragédia” anunciada






Sexta-feira, dia 17 de junho, restam então 49 dias para o inicio das olimpíadas, o governador interino comunica no Diário Oficial que o estado do Rio de Janeiro entraria em estado de calamidade, com problemas na segurança, saúde, educação e mobilidade. Ou seja, em tudo. Agora o que aconteceu com o estado para chegar nessa situação? A diminuição da renda por causa dos royalties, a aliança com então Governo Federal ou a continuação dos mesmos nomes da política por quase vinte anos? Para ser sincero, todos temos "culpas" inclusive a população que pagará a conta no final.

Para analisar a situação do estado, precisamos entender o que aconteceu nos últimos anos, passando pelas gestões de Leonel Brizola e Marcello Alencar, onde houve mudanças mínimas na educação e na saúde. Quando Garotinho assumiu, não deu continuidade a essas melhorias, com políticas populistas e o interesse de ser candidato a presidente em 2002, fez poucas mudanças nessas áreas, mas elegeu sua esposa Rosinha Garotinho. Em sua gestão começaram as greves na educação, o sucateamento nas escolas e nos hospitais, houve o aumento do tráfico nas regiões da Zona Oeste e Zona Norte. Sem o que fazer, nomeou  Anthony Garotinho como Secretário de Segurança, sem êxito. Na gestão Garotinho-Rosinha poucas mudanças ocorreram, até mesmo quase nenhuma e envolvido por corrupção, o casal saiu de cena, dando lugar para aquele que até então era um dos deputados mais votados, segundo colocado nas eleições para prefeito e 1996 e com grande trabalho no Congresso, Sergio Cabral, aquele que para muitos salvaria o Rio que estava abandonado por oito anos, mas pelo visto, a incompetência continuava.

Cabral venceria as eleições com apoio de Lula, reeleito presidente em 2006. Após tomar posse, vieram as promessas nas áreas da saúde, educação e segurança. Em seu primeiro mandato e com a eleição de Eduardo Paes para prefeito em 2008, o estado e a cidade tiveram uma pequena melhora, mas os setores continuavam precários. Agora com a aliança dos governos, o Rio passou a ter um forte investimento, mas foi direto para interesses eleitoreiros. Nesse período surgiram UPAs e UPPs. As Upas seriam para diminuir as filas nos hospitais, principalmente na parte da emergência. Porém com a criação em diversas partes da cidade, pouco ou quase nada foi investido nos hospitais que continuaram abandonados e com o tempo as UPAs também começaram apresentar problemas, devido a falta de médicos e a falta de atendimento em alguns postos. Na parte da segurança vieram as UPPs. Com comunidades ocupadas pelas facções e algumas pelas milícias, que começaram aparecer nesse período, o governo estadual e a secretaria de segurança então criaram a Unidade da Polícia Pacificadora, retomando essas comunidades para os moradores, mas esse projeto se tornou falho, onde o BOPE invadia essas comunidades, não prendiam os bandidos e com isso esses bandidos fugiam e iam para outras comunidades, principalmente nas regiões de Niterói e São Gonçalo, aumentando a criminalidade naquelas regiões e claro, nas regiões da Zona Norte, Zona Oeste e Subúrbio. Na parte da mobilidade e educação, pouco foi feito. Em 2009, os funcionários da SuperVia entrariam em greve devido a péssima qualidade de trabalho, vimos também seguranças agredindo passageiros, além dos famosos atrasos que persistiam naquele período, assim como a lotação dos trens. A empresa não foi multada e ainda teve a sua concessão entendida por mais 20 anos. Na área da educação, nada mudou, mas ficaram mais precárias e pouco foi investido. Apesar desses problemas, Cabral seria reeleito governador no primeiro turno, ficando mais quatro anos no governo.

Com a reeleição de Cabral, o que seria prometido, começou a se tornar problema. Com as UPPs quase em toda região da Zona Sul, a violência em outras cidades e outras regiões se tornou uma constante. Comunidades passaram a conviver com um tiroteio diário. As escolas abandonadas, assim como as universidades começaram a enfrentar greves atrás de greves, assim como na área da saúde e em 2013, com as manifestações de Junho, Cabral e Paes começaram a ser pressionados. O governador então no seu segundo mandato começou a perder força, ainda mais depois que seria descoberto suas idas á Paris e viagens de helicóptero com uso de dinheiro público. Sérgio Cabral não resistiu e deixou o cargo nas mãos de seu vice Pezão, que assumiria os meses finais do governo e também seria seu substituto para o cargo onde foi eleito no segundo turno.

Nas eleições, Pezão não citou em nenhum momento o seu padrinho Cabral, ao ser eleito, agradeceu e nomeou o filho dele como um dos seus secretários. No seu primeiro ano de gestão, a crise do Rio já estava começando a explodir. Com a crise política e econômica do país e já com a verba bem menor dos royalties, o governo do estado começaria a descumprir obrigações. Sem dinheiro para investimentos, deixaria de manter os contratos, principalmente na área da saúde em relação às OSs, iniciados na Gestão Cabral, com isso, terceirizados passaram não receber salários e muitos seriam demitidos. Na educação, PMs que faziam segurança nas escolas, deixaram de fazer esses serviços, além de terceirizados como porteiros e serventes, que também ficaram sem receber. Na segurança, pouco mudou e se mudou, foi para pior, diariamente policiais e inocentes são assassinados, o número de assaltos e homicídios só aumenta e ficamos a mercê dos criminosos, presos em nossas próprias residências. Na mobilidade, trens e metrôs apresentam problemas diários, causando ainda mais uma superlotação e nenhuma punição para as concessionárias.

Essas causas que iniciaram em 98, com a Gestão Garotinho estouraram agora com o Governo interino de Dornelles. Homicídios, greves, salários atrasados, demissões, falta de atendimento e remédios, superlotação, UPPs com problemas e uma cidade abandonada e nas mãos da criminalidade foram os grandes motivos para que o governo entrasse em estado de calamidade. Realmente, não sei qual será o futuro do Rio, mas se continuarmos insistindo nessa continuidade iniciada em 99, será bem provável que o Rio de Janeiro deixe de ser “maravilhoso”.


Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Santa Cruz - Do fundo do poço ao renascimento


Setembro de 2010, o Santa Cruz perdia para o Guarany de Sobral por 2 a 0 e era eliminado da Série D, a quarta divisão, a ultima divisão do futebol profissional no Brasil, além disso, as contas do clube estavam no vermelho e as (poucas) receitas de bilheteria foram penhoradas. Maio de 2016, o Santa Cruz conquistou a volta a Série A, conquistava o principal título da sua história, a Copa do Nordeste e na semana seguinte, conquistou também a o bicampeonato do Campeonato Pernambucano em cima do principal Rival, o Sport Recife.

Levantando esses troféus, o Santa Cruz consolidou uma história de superação que culminou com a volta à Serie A do Brasileirão após dez anos e nesse processo de colocar o clube novamente na principal divisão do futebol brasileiro, a sua torcida foi o principal integrante para a reconstrução do clube e a atual gestão do Santa Cruz promoveu uma grande mudança no time e em 2015, quando assumiu o comando do clube, o presidente Alírio Morais avisou logo que na sua administração a relação com a torcida coral seria horizontal, direta e prioritária. E assim tem sido.

Apesar da grande gestão do atual presidente e ajuda de sua torcida, a reconstrução do clube pernambucano começou em 2011, quando disputava a Serie D pelo segundo ano consecutivo, tendo a força de sua torcida tendo a maior média de todas as divisões e em outubro, o clube garantia a vaga da Série D, porém perdia o título para o Tupi de Minas Gerais e Entre 2011 e 2013, o clube conquistava também o Tricampeonato Pernambucano e no ano do Tri, o Santa conquistava o título da Série C, em cima do Sampaio Correa do Maranhão dentro do Arruda para a alegria da sua torcida. Em 2014, o clube completou 100 anos, mas não conseguiu o pernambucano, perdendo para o Sport e bateu na trave no acesso a Séria A, mas em 2015, com uma reformulação da diretoria e da equipe, com Alirio Moraes que assumiu a presidência do clube o Santa voltou a conquistar o estadual e no segundo semestre enfim voltaria a elite do futebol brasileiro, vencendo o Mogi Mirim e em 2016, mesmo não começando bem a temporada vinha enfim a glória: a Copa do Nordeste e o bicampeonato estadual para a alegria de sua torcida tão apaixonada pelo clube.

O renascimento do Santa Cruz não foi do dia para noite. Diretoria e torcida se uniram para colocar o clube em seu devido lugar, veio o programa de sócios, chegando a 13 mil associados, além disso,  após 13 anos, trouxe de volta atacante Grafite, campeão da Libertadores e do Mundial pelo São Paulo em 2005 jogador da Copa de 2010 pela Seleção Brasileira, que foi um dos hérois na volta à Série A, mas a chegada do atacante só foi possível por meio de parcerias e com isso as receitas aumentariam. Em 2015, com uma arrecadação de R$ 15 milhões, entre bilheteria, patrocínio e direitos de televisão. Em 2016 e a previsão estimada é de R$ 40 milhões pela disputa da Série A, Copa do Brasil e Copa Sulamericana.

Quando o Santa Cruz estava preso na quarta divisão do futebol brasileiro, dificilmente algum torcedor imaginou que em pouco tempo a situação do clube seria tão boa. Desde 2011, quando os pernambucanos deixaram a Série D para trás, até o dia dois de maio de dois mil e quinze, o clube reconquistou seu status de time de primeira divisão, venceu cinco edições do campeonato estadual em seis anos. O clube chegou muito próximo do fundo do poço, e nada como um inédito título regional e mais um estadual para servir de exemplo para o resto do país que estaria de volta a elite do futebol brasileiro, com a importância sublinhada por Grafite, que voltou com o objetivo claro de ser campeão e conseguiu. “Com certeza para mim é o maior título”, disse, em entrevista ao Esporte Interativo.
Ainda é muito cedo para imaginar o futuro do clube, pois vimos um presidente correndo atrás, falando ao torcedor que acreditem, devem vir novos reforços, melhorar o Arruda e captar investimentos, além de uma cota de TV melhor para que o clube seja um dos principais clubes do Nordeste e no Brasil. Claro que torcedor apaixonado pode acreditar, pode sim sonhar com uma Copa no Brasil, uma vaga na Libertadores e até mesmo um título intercontinental com a Sulamericana. O Santa Cruz está indo no caminho e com a ajuda da diretoria e da torcida, outras noticias boas irão acontecer e que setembro de 2010 sirva de exemplo para muitos clubes e nós mesmos no dia a dia.


Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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O ódio e Jair Bolsonaro


No dia 14 de abril, na votação do impedimento da presidente Dilma Roussef na Câmara dos deputados, um comentário durante a votação gerou repulsa a muitos brasileiros. O discurso do Deputado Federal Jair Bolsonaro lembrando o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Mas apesar do discurso, a página do então torturador no inicio da década de 70 cresceu de admiradores e com isso nomes como Marighella e Lamarca voltaram a ser comentados entre aqueles que hoje se denominam anti-comunistas, que é uma das principais pautas de ataques da família Bolsonaro.

Mas não só os comunistas são atacados. Há anos, outras minorias como negros, LGBTs, Índios, Mulheres e entre outros são atacados pela sua militância, pois é bem comum ver postagens contra cotas, ações sociais como Bolsa Família e a maioridade penal. Esses discursos de ódio em sua maioria vêm na base de “memes”, palavras de baixo calão e sem argumentos, quando são refutados, eles atacam te chamando de “petralhas”, “feminazis”, “comunistas de merda” e entre outras coisas como “vai para cuba” e etc. Mas no que de fato Bolsonaro e seus seguidores podem incomodar para o futuro da política brasileira?

Jair Bolsonaro será candidato a presidente em 2018 e seu filho, Flávio Bolsonaro candidato a prefeito da cidade do Rio de Janeiro esse ano. Até a publicação, o pai está mais ou menos com 6% nas intenções de votos, ocupando a quarta posição e o filho tem 5% na quinta posição. Politicamente, eles não terão representatividade e nem apoio político para que alcancem os postos no executivo, porém a cada discurso da família, cresce o o número de simpatizantes, basta analisar o numero de votos pré e pós as redes sociais que veremos a diferença. Antes, tinham votos fixos, de determinadas classes, hoje conseguem ser os mais votados devido ao crescimento de simpatizantes, que entre eles são aqueles que acham que os comunistas vão tomar o Brasil, algo que nunca aconteceu nem na ditadura e nem no governo PT, além do incomodo da militância LGBT e feminista, que apenas lutam por seus direitos, algo que supostamente a família é contra.

Nessa base, podemos ver o que eles hoje representam para seus militantes e defensores. Claro que Bolsonaro quer holofotes e minutos de fama, mas seus discursos viram um mantra para quem defende suas falas e com isso, já é costume vermos nas redes sociais discursos de ódio, além de ataques para aqueles que tanto criticam. Muitos deles talvez estejam cansados pela crise política, a violência diária e toda corrupção que está acontecendo no Brasil, mas muitos acabam vendo nele uma solução, o que evidentemente não é, assim analisamos que muitos deles, tem pouco conhecimento político e econômico ou até nenhum nota-se isso nos discursos,  essas pessoas achando que é o remédio para a doença que supostamente se chama comunismo, achando por exemplo, que existe um plano bolivariano, junto com o Foro de São Paulo para tomar o Brasil e América do Sul. Além disso, aplaudem tudo que eles postam em suas redes sócias. Jair por exemplo nos debates é fácil de contradizer e ser refutado, assim como na entrevista no Jô Soares e na resposta da revista Nova Escola, quando ele resolveu criticar a educação e o tal “kit gay” que ele tanto fala, com isso e até pensamentos fascistas, usa-os como uma forma de se promover, aumenta com seu discurso autoritário  o ódio aos comunistas, as minorias e tudo social que tenha sido feito nos últimos anos, lembrando um pouco a política inicial de Hitler e Mussolini após a primeira guerra, é bem preocupante.

Esses discursos vêm afetando o dia a dia do brasileiro. LGBTs continuam sendo agredidos nas ruas, pessoas aos vestirem vermelho ou até ao comprarem livros de cunho comunista, são hostilizados pelo simples fato de usar algo que contradiz o pensamento deles e além disso, políticos, artistas e militantes de esquerda são agredidos verbalmente nas redes sociais e estabelecimentos como restaurantes e aeroportos e ninguém da família Bolsonaro, por exemplo, se posiciona para que essas coisas não acontecem, alias, colocam mais lenha na fogueira, como uma postagem do Jair, comentado sobre as manifestações em seu apartamento, mostrando mais ódio entre seus seguidores e provocando para um confronto entre as militâncias.
Esse discurso vindo da Família Bolsonaro e sua militância realmente preocupam, mas como diminuir isso? Talvez dar menos ibope aos seus comentários ou tentar cassar seu mandato, mas nenhuma das duas opções se concretizará e assim ficarão mais fortes, podendo enfim ganhar uma eleição para cargo executivo e alguma eleição futura. Então precisamos pensar até quando vai a libertinagem verbal do Bolsonaro, analisar até que ponto influenciará para a sociedade, que de fato, é carente de “heróis”, seja ela qual for. Claro que para ele, como político e até o uso de seu marketing, vai ganhando notoriedade na política, algo que ele não tinha antes das redes sócias, sem aprovar nenhum projeto em quase 20 anos no legislativo, porém suas palavras têm grande poder, podendo gerar conseqüências sérias como mortes e tragédias.

*Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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Foto: Agência Brasil.

Por mais Leiceters no futebol



Dois de maio de dois mil e quinze será uma data surpreendente e histórica até para o mais confiante torcedor apaixonado pelo seu clube, será a data em que o Leicester conquistou o primeiro título do Campeonato Inglês, a Premier League. Título conquistado de forma antecipada, restando duas rodadas para o fim do campeonato. Claro que o título dos foxes é uma grata e bela surpresa ao futebol inglês e mundial, é a prova que o futebol não vive apenas de bilhões em contratações e formações de supercraques para conquistar títulos e torcedores.

Os foxes quebraram a escrita de 20 anos, quando o Blackburn Rovers foi campeão, fora isso, apenas Arsenal, Manchester United, Chelsea e Marchester City conquistaram a Premier League, sendo que os últimos citados conquistaram devido aos bilhões investido para formação de Super elenco e o Leicester com um elenco bem inferior, sendo a quarta menor da temporada quebrou a regra, apesar de ser uma bela surpresa até para o técnico Claudio Ranieri e elenco, que após escapar do rebaixamento da temporada anterior, o objetivo dessa temporada seria também escapar da degola, mas a história foi bem diferente e agora eles jogarão a UEFA Champions League, para alegria daqueles que ainda acreditam no futebol e que o acaso pode acontecer, mesmo com todo dinheiro e glamour que ele nos trás, mas o futebol ainda vive e o Leicester é a prova disso.

Apesar da conquista não é uma exceção em nosso futebol, mas é menos comum como antigamente. A ganância de montar super elencos, interesses financeiros de jogadores, a elitização e os direitos de televisão diminuem as chances para que essas equipes de menor investimento tenham êxitos no futebol, seja o torneio que for realizado. De fato é complicar tempos de outrora para os tempos de hoje, mas temos conquistas recentes como a do Wolfsburg, campeão Alemão em 2009 e Montpellier na França em 2012, assim como a Grécia campeã da Eurocopa em 2004. Em tempos mais antigos na Inglaterra, temos o Derby County campeão em 72 e Nottingham Forest em 78, ambos com o lendário técnico Brian Clough, além do Ispwish Town em 62 e sem esquecer do Porto, campeão da UCL em 2004.

A América do Sul também tem suas surpresas, com Lanús conquistando o primeiro título do argentino em 2007, assim como Banfield ao conquistar em 2009, revelando o meia colombiano James Rodriguez e Arsenal de Sarandí campeão em 2012, além dos títulos do Olmedo, campeão equatoriano em 2000 e Cobresal em 2015.

 Já dentro do cenário intercontinental, as surpresas foram o título do Atlético Nacional, primeiro colombiano campeão da Libertadores em 2009, depois veio com o Once Caldas em 2004. Assim como a Colômbia, o Chile conquistou o primeiro e único titulo com o Colo Colo em 1991 e Equador com a LDU em 2008.

No Brasil, as surpresas foram poucas, mas temos o Guarani campeão Brasileiro em 78, Coritiba em 85, onde teve o Bangu como finalista e Brasil de Pelotas como semifinalista. Em 87, veio o primeiro título nacional do Sport e em 88 com o Bahia, sem contar o título da Taça Brasil, conquistado na década de 60 e fechando com o Atlético Paranaense em 2001, fora isso, as surpresas vieram na Copa do Brasil com Criciúma em 91, Juventude em 99, Santo André em 2004 e Paulista em 2005, além de surpresas como Bragantino no inicio da década de 90, Portuguesa em 96 e São Caetano, no início do Século XX, conquistando o campeonato estadual em 2004, apesar que o paulista tem o Ituano em 2013 e a maior zebra considerada que foi o titulo da Inter de Limeira em 1986 sobre o Palmeiras.

O título do Leicester foi importante para repensarmos o futebol e o caminho que vai seguindo. Clubes são comprados por bilionários, sem nenhuma identificação, jogadores que mudam de camisa, sem ter uma própria história, além de times que garimpam jogadores de países com poder financeiro bem menor como moeda de troca, além de formar seleções com astros para aumentar seu poderio e conquistar títulos e torcedores que nem sequer acompanhará o time e outras coisas mais que afasta muitos do futebol.

Agora ver uma cidade pequena, com um time sem expressão, que na temporada passada brigava para não cair e na temporada seguinte conquistar o titulo do torneio mais rico do mundo, com um elenco que não chega a metade do valor de um jogador de um time que gasta bilhões e joga de igual para igual mostra que o futebol ainda vive e que nem tudo é movido a dinheiro e que acima de tudo, a paixão pelo clube, mesmo que modesto, vale mais do que Reais, Barcelonas, PSGs, e por ai vai. Claro que nos tempos de hoje, isso é bem incomum de acontecer, principalmente aqui no Brasil, onde há uma enorme diferença daqueles que se considerados grandes com aqueles que médio e pequeno porte. Talvez não veremos um Santa Cruz, atual campeão da Copa do Nordeste conquistando um nacional, até mesmo o Campinense, campeão do mesmo torneio em 2013, assim como clubes tradicionais como Bangu, América, Juventus e entre outros.

Mas é preciso pensar e que o Leicester hoje seja o inicio ou a volta daquilo que fez muitos se apaixonarem pelo esporte, e claro que o que mais queremos é um futebol mais igualitário para todos e que mais clubes como Wolfsburg, Montepllier e entre tantos clubes conquistem mais títulos jogando com a alma, com a garra e a torcida sempre ao seu lado, não deixando nunca o futebol morrer.


*Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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Imagens: Getty. 


quarta-feira, 27 de abril de 2016

Meu primeiro beijo



Olá, meu nome é Júlia e tenho 19 anos. Apesar da minha idade onde para muitos é estranho, em nenhum momento pensava em relacionamentos ou o chamado rolo. Nascida em um bairro do subúrbio carioca e dentro de uma família considerada de classe média, sempre me dediquei aos estudos e nos tempos vagos, era os livros e a música me que ocupavam esse espaço.

Entre minhas amigas, pouco se falava de namoros ou sexo, mas com um tempo elas começaram a namorar e eu fui ficando sozinha, sem companhias nos momentos de diversão e conversas, foi então que comecei a me interessar sobre a questão de namorar. Comecei a me entreter mais nas redes sociais, me cadastrei sites de relacionamento como Tinder e Badoo. Nesse período, cheguei conhecer muitos garotos, uns até eram interessantes, porém moravam longe e outros só queriam aventuras e nesse tempo e para minha surpresa, conheci Paulo. Ele tem 23 anos, trabalhava como atendente de uma livraria e estava se formando em arquitetura, enquanto eu estou procurando emprego e estudando no terceiro período de Fisioterapia. Paulo em sim, não era o padrão de beleza, moreno, cabelo curto, olhos castanhos, com mais ou menos 1,70m, porém o que me chamou atenção foi quando estava na livraria que ele trabalha em busca de um livro do Rubem Fonseca, escritor preferido dele. Parece o destino, mas foi por isso que ele me chamou a atenção, já que foi ele que me atendeu e me deu a dica de outros livros do autor.
Conversa vai e conversa vem, trocamos  os contatos e a noite ele resolveu me ligar e até então homem nenhum tinha me ligado para esse intuito e mesmo com o meu desconhecimento sobre relacionamentos, via em Paulo a chance de pelo menos ter o primeiro beijo.

Conversamos por mais ou menos três horas e ficamos quase um mês conversando por torpedos e mensagens via WhatsApp, até que ele resolveu me convidar para sair. Agora começaria a minha preocupação, pois nunca tinha saído com alguém e ele seria a oportunidade, porém não queria demonstrar a minha inexperiência para ele, então resolvi aceitar o convite.

Enfim chegou o dia e Paulo optou para irmos ao então museu do amanhã, inaugurada há cinco dias atrás. Encontrei Paulo na Praça XV, em frente as Barcas e fomos conversando até a Praça Mauá, que está linda após revitalização do local. Ficamos a tarde toda no museu e depois fomos em uma lanchonete e sentia a cada minuto como seria a minha reação caso ele quisesse me beijar. Ficamos um tempo conversando sobre diversos assuntos como livros, música, filmes até chegar no assunto relacionamento.

Paulo comentou que estava solteiro três meses e que tava vindo de um relacionamento de 4 anos e me perguntou se também tinha namorado, ai gelei, mas falei, que sempre dediquei a minha vida aos estudos e nunca tinha me relacionado com alguém. Ele parou por alguns segundos, me olhou e depois sorriu dizendo que entenderia e que achava bacana eu me dedicar apenas isso. Nesse momento fiquei mais tranquila até Paulo se aproximar mais perto, colocando a mão em minha cintura dizendo “e se eu te beijasse agora?” Fiquei sem resposta até ele enfim me beijar, nossa foi maravilhoso e ele como sempre foi carinhoso, talvez tive sorte em esperar até enfim encontrar a pessoa certa. Ficamos quase cinco minutos nos beijando e Paulo me deixou no ponto de ônibus e nos despedimos.

Depois desse dia, eu me sentia outra pessoa, parecia que estava preparada para um relacionamento, após aquele beijo, continuamos nos encontrado e outros beijos vieram até Paulo me pedir em namoro. Hoje estamos juntos quase um ano e quem diria que meu primeiro beijo foi aos 19 anos onde encontrei em uma livraria. Espero que outros venham e que Paulo seja a pessoa certa que por pouco tempo procurei.

Jogo politico transvestido de democracia


Depois de 23 anos, o Brasil está passando novamente em um processo de Impedimento, desta vez é com a presidente Dilma Rousseff, devido o crime das pedaladas fiscais, assim como Collor devido a compra de um FIAT Elba. Assim com Collor, Dilma também enfrentou uma pressão devido as consequências de seu governo. Alta inflação, corrupção e pressão da elite e dos empresários e critica aos seus governos. A diferença foi que Collor tinha uma unânime pressão das ruas e pouco apoio do congresso, enquanto Dilma tem apoio dos movimentos sociais e dos partidos que sempre estiveram junto com o PT.
No congresso, Collor teve uma derrota avassaladora no congresso, enquanto Dilma teve menor diferença de votos. Faço essas comparações porque em ambos, podemos ver o interesse e o jogo político do envolvidos nesse processo. Em 1992, PT, PSDB e PMDB se juntaram contra o governo Collor e solicitaram o pedido do impedimento. Hoje em 2016, PSDB, DEM (que na época era PFL) e PPS (Dissidência do PCB) foram os grandes articuladores para o impedimento da presidente da república. Collor tinha uma grande pressão e poucos aliados, enquanto Dilma ainda tinha um grande apoio, porém com o desgaste, isso veio se perdendo, começando com o rompimento do vice-presidente, assim como Collor. Itamar então, era do mesmo partido, até romper com então presidente e sair do PRN, filiando-se ao PMDB, que na época era oposição. Já com Dilma, o vice é do PMDB, que fora aliado do governo desde a gestão do Lula, mas com a chance de assumir o governo, rompeu com o PT para também ser oposição, junto aos que já faziam parte. Tempos depois, Collor renunciou e Itamar assumiu a presidência, enquanto Dilma poderá ser afastada após o inicio do processo pelo senado e Temer do mesmo PMDB de Itamar assume a presidência.

O que podemos analisar é o jogo politico que envolve a politica brasileira. Não gosto de falar o termo golpe em relação ao Impedimento da Dilma, mas vejo como uma manobra para uma mudança de poder, pois assim como Dilma, FHC chegou a sofrer o mesmo processo em 1999, porém foi arquivado pelo então presidente da câmara, Aécio Neves, do mesmo partido do presidente. Se Dilma e Cunha fossem aliados, esse processo não iria para frente, mas como o governo resolveu ir contra o presidente da câmara, Cunha então resolveu abrir o processo. O STF solicitou também contra o vice-presidente Michel Temer, mas Cunha irá recorrer, ou seja, talvez veremos o processo só pelo TSE, que segue lento. Enquanto isso, Cunha segue cheio de processos, porém ele e seus aliados fazem de tudo para que esse processo não siga adiante.

Não importa o crime que você comete, isso também vale para governos estaduais e municipais. Por mais que tentamos lutar contra isso, não conseguiremos acabar com a corrupção, principalmente enquanto houver o jogo politico e beneficiar aliados e prejudicar seus opositores. Dilma e Collor saíram prejudicados, enquanto Lula e FHC, que tiveram uma base, não. O jogo político está acima de tudo, basta ter aliados suficientes para sair inocente ou opositores para incriminado e enquanto tiver a questão do foro político, o jogo sempre será desse jeito, querendo ou não.


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Foto: Abril.

quinta-feira, 24 de março de 2016

As manifestações e a crise politica no Brasil



Neste último domingo para a mídia, a manifestação do dia 13 de março de 2016 foi a maior da história política do Brasil, passando até a manifestações das Diretas Já, mas os interesses políticos para os dias de hoje são bem diferentes das outras que fizeram parte da nossa política.

O cenário político hoje é o mais complicado e indeciso possível. A corrupção está em toda parte do nosso país, passamos por uma crise econômica com mais de 9 milhões de desempregados, considerada a maior dos últimos anos. A crise econômica está em quase todos os setores, além da alta do dólar. Podemos considerar como os principais problemas atuais em nosso país, pois ainda tivemos um mosquito que já era um problema com uma doença, agora traz três doenças, uma educação precária, com escolas abandonadas e professores mal remunerados e claro, a segurança, com um aumento de assaltos e assassinatos em alguns estados como o Rio de Janeiro por exemplo, isso faltando alguns meses para as olimpíadas. Com todos esses motivos, poderiam ter sido essas as principais reivindicações dessas manifestações, mas não foram.

Assim como toda democracia, toda manifestação é considerada legitima, mas o que vimos é um show de horrores e o famoso bordão como “faltaram as aulas de história”. Claro que a situação política que envolve o governo,sobretudo o Partido dos Trabalhadores gera motivos para irmos nas rua, mas o PT não é o único envolvido na corrupção que mancha a história do país desde a época da colônia. O que não podemos é culpar apenas um partido e isentar outros, como o PMDB, que sempre esteve no governo em quase todo o período desde a redemocratização em 1989, o PSDB, que também tem políticos citados na Lava Jato, além do roubo da merenda em São Paulo e o caso do "Tremsalão", além disso, outros partidos como PP, que até semanas atrás era o partido do Jair Bolsonaro e DEM, também fazem parte da história da corrupção do país. Esses não foram citados entre os milhões que foram para as ruas, apenas um grupo chegaram a vaiar Aécio Neves e o Geraldo Alckmin. Além disso, vimos também alguns grupos que defendem o fim do comunismo no Brasil, algo que não existe no país, como a intervenção militar e a volta da ditadura. Vendo essas coisas, fica até difícil de acreditar que ainda há pessoas que defendem isso.

Não há defesa ao PT, tenho criticas sobre a governabilidade deles, mas a maneira como as manifestações em se pautado, geram uma preocupação em relação ao rumo que podem tomar. Em algumas leituras, resolvi fazer uma pequena comparação das manifestações do último dia 13 com as manifestações de junho de 2013. O que vimos por exemplo nas manifestações nas manifestações atuais, começa com as lideranças que organizam o movimento, onde o objetivo é apenas por fim a um partido e sua ideologia, mas sem uma objetivo para um futuro impedimento. Muitos defendem uma linha conservadora e já posaram com outros nomes também envolvido na Lava-Jato, como o Deputado Eduardo Cunha. Esses grupos também tem apoio grupos ligados a movimentos pentecostais, ou seja, muitos querem uma alternância de poder, mas não uma solução, por isso, muitos deverão vir como candidatos nas próximas eleições, assim como aqueles que também iniciaram as manifestações de 2013, mas as pautas eram bem diferentes ou comuns como no dia a dia, como passagens baratas, melhorias na educação, saúde, segurança e saneamento, assim como outras coisas.

Precisamos pensar um pouco sobre isso e analisar a situação política do país, principalmente do que vamos absorver e analisar o que é verdade ou não. Esses grupos políticos, partidos, mídia e redes sociais querem impor o que seria bom para o nosso país, assim foi o PT quando era o oposição, chegaram ao poder e destruiu o sonho de muita gente e queimando sua própria história. Junto com eles, temos os partidos como PMDB, PSDB, DEM e entre outros, além de sub partidos como PPS, PSB, PR, PC do B e entre outros. Entre esses, devem ter pelo menos um envolvidos em corrupção ou pouco fizeram em suas cidades ou estados onde governos. Além disso, precisamos ter cuidado de nomes como Silas Malafaia, Marco Feliciano, Jair Bolsonaro e entre outros, que utilizam discurso conservador, mas não apresentam propostas concretas para o país.

Lula assumirá a casa civil do governo Dilma, isso certamente fará crescer uma revolta nacional, e ampliará a possibilidade de protestos contra o atual governo, é um tiro no pé, pois apesar do argumento de que "Lula é um ótimo articulador político", a nomeação justo nesse momento indica um suposto travamento das investigações, algo que o Planalto sempre rechaçou. Isso complica portanto a situação do governo, afinal, á cada citação que for feita ao ex-Presidente, a ilação direta a Dilma será inevitável.


Essas manifestações podem ser legitimas, mas em sua maioria servem para defender interesses e em maioria, o povo que realmente padece e pede mudanças, não comparecem, e claro que é necessário também que as manifestações tenham uma ideologia não-seletiva, é preciso protestar também contra desvio de dinheiro de merenda e nos transportes, contra o calote e o desrespeito aos servidores públicos, contra os problemas que atingem as áreas de saúde educação e segurança nos estados. Precisamos mudar isso nas urnas para que o país mude, não podemos ficar elegendo os mesmos e seus parentes fazendo com que nada mude no nosso querido Brasil.


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Edição e Argumento: Joseclei Nunes
Edição Final: Adriano Garcia

Imagens: Estadão e Folha.
 

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