quarta-feira, 27 de abril de 2016

Jogo politico transvestido de democracia


Depois de 23 anos, o Brasil está passando novamente em um processo de Impedimento, desta vez é com a presidente Dilma Rousseff, devido o crime das pedaladas fiscais, assim como Collor devido a compra de um FIAT Elba. Assim com Collor, Dilma também enfrentou uma pressão devido as consequências de seu governo. Alta inflação, corrupção e pressão da elite e dos empresários e critica aos seus governos. A diferença foi que Collor tinha uma unânime pressão das ruas e pouco apoio do congresso, enquanto Dilma tem apoio dos movimentos sociais e dos partidos que sempre estiveram junto com o PT.
No congresso, Collor teve uma derrota avassaladora no congresso, enquanto Dilma teve menor diferença de votos. Faço essas comparações porque em ambos, podemos ver o interesse e o jogo político do envolvidos nesse processo. Em 1992, PT, PSDB e PMDB se juntaram contra o governo Collor e solicitaram o pedido do impedimento. Hoje em 2016, PSDB, DEM (que na época era PFL) e PPS (Dissidência do PCB) foram os grandes articuladores para o impedimento da presidente da república. Collor tinha uma grande pressão e poucos aliados, enquanto Dilma ainda tinha um grande apoio, porém com o desgaste, isso veio se perdendo, começando com o rompimento do vice-presidente, assim como Collor. Itamar então, era do mesmo partido, até romper com então presidente e sair do PRN, filiando-se ao PMDB, que na época era oposição. Já com Dilma, o vice é do PMDB, que fora aliado do governo desde a gestão do Lula, mas com a chance de assumir o governo, rompeu com o PT para também ser oposição, junto aos que já faziam parte. Tempos depois, Collor renunciou e Itamar assumiu a presidência, enquanto Dilma poderá ser afastada após o inicio do processo pelo senado e Temer do mesmo PMDB de Itamar assume a presidência.

O que podemos analisar é o jogo politico que envolve a politica brasileira. Não gosto de falar o termo golpe em relação ao Impedimento da Dilma, mas vejo como uma manobra para uma mudança de poder, pois assim como Dilma, FHC chegou a sofrer o mesmo processo em 1999, porém foi arquivado pelo então presidente da câmara, Aécio Neves, do mesmo partido do presidente. Se Dilma e Cunha fossem aliados, esse processo não iria para frente, mas como o governo resolveu ir contra o presidente da câmara, Cunha então resolveu abrir o processo. O STF solicitou também contra o vice-presidente Michel Temer, mas Cunha irá recorrer, ou seja, talvez veremos o processo só pelo TSE, que segue lento. Enquanto isso, Cunha segue cheio de processos, porém ele e seus aliados fazem de tudo para que esse processo não siga adiante.

Não importa o crime que você comete, isso também vale para governos estaduais e municipais. Por mais que tentamos lutar contra isso, não conseguiremos acabar com a corrupção, principalmente enquanto houver o jogo politico e beneficiar aliados e prejudicar seus opositores. Dilma e Collor saíram prejudicados, enquanto Lula e FHC, que tiveram uma base, não. O jogo político está acima de tudo, basta ter aliados suficientes para sair inocente ou opositores para incriminado e enquanto tiver a questão do foro político, o jogo sempre será desse jeito, querendo ou não.


Curta nossa Página: Jovens Cronistas! (Clique)
Foto: Abril.

0 comentários to “Jogo politico transvestido de democracia”

Postar um comentário

 

Razão & Cultura Copyright © 2011 -- Template created by O Pregador -- Powered by Blogger