quarta-feira, 27 de abril de 2016

Meu primeiro beijo



Olá, meu nome é Júlia e tenho 19 anos. Apesar da minha idade onde para muitos é estranho, em nenhum momento pensava em relacionamentos ou o chamado rolo. Nascida em um bairro do subúrbio carioca e dentro de uma família considerada de classe média, sempre me dediquei aos estudos e nos tempos vagos, era os livros e a música me que ocupavam esse espaço.

Entre minhas amigas, pouco se falava de namoros ou sexo, mas com um tempo elas começaram a namorar e eu fui ficando sozinha, sem companhias nos momentos de diversão e conversas, foi então que comecei a me interessar sobre a questão de namorar. Comecei a me entreter mais nas redes sociais, me cadastrei sites de relacionamento como Tinder e Badoo. Nesse período, cheguei conhecer muitos garotos, uns até eram interessantes, porém moravam longe e outros só queriam aventuras e nesse tempo e para minha surpresa, conheci Paulo. Ele tem 23 anos, trabalhava como atendente de uma livraria e estava se formando em arquitetura, enquanto eu estou procurando emprego e estudando no terceiro período de Fisioterapia. Paulo em sim, não era o padrão de beleza, moreno, cabelo curto, olhos castanhos, com mais ou menos 1,70m, porém o que me chamou atenção foi quando estava na livraria que ele trabalha em busca de um livro do Rubem Fonseca, escritor preferido dele. Parece o destino, mas foi por isso que ele me chamou a atenção, já que foi ele que me atendeu e me deu a dica de outros livros do autor.
Conversa vai e conversa vem, trocamos  os contatos e a noite ele resolveu me ligar e até então homem nenhum tinha me ligado para esse intuito e mesmo com o meu desconhecimento sobre relacionamentos, via em Paulo a chance de pelo menos ter o primeiro beijo.

Conversamos por mais ou menos três horas e ficamos quase um mês conversando por torpedos e mensagens via WhatsApp, até que ele resolveu me convidar para sair. Agora começaria a minha preocupação, pois nunca tinha saído com alguém e ele seria a oportunidade, porém não queria demonstrar a minha inexperiência para ele, então resolvi aceitar o convite.

Enfim chegou o dia e Paulo optou para irmos ao então museu do amanhã, inaugurada há cinco dias atrás. Encontrei Paulo na Praça XV, em frente as Barcas e fomos conversando até a Praça Mauá, que está linda após revitalização do local. Ficamos a tarde toda no museu e depois fomos em uma lanchonete e sentia a cada minuto como seria a minha reação caso ele quisesse me beijar. Ficamos um tempo conversando sobre diversos assuntos como livros, música, filmes até chegar no assunto relacionamento.

Paulo comentou que estava solteiro três meses e que tava vindo de um relacionamento de 4 anos e me perguntou se também tinha namorado, ai gelei, mas falei, que sempre dediquei a minha vida aos estudos e nunca tinha me relacionado com alguém. Ele parou por alguns segundos, me olhou e depois sorriu dizendo que entenderia e que achava bacana eu me dedicar apenas isso. Nesse momento fiquei mais tranquila até Paulo se aproximar mais perto, colocando a mão em minha cintura dizendo “e se eu te beijasse agora?” Fiquei sem resposta até ele enfim me beijar, nossa foi maravilhoso e ele como sempre foi carinhoso, talvez tive sorte em esperar até enfim encontrar a pessoa certa. Ficamos quase cinco minutos nos beijando e Paulo me deixou no ponto de ônibus e nos despedimos.

Depois desse dia, eu me sentia outra pessoa, parecia que estava preparada para um relacionamento, após aquele beijo, continuamos nos encontrado e outros beijos vieram até Paulo me pedir em namoro. Hoje estamos juntos quase um ano e quem diria que meu primeiro beijo foi aos 19 anos onde encontrei em uma livraria. Espero que outros venham e que Paulo seja a pessoa certa que por pouco tempo procurei.

Jogo politico transvestido de democracia


Depois de 23 anos, o Brasil está passando novamente em um processo de Impedimento, desta vez é com a presidente Dilma Rousseff, devido o crime das pedaladas fiscais, assim como Collor devido a compra de um FIAT Elba. Assim com Collor, Dilma também enfrentou uma pressão devido as consequências de seu governo. Alta inflação, corrupção e pressão da elite e dos empresários e critica aos seus governos. A diferença foi que Collor tinha uma unânime pressão das ruas e pouco apoio do congresso, enquanto Dilma tem apoio dos movimentos sociais e dos partidos que sempre estiveram junto com o PT.
No congresso, Collor teve uma derrota avassaladora no congresso, enquanto Dilma teve menor diferença de votos. Faço essas comparações porque em ambos, podemos ver o interesse e o jogo político do envolvidos nesse processo. Em 1992, PT, PSDB e PMDB se juntaram contra o governo Collor e solicitaram o pedido do impedimento. Hoje em 2016, PSDB, DEM (que na época era PFL) e PPS (Dissidência do PCB) foram os grandes articuladores para o impedimento da presidente da república. Collor tinha uma grande pressão e poucos aliados, enquanto Dilma ainda tinha um grande apoio, porém com o desgaste, isso veio se perdendo, começando com o rompimento do vice-presidente, assim como Collor. Itamar então, era do mesmo partido, até romper com então presidente e sair do PRN, filiando-se ao PMDB, que na época era oposição. Já com Dilma, o vice é do PMDB, que fora aliado do governo desde a gestão do Lula, mas com a chance de assumir o governo, rompeu com o PT para também ser oposição, junto aos que já faziam parte. Tempos depois, Collor renunciou e Itamar assumiu a presidência, enquanto Dilma poderá ser afastada após o inicio do processo pelo senado e Temer do mesmo PMDB de Itamar assume a presidência.

O que podemos analisar é o jogo politico que envolve a politica brasileira. Não gosto de falar o termo golpe em relação ao Impedimento da Dilma, mas vejo como uma manobra para uma mudança de poder, pois assim como Dilma, FHC chegou a sofrer o mesmo processo em 1999, porém foi arquivado pelo então presidente da câmara, Aécio Neves, do mesmo partido do presidente. Se Dilma e Cunha fossem aliados, esse processo não iria para frente, mas como o governo resolveu ir contra o presidente da câmara, Cunha então resolveu abrir o processo. O STF solicitou também contra o vice-presidente Michel Temer, mas Cunha irá recorrer, ou seja, talvez veremos o processo só pelo TSE, que segue lento. Enquanto isso, Cunha segue cheio de processos, porém ele e seus aliados fazem de tudo para que esse processo não siga adiante.

Não importa o crime que você comete, isso também vale para governos estaduais e municipais. Por mais que tentamos lutar contra isso, não conseguiremos acabar com a corrupção, principalmente enquanto houver o jogo politico e beneficiar aliados e prejudicar seus opositores. Dilma e Collor saíram prejudicados, enquanto Lula e FHC, que tiveram uma base, não. O jogo político está acima de tudo, basta ter aliados suficientes para sair inocente ou opositores para incriminado e enquanto tiver a questão do foro político, o jogo sempre será desse jeito, querendo ou não.


Curta nossa Página: Jovens Cronistas! (Clique)
Foto: Abril.
 

Razão & Cultura Copyright © 2011 -- Template created by O Pregador -- Powered by Blogger