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Depois
da humilhação na semifinal para Alemanha e a derrota da disputa do
terceiro colocado para Holanda, surgiram vários culpados pelo fiasco da
Seleção Brasileira na Copa dentro de casa. Como nas edições anteriores,
volta a palavra “renovação”. Mas o que temos que renovar?
Vamos
iniciar pelo o próprio futebol brasileiro. Nas duas ultimas edições, o
campeão conseguiu a taça rodadas anteriores e vimos uma disputa pelo
rebaixamento mais forte, com clubes de tradição sempre envolvidos.
Depois vimos os campeonatos intercontinentais. Depois de anos, não temos
um clube brasileiro na semifinal da libertadores, sendo que três deles
não conseguiram chegar as oitavas.
Outro
fato é administração. Desde a época de João Havelange, surgiram
histórias de corrupções e interesses políticos, sem falar que o comando é
passado para aliados. Na comissão técnica, sempre aparecem os mesmos
nomes. Desde a copa de 94, vimos os mesmos nomes passando pela seleção
brasileira e só duas copas foram conquistadas nesse tempo.
Agora
vamos ao futebol brasileiro. Dos 23 convocados, apenas três jogam no
Brasil. Os jogadores brasileiros não criam uma identidade com o torcedor
brasileiro e muitos vão para Europa bem jovens. Outra questão é a base
dos clubes. As maiorias dos clubes passam por grandes dificuldades
financeiras, ficam presos a empresários e investidores e poucos
conseguem segurar suas promessas por muito tempo. Outra questão é a
base, muitos clubes brasileiros não têm um centro de treinamento para
uma formação de jogadores, poucos conseguem criar um CT com escolas,
psicólogos e uma comissão que avalie os jogadores. Outra a questão é
treinamento tático, hoje os clubes formam defensores, goleiros e poucos
meias surgem no nosso futebol, algo que fizerem buscar essa posições nos
países vizinhos.
Além
de jogadores, a escassez de técnicos passou a incomodar. Após 98,
surgiram bons técnicos. Luxemburgo, Leão substituíram Zagallo, mas sem
sucesso, apenas com Scolari conseguiram trazer o pentacampeonato. Desde
86 não vimos uma continuidade na comissão técnica. Equipes como
Alemanha, Espanha e Uruguai tiveram os mesmos técnicos da copa passada.
Sem essa continuidade, sempre atrapalha na hora de formações táticas e
até uma continuidade de um elenco.
O
futebol brasileiro desde 98 vive apenas de jogadores individuais e
pouca coletividade e no futebol moderno é preciso ter uma mudança e
urgente, pois não podemos viver de um ou dois jogadores, se não existe
uma equipe para conseguir alcançar o objetivo.
A evolução do futebol alemão
Após a eliminação da
primeira fase da Eurocopa em 2000, a federação alemã resolveu fazer uma
revolução dentro do seu futebol. A partir daquela eliminação, a
federação de futebol alemão investiu bilhões no futebol, assumiu todos
os centros de treinamentos no, empregou técnicos e deu esperança de
milhares de alemães tentarem a sorte no futebol, assim fez com os filhos
de imigrantes que moram no país. Desse projeto, surgiram nomes como
Thomas Muller, Ozil, Boateng, Kroos, Khedira e entre outros.
Outro
fato foi manter o preços dos ingressos, proibição de empresários em
comprar as equipes como na Inglaterra, o Fair Play financeiro, além do
fortalecimento da Bundesliga, que hoje tem a maior média de publico
entre os campeonatos nacionais. Além disso, os clubes passaram a
investir em jogadores locais.
Esse
planejamento em médio prazo, colocou a equipe alemã na final da Copa em
2002, e da Euro em 2008, além das semifinais do mundial em casa em 2006 e
2010 na Africa e da Euro em 2006. E agora os frutos vieram e chegam a
sua oitava final de Copas. Espero que essa revolução siga de exemplo
para o futebol brasileiro ou seremos como o Uruguai que vive de glórias,
mas não mete medo em ninguém.
O Caminho
Felipão e sua comissão técnica caíram, e apesar de
sermos favoráveis á continuidade do trabalho, pela forma com que vinha
sendo conduzido, de forma frouxa, dando mais atenção á um veículo de
comunicação do que ao trabalho nos treinos, trabalhando pouco e errado,
além da questão dos erros que não se admitem e da falta de jogadas.
Nesse
momento de queda do comando técnico, muitos enxergam (corretamente) que
é importante trazer um trenador estrangeiro, para agregar novas
filosofias de futebol ao Brasil. Nossos treinadores estão atrasados, a
única opção realmente moderna que se vislumbra seria Tite, mas há um conflito político na CBF que dificulta sua vinda, a expectativa é de que Alexandre Gallo siga
interinamente no comando até o fim do ano, esse seria tempo suficiente
para raciocinar, entender que precisamos melhorar nossa base de
jogadores e atletas, precisamos fortalecer nossa Liga, precisamos
melhorar muitos aspectos, senão o Penta, do qual tantos nos vangloriamos
será o último degrau que teremos subido.
O
que deveria mesmo mudar no futebol Brasileiro não irá, que é essa
dinastia nociva, nem após tomar 7 da Alemanha, a corja que ai está no
comando pede para sair, e o "telefone vermelho" que tem Ricardo Teixeira do outro lado da linha, seguirá tocando na sede da CBF.
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Edição Final: Adriano Garcia