sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Entrevista exclusiva com o candidato a vereador da cidade do Rio de Janeiro Professor Filipe



O Blog Razão e Cultura entrevistou na última quarta-feira (28) o candidato a vereador Professor Filipe do PSDC, um  dos professores de geografia mais conhecido na região da Zona Oeste da Cidade.


Professor Filipe é um combativo militante em defesa da educação, além de melhorias na Zona Oeste do Rio de Janeiro e outras pautas como saúde, mobilidade urbana e políticas públicas e esse ano será uma das apostas do PSDC e para aqueles que buscam uma renovação da política e trabalho sério dentro da câmara de vereadores.


Comente sobre a sua história e trajetória política e quais foram os motivos para querer se candidatar?

Comecei a ter contato com a política através do meu pai em 1988 e com tempo também passei a me interessar nesse campo, efetivamente me fazendo escolher ser professor de geografia. Nesse período vi de perto o descaso com a educação e seus profissionais da área, porém minha cidade tem muito mais problemas do que o descaso com a educação. Por isso aceitei o convite para ser candidato.


A mobilidade urbana da região foi prejudicada devido ao encurtamento e fim das linhas por causa do BRT e boa parte da frota não possui linhas com ar-condicionados, além disso, boa parte da população utiliza transporte alternativo como Vans e Moto Taxis. Quais as suas propostas?


A mobilidade da região precisa ser repensada e ser analisada cada caso, mas se eleito lutarei contra o fim das linhas que serão retiradas por causa do BRT, principalmente as linhas que vão para o Centro da Cidade. Outro projeto e o valor único de R$3,80 durante 2 horas e meia e todos os meios de transportes como BRT, metrô, trens, etc.... Interligação dos transportes alternativos com a linhas ferroviárias, criação de bicicletários nas linhas do BRT, além do aumento da malha cicloviárias e o fim da dupla função dos motoristas de ônibus.


Vamos falar de educação, já que foi professor por muitos anos. Qual são seus objetivos para o melhoramento nessa área?


Primeiro corrigir no que está errado como o funcionamento pleno dos colégios municipais existentes e criação de creches e espaço de desenvolvimento infantil (EDIs), além disso, acho importante o acesso de moradores e alunos nas escolas nos finais de semana para o desenvolvimento e qualificação criança e do adolescente, ale do adulto e do idoso como reforço escolar, pré-vestibular e Ensino de Jovens e Adultos, além de cursos extracurriculares como informática, línguas estrangeiras garantindo certificado e outras práticas como esportes, artes marciais e aulas de música. Não podendo esquecer da educação especial e pressionar a prefeitura para a convocação de professores auxiliares e expandir o número de estagiários, além de valorizar os profissionais por meio de formação continuada e aumento de recursos disponíveis. Não só na área de educação, mas também na área da saúde.


Falando em saúde, quais são suas propostas tanto na saúde como na área de políticas públicas?


Para saúde quero implantar o programa nos bairros com equipes multiprofissionais voltada para campanhas de prevenção e diagnósticos de doenças, diminuir as filas de espera para consultas e exames mediante o uso de tecnologias e parcerias com o governo estadual e federal, além de contratar novos profissionais e investimentos nos programas de prevenção a saúde. Outros projetos são ônibus itinerantes nos bairros para realizações de exames, melhorar a cobertura de medicamentos e criação das alas de atendimento infantil, separando das crianças. Nas políticas públicas quero criar um conselho de moradores para que a cidade seja pensada por quem mora no bairro, cobrar o prefeito o saneamento dos bairros, exoneração dos cargos e taxas trabalhistas para criação de mais empregos, retornar com os guardas municipais dentro das escolas e nos bairros garantindo segurança do cidadão e melhoria da iluminação de ruas e praças.


Obrigado candidato, para finalizar, agora fale em poucas palavras o porque da população votar em você?


Sou uma nova opção a uma velha política e vote 27277.

Debate Rede Globo a Prefeitura do Rio de Janeiro

Na noite de quinta-feira (29), foi realizado pela Rede Globo, o quarto e último debate desta corrida para Prefeitura do Rio de Janeiro. O debate foi mediado pela apresentadora Ana Paula Araújo.

Desta vez o programa foi o mais tenso que nos debates anteriores, muito pela conduta da Jandira Feghalli, que continuou adotando uma campanha nacionalizada em relação ao impedimento da ex-presidente Dilma Rousseaf e trocas de farpas entre os candidatos Marcelo Freixo e Pedro Paulo, que estão empatados tecnicamente nas pesquisas de intenções de votos, além dos ataques contra o candidato do PMDB indiretamente e o clima de torcida entre os convidados que estavam na platéia.

O debate teve vários confrontos. No início teve entre Jandira e Pedro Paulo trocando ofensas e cada um pedindo o direito de resposta. Depois foi a vez do Pedro Paulo e Marcelo Crivella, onde o candidato do PRB sugeriu que ele trocasse de partido, além de rebater as alianças com Garotinho e a ligação com Bispo Macedo e a Igreja Universal falando sobre as alianças com PMDB com empreiteiras e a ligação do partido com os casos de corrupção como a Lava Jato. O embate mais tenso no debate foi entre Marcelo Freixo e novamente Pedro Paulo. O candidato do PSOL lembrou das duas mortes ocorridas da ciclovia Tim Maia, além de sempre bater na tecla ao falar do Planeta Pedro Paulo, que rebatei sobre a agressão do assessor de Marcelo Freixo, condenado pela Lei Maria da Penha, que rebateu falando que exonerou seu funcionário, enquanto o candidato do PMDB foi promovido a concorrer as eleições da prefeitura. No final ainda teve o Marcelo Freixo rebatendo a vice do Pedro Paulo Cidinha Campos, que estava na platéia, falando que ela não gostava dele, enquanto a sua neta gostava. Fora isso e o ataques a Pedro Paulo, que ao meu ver saiu derrotado no debate, foi ameno entre os candidatos, principalmente quando se elogiavam e fizeram dobradinha para atacar o candidato do PMDB.

Apesar de um debate mais ideológico do que propostas em prol da cidade algumas coisas foram citadas pelos candidatos, quanto eles não estavam trocando carinhos. 

Agora vamos falar dos candidatos que estavam presentes no debate:

Marcelo Crivella (PRB): Começou com o mantra em sua campanha como cuidar das pessoas. Falou sobre o projeto dos CIEPs criados por Brizola e citando que foi destruída pelo PMDB na época de Moreira Franco precarizando o modelo que pertencia a gestão anterior, também falou sobre a reclamação das pessoas com a péssima qualidade do transporte que afetava a todos os usuários.

Marcelo Freixo (PSOL): Começou o debate criticando a saúde, como o alto número de casos de tuberculose na cidade e prometendo melhorar os salários e as condições de trabalho aos profissionais da saúde e fala que anarquia é o que a gestão PMDB faz em alusão as indiretas do Pedro Paulo, também falou em rever os contratos com as OSs e que não vai fechar a clínica da família. Também questionou sobre o combate as milícias, citando que é máfia e quem sofre são os moradores da Zona Oeste e falar em combater como enfraquecer a economia deles, além disso, falou sobre o desemprego no Rio e falou em investir em grandes obras de saneamento, empregando os moradores dos próprios bairros e de moradia popular no Centro da cidade.

Jandira Feghalli (PC do B): Começou o debate nacionalizado a questão do impedimento da Dilma Rousseaf, recebeu o direito de resposta da Rede Globo, Depois falou em saúde como fazer obra de saneamento e inflaestruturas nas áreas mais urbanas, incorporando as favelas na cidade através do seu projeto Nova Brasil.

Flávio Bolsonaro (PSC): Nada de diferente nos outros debates, começou falando de segurança e armar a guarda municipal, treinar e trazer os reservas do ultimo concurso. Defendeu o Escola Sem Partido e criticando a ideologia de gênero.

Pedro Paulo (PMDB): Começou falando sobre coisas positivas que fez na gestão do Paes e quando foi questionado sobre saneamento, falou que vai usar a iniciativa privada para acelerar o processo e comentou sobre áreas tratadas de uma forma inteligente.

Índio da Costa (PSD): Começou falando em querer entender o que acontece com eleitor sobre os problemas e dificuldades da cidade, prometendo criar um aplicativo de celular. Falou também em limpar a Lagoa Rodrigo de Freitas.

Alessandro Molon (Rede): Começou o debate se dirigindo aos professores, lembra da repressão da prefeitura e prometendo melhorias na educação e a criação de novas creches na cidade. Falou também sobre o legado olímpico citando Londres que escolheu um dos lugares mais pobres o parque olímpico, criticando o Rio de escolher a área mais rica e aposta no turismo, oferecendo mais empregos, cultura e deixando as ruas mais seguras, além do investimento em coleta e tratamento de esgoto para toda cidade. Falou sobre os gastos públicos e prometeu transparência e fiscalização. Falou sobre aproveitar as universidades e centros de pesquisas para gerar empregos. Sobre segurança, falou sobre um planejamento de segurança pública para cada território onde tem a guarda municipal distribuindo uma forma inteligente em parceria com a Polícia Militar.

Carlos Osório (PSDB): Osório começou atacando as promessas de Pedro Paulo sobre a criação de novas escolas. Falou sobre a regulamentação do Uber, incluindo um limite de carros, além de cobranças de impostos. Prometeu preparar a cidade em todas as esferas, o investimento em saneamento gerando mais ou menos 58 mil empregos.

O que esperar nas eleições?

Foram menos de dois meses de campanha, quatro debates televisivos e outros debates em diversos lugares na cidade, várias sabatinas e campanhas diárias. Apesar do esforço de cada candidato, a nacionalização na eleição da cidade foi o mais comentado, além da segurança e dos processos que alguns deles tem, não esquecendo os padrinhos de cada um que podem dar e tirar votos dos candidatos e a polarização direita e esquerda tão comentado nos últimos anos. Oito candidatos com chances, mas somente dois chegarão no segundo turno. Crivella é quase certo, tem poucas chances de vencer no primeiro turno, mas acho improvável, assim como não chegar ao segundo turno. Freixo e Pedro brigam pela segunda vaga, mas o candidato sofre pela rejeição da população com a esquerda, além da própria divisão dela. Pedro Paulo pela questão em relação a sua ex-mulher e queda da popularidade do prefeito Eduardo Paes, em que ele fez parte. Creio que Jandira e Índio tem pouquíssimas chances, assim como Osorio e Molon, porém o ultimo citado foi bem no ultimo debate e pode “roubar” votos do Freixo e da Jandira. Bolsonaro corre por fora, mas pela popularidade do seu pai e falta de ordem onde muitos querem de volta, além nas regiões mais pobres que sofrem com alto índice de violência. Dia 2 está em aberto e falarei sobre isso após a eleições. 

Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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domingo, 11 de setembro de 2016

Debate Rede TV a Prefeitura do Rio de Janeiro


Na noite de sexta-feira (9), foi realizada pela Rede TV em parceria com UOL, Veja e Facebook, o segundo debate desta corrida para Prefeitura do Rio de Janeiro. O debate foi mediado pelas apresentadoras Mariana Godoy e Amanda Klein e contou também com a participação de jornalistas dos três veículos de comunicação que participaram do evento realizando pergunta aos candidatos, além da pergunta da população.

Desta vez o programa foi mais tenso que no primeiro debate realizado pela TV Bandeirantes (Clique aqui), muito pela conduta da Jandira Feghalli, que adota uma campanha nacionalizada em relação ao impedimento da ex-presidente Dilma Rousseaf e trocas de farpas entre os candidatos Marcelo Freixo e Flávio Bolsonaro, além do Crivella e Indio da Costa, como no primeiro debate realizado pela Band.

Apesar de um debate mais ideológico do que propostas em prol da cidade algumas coisas foram citadas pelos candidatos, quanto eles não estavam trocando carinhos. Abaixo segue algumas análises:

Educação: Apesar de ser um dos principais temas da cidade e um dos principais problemas, poucos foram a propostas apresentadas pelos candidatos, mas todos focaram na educação integral. Pedro Paulo usou as escolas criadas pela gestão Paes, como os EDIs e prometeu criar mais escolas, ampliando para regiões da Zona Oeste e Zona Norte. Outra questão citada foi a Escola Sem Partido do Flávio Bolsonaro, alegando que há uma doutrina ideológica nas escolas e que se o aluno for contra a posição do professor, leva uma nota zero. Nessa questão, Alessandro Molon falou em interligar o ensino com as vilas olímpicas e as Naves do conhecimento, colocando mais atividades aos alunos e evitando que fiquem nas ruas, como a preocupação de segurança perguntada por uma telespectadora.

Mobilidade Urbana: Como morador da Zona Oeste, creio que a região foi uma das mais prejudicadas e a menos citada no debate. Para Pedro Paulo ouve uma grande transformação nos transportes públicos com a criação dos BRTs e do VLT e com isso sofreu ataques com a ampliação do VLT até a Gávea. A mobilidade foi um tema que deixaram a desejar e não aprofundaram nos debates, pois muitos resolveram atacar a ligação da gestão PMDB com os cartéis dos ônibus e a única coisa citada foi a relação das vans que não foram legalizadas e que seria importante para o tema na questão do uso dos modais. Outra polêmica que tem envolvido muitas cidades do mundo e no Rio não seria diferente, foi a questão do UBER, onde Pedro Paulo se posicionou contra e a favor dos taxistas, enquanto o outros candidatos se posicionaram a favor.

Segurança: É um tema restrito e pouco a prefeitura pode fazer já que o assunto pertence ao Estado e Governo Federal, porém querer armar a Guarda Municipal como o Flávio Bolsonaro, que na sua visão serviria para proteger a população de pequenos delitos. Em outra visão vem o Pedro Paulo falando em equipar e treinar, além de colocar a guarda presente em alguns bairros contra pequenos furtos, enquanto Molon defende que as ruas deveriam estar iluminadas, pois estariam cheias e teria uma diminuição de crimes.

Agora vamos falar dos candidatos que estavam presentes no debate:

Marcelo Crivella (PRB): Começou criticando a falta de saneamento do governo anterior, prometendo resolver o problema, além da coletagem do Lixo e Gari comunitário, além da uma dobradinha com Freixo citando a denúncia, revelada por VEJA, de que o programa de governo do candidato do PMDB é copiado de um estudo pago pela prefeitura por 7 milhões de reais. Também falou sobre o sistema funerário e o alto custo de pagar o velório, além de criar uma parceria com a Santa Casa, também criticando a demora de enterrar os mortos e a falta de vagas nos cemitérios escolhidos.

Marcelo Freixo (PSOL): Começou falando sobre a falta de inspetores e porteiros nas escolas públicas, além de criticar a questão de armar a guarda municipal, mas não respondeu sobre os moradores de ruas.
Jandira Feghalli (PC do B): Falou pouco e decidiu atacar os adversários que foram a favor de impedimento, além de defender o fim das OSs, a criação de um terceiro turno nas clinicas da família.
Flávio Bolsonaro (PSC): Pouco fez e foi mais ideológico do que apresentou propostas, decidiu atacar o índio da Costa por causa das doações, defendeu em arma a guarda municipal, criticando as propostas dos adversários em questão da iluminação. Falou também da doutrinação partidária e defesa do Escola sem Partido, além da política de drogas com a ajuda das igrejas, onde do meio do debate resolveu se denominar batista.
Pedro Paulo (PMDB): Sofreu ataque de todos os lados e continuou com as mesmas propostas do debate anterior: Falou em criação de novas escolas, afirmou ser contra o Uber defendendo os taxistas e prometendo melhor seus serviços e falou em equipar e treinar a guarda municipal, além de colocar a guarda presente em alguns bairros contra pequenos furtos.

Índio da Costa (PSD): Começou falando que trocaria dez olimpíadas por melhoria da vida do carioca, respondeu o Flavio Bolsonaro sobre as doações e criticando o marketing de extrema direita feita pelo adversário e falou que além da educação em tempo integral, citou a importância das naves de conhecimento e das vilas olímpicas para tirar as crianças da rua.

Alessandro Molon (Rede): Começou o debate falando sobre o Pedro Paulo e outro planeta que ele vive, menos na cidade do Rio de Janeiro. criticou aqueles que não respeita as pessoas com deficiência, falando sobre as calçadas da cidade interligar a guarda municipal com a polícia, além de defender a iluminação pública e a política de esportes para as comunidades como forma de combater o tráfico.

Carlos Osório (PSDB): Falou sobre a licitação das vans que não atende a população, em terminar a indústria de multas investindo em tecnologias nos sinais.

Ainda acho complicado de ter uma opinião sobre o debate, mas o que vimos é que a política federal influenciará e muito até o dia das eleições e por mais que alguns ainda não querem colocar em seus planos, fica sendo obrigado a debater. Outro ponto é a segurança, que é de importância estadual ser o principal tema dos candidatos. A educação não sai da velha promessa da Escola Integral e a mobilidade e saúde está nas mãos de Cartéis e OSs, mas com poucas promessas para aprimorar essas áreas.

Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.


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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Pobre Democracia Brasileira


Desde 1889 quando o Brasil proclamou a república e se tornou um país democrático, muitos presidentes não conseguiram completar os seus mandatos e apenas três foram eleitos e terminaram seu mandato: Juscelino, Fernando Henrique Cardoso e Lula, entretanto, o país que segue o sistema presidencialista, onde deveriam terminar o seu mandato não consegue por causa de interesses de determinados grupos e o enfraquecimento da sua base aliada, obrigando a renunciar ou ser impedido, como o ocorrido na ultima terça-feira com o impedimento da presidente Dilma Rousseaf (Clique Aqui), entrando para mais uma história triste da nossa democracia brasileira, que desde o marechal Deodoro da Fonseca, derrubado pelas Forças Armadas depois de fechar o Congresso, até Fernando Collor de Mello, que renunciou em 1992 após ver seu impeachment aprovado pela Câmara, antes do ocorrido com a Dilma.

Abaixo os presidentes que foram impedidos ou renunciaram:

Marechal Deodoro da Fonseca (1891) 

O marechal liderou o levante das Forças Armadas que derrubou Dom Pedro 2º em 1889, se tornando o primeiro presidente da República, porem seu governo durou apenas dois anos governou provisoriamente até fevereiro de 1891, quando foi eleito indiretamente, mas sem apoio dos parlamentares, fechou o congresso. Outro marechal, o vice-presidente Floriano Peixoto, contou com apoio da Marinha, obrigando a Deodoro, que acabou renunciando. 

Washington Luís e Júlio Prestes (1930)
Eleito em 1926, Washington Luís foi o último presidente da República Velha, conhecida pelo domínio das oligarquias paulista e mineira no poder. Washington Luís enfrentou a crise internacional de 1929, que afetou diretamente a exportação brasileira de café, e resistência dos militares, mas conseguiu eleger seu sucessor, o então governador paulista, Júlio Prestes, no pleito de 1930, que venceu a eleição em março, derrotando Getúlio Vargas, em um pleito marcado por denúncias de fraude e rachas entre as oligarquias. Com a derrota e apoio dos militares, Vargas foi até a capital exigir a saída de Washington Luís, deixando o Palácio do Catete preso, rumo ao Forte de Copacabana. 

Getúlio Vargas (1945 e 1954) 

Líder da revolução de 1930, Vargas foi presidente do Brasil até 1934 de forma provisória. Depois foi eleito de forma indireta ficando até 1938, porém no anterior ele estabeleceu o Estado Novo, ficando até 1945, mas sem apoio e enfrentando uma forte oposição, reestabeleceu a democracia, permitindo a volta dos partidos e convocando novas eleições, porém, foi deposto sem ter os direitos cassados, sendo eleito como senador até 1951, quando foi eleito novamente presidente, mas com oposição de militares, empresários e de políticos, como Carlos Lacerda, da UDN e em meio a denúncias de corrupção envolvendo seu governo, Vargas enfrentou e superou um processo de impeachment em junho de 1954. Em 5 de agosto, no entanto, a situação se agravou após o Atentado da Rua Tonelero contra o Lacerda, que vitimou o major da FAB Rubens Vaz. O ato foi supostamente orquestrado pela segurança de Getúlio. Mesmo acuado por políticos e militares, ele se recusou a renunciar e sem alternativas deu um tiro no peito no Palácio do Catete em 24 de agosto. Sua morte provocou comoção popular e reverteu a onda de rejeição a Vargas por causa das polêmicas em seu segundo mandato, levando o presidente ao status de herói nacional. 

Carlos Luz (1955) 

Com a morte de Vargas, o vice-presidente Café Filho assumiu o cargo, mas a tensão política persistiu e nas eleições de 1955, venceu a chapa formada por Juscelino Kubitschek (PSD) e João Goulart (PTB), por uma pequena vantagem sobre Juarez Távora (UDN). Com a derrota, a UDN e a oposição tentou articular um golpe para evitar que Juscelino assumisse o poder e em novembro de 1955, 50 dias antes da posse de JK, Café Filho se afastou por motivos de saúde. O presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, herdou o cargo interinamente, mas foi deposto três dias depois pelo general Henrique Lott, com apoio do Congresso, pela acusação de conspirar contra JK. "Carlos Luz disse que o Juscelino não podia ser considerado legítimo conseguindo só 35% dos votos", tentou reagir, mas desistiu. Com o país em estado de sítio, Nereu Ramos, vice-presidente do Senado, assumiu o cargo até a posse de JK. 

Jânio Quadros (1961) 

De ascensão meteórica, Jânio venceu as eleições de 1960 com apoio da UDN e votação recorde, mas desde o início sofreu forte oposição no Congresso, mesmo com promessa de caçar os corruptos, caiu no mesmo ritmo da alta dos preços no país e ainda reatou as relações com a União Soviética e homenageou Che Guevara, desagradando militares, os Estados Unidos e a UDN, preocupados com a relação de Jânio com países e líderes socialistas, ficando sem apoio do Congresso, renunciando em 25 de agosto de 1961 e o vice-presidente João Goulart assumiria a presidência.

João Goulart (1964) 

João Goulart, ex-ministro de Vargas ligado ao sindicalismo, sofria uma oposição ainda maior, tanto civil quanto militar que Jânio Quadros. Goulart estava na China no dia da renúncia de Jânio e só voltou quando o Congresso aprovou uma emenda institucional que instaurou o parlamentarismo. Em janeiro de 1963, Jango convocou um plebiscito que decidiu pelo retorno do presidencialismo, retomando seus poderes de presidente. Mesmo assim, Goulart continuou sem apoio parlamentar e tentou mobilizar as classes populares para conseguir governar. Em março de 1964, com o país polarizado, Jango discursou na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, falando sobre a intenção de promover a reforma agrária, provocando a ira dos militares, empresariado, Igreja Católica, imprensa e setores conservadores que se uniram, sob o temor das reformas de base e de um regime socialista, e Goulart foi deposto pelo Exército entre 31 de março e 2 de abril, quando partiu para o Uruguai.

Fernando Collor (1992) 

Primeiro presidente no poder ficou menos de três anos no poder. O país enfrentava um momento de grave crise econômica, com hiperinflação, e as primeiras medidas de Collor para conter a recessão foram congelar preços e salários e confiscar os depósitos bancários, perdendo o apoio popular e do Congresso e com as denúncias de um esquema de corrupção comandado por Paulo César Farias, seu tesoureiro na campanha presidencial, abalaram o governo, que sofreu um processo de impedimento. Em meio a grandes manifestações pela saída de Collor, foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 29 de setembro de 1992, sendo afastado da presidência, dando lugar ao vice Itamar Franco. Collor renunciou em 29 de dezembro, um dia antes de o Senado votar a favor do impedimento e da perda de mandato.

Depois do impedimento do Fernando Collor, Fernando Henrique e Lula sofreram diversas pressões e sobreviveram a vários entradas processos de impedimentos, mas com a base aliada fortalecida, não foram para frente, coisa que não ocorreu com a Dilma, que no decorrer da história da nossa democracia, se viu enfraquecida, sem apoio popular e do congresso, se tornou mais um da lista dos presidentes que perderam o seu mandato e apesar do que vimos nesse artigo, foram vitimas de um jogo político que em vez de solucionar as crises que o Brasil viveu, aceitando o mandato até o fim, conforme pede o presidencialismo, preferem pressionar até que seja impedido ou renunciado e parece que será assim em nossa democracia, que infelizmente é triste e ninguém deve querer mudar.

Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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