quarta-feira, 11 de maio de 2016

O ódio e Jair Bolsonaro


No dia 14 de abril, na votação do impedimento da presidente Dilma Roussef na Câmara dos deputados, um comentário durante a votação gerou repulsa a muitos brasileiros. O discurso do Deputado Federal Jair Bolsonaro lembrando o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Mas apesar do discurso, a página do então torturador no inicio da década de 70 cresceu de admiradores e com isso nomes como Marighella e Lamarca voltaram a ser comentados entre aqueles que hoje se denominam anti-comunistas, que é uma das principais pautas de ataques da família Bolsonaro.

Mas não só os comunistas são atacados. Há anos, outras minorias como negros, LGBTs, Índios, Mulheres e entre outros são atacados pela sua militância, pois é bem comum ver postagens contra cotas, ações sociais como Bolsa Família e a maioridade penal. Esses discursos de ódio em sua maioria vêm na base de “memes”, palavras de baixo calão e sem argumentos, quando são refutados, eles atacam te chamando de “petralhas”, “feminazis”, “comunistas de merda” e entre outras coisas como “vai para cuba” e etc. Mas no que de fato Bolsonaro e seus seguidores podem incomodar para o futuro da política brasileira?

Jair Bolsonaro será candidato a presidente em 2018 e seu filho, Flávio Bolsonaro candidato a prefeito da cidade do Rio de Janeiro esse ano. Até a publicação, o pai está mais ou menos com 6% nas intenções de votos, ocupando a quarta posição e o filho tem 5% na quinta posição. Politicamente, eles não terão representatividade e nem apoio político para que alcancem os postos no executivo, porém a cada discurso da família, cresce o o número de simpatizantes, basta analisar o numero de votos pré e pós as redes sociais que veremos a diferença. Antes, tinham votos fixos, de determinadas classes, hoje conseguem ser os mais votados devido ao crescimento de simpatizantes, que entre eles são aqueles que acham que os comunistas vão tomar o Brasil, algo que nunca aconteceu nem na ditadura e nem no governo PT, além do incomodo da militância LGBT e feminista, que apenas lutam por seus direitos, algo que supostamente a família é contra.

Nessa base, podemos ver o que eles hoje representam para seus militantes e defensores. Claro que Bolsonaro quer holofotes e minutos de fama, mas seus discursos viram um mantra para quem defende suas falas e com isso, já é costume vermos nas redes sociais discursos de ódio, além de ataques para aqueles que tanto criticam. Muitos deles talvez estejam cansados pela crise política, a violência diária e toda corrupção que está acontecendo no Brasil, mas muitos acabam vendo nele uma solução, o que evidentemente não é, assim analisamos que muitos deles, tem pouco conhecimento político e econômico ou até nenhum nota-se isso nos discursos,  essas pessoas achando que é o remédio para a doença que supostamente se chama comunismo, achando por exemplo, que existe um plano bolivariano, junto com o Foro de São Paulo para tomar o Brasil e América do Sul. Além disso, aplaudem tudo que eles postam em suas redes sócias. Jair por exemplo nos debates é fácil de contradizer e ser refutado, assim como na entrevista no Jô Soares e na resposta da revista Nova Escola, quando ele resolveu criticar a educação e o tal “kit gay” que ele tanto fala, com isso e até pensamentos fascistas, usa-os como uma forma de se promover, aumenta com seu discurso autoritário  o ódio aos comunistas, as minorias e tudo social que tenha sido feito nos últimos anos, lembrando um pouco a política inicial de Hitler e Mussolini após a primeira guerra, é bem preocupante.

Esses discursos vêm afetando o dia a dia do brasileiro. LGBTs continuam sendo agredidos nas ruas, pessoas aos vestirem vermelho ou até ao comprarem livros de cunho comunista, são hostilizados pelo simples fato de usar algo que contradiz o pensamento deles e além disso, políticos, artistas e militantes de esquerda são agredidos verbalmente nas redes sociais e estabelecimentos como restaurantes e aeroportos e ninguém da família Bolsonaro, por exemplo, se posiciona para que essas coisas não acontecem, alias, colocam mais lenha na fogueira, como uma postagem do Jair, comentado sobre as manifestações em seu apartamento, mostrando mais ódio entre seus seguidores e provocando para um confronto entre as militâncias.
Esse discurso vindo da Família Bolsonaro e sua militância realmente preocupam, mas como diminuir isso? Talvez dar menos ibope aos seus comentários ou tentar cassar seu mandato, mas nenhuma das duas opções se concretizará e assim ficarão mais fortes, podendo enfim ganhar uma eleição para cargo executivo e alguma eleição futura. Então precisamos pensar até quando vai a libertinagem verbal do Bolsonaro, analisar até que ponto influenciará para a sociedade, que de fato, é carente de “heróis”, seja ela qual for. Claro que para ele, como político e até o uso de seu marketing, vai ganhando notoriedade na política, algo que ele não tinha antes das redes sócias, sem aprovar nenhum projeto em quase 20 anos no legislativo, porém suas palavras têm grande poder, podendo gerar conseqüências sérias como mortes e tragédias.

*Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim.

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Foto: Agência Brasil.

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