quarta-feira, 27 de abril de 2016

Jogo politico transvestido de democracia


Depois de 23 anos, o Brasil está passando novamente em um processo de Impedimento, desta vez é com a presidente Dilma Rousseff, devido o crime das pedaladas fiscais, assim como Collor devido a compra de um FIAT Elba. Assim com Collor, Dilma também enfrentou uma pressão devido as consequências de seu governo. Alta inflação, corrupção e pressão da elite e dos empresários e critica aos seus governos. A diferença foi que Collor tinha uma unânime pressão das ruas e pouco apoio do congresso, enquanto Dilma tem apoio dos movimentos sociais e dos partidos que sempre estiveram junto com o PT.
No congresso, Collor teve uma derrota avassaladora no congresso, enquanto Dilma teve menor diferença de votos. Faço essas comparações porque em ambos, podemos ver o interesse e o jogo político do envolvidos nesse processo. Em 1992, PT, PSDB e PMDB se juntaram contra o governo Collor e solicitaram o pedido do impedimento. Hoje em 2016, PSDB, DEM (que na época era PFL) e PPS (Dissidência do PCB) foram os grandes articuladores para o impedimento da presidente da república. Collor tinha uma grande pressão e poucos aliados, enquanto Dilma ainda tinha um grande apoio, porém com o desgaste, isso veio se perdendo, começando com o rompimento do vice-presidente, assim como Collor. Itamar então, era do mesmo partido, até romper com então presidente e sair do PRN, filiando-se ao PMDB, que na época era oposição. Já com Dilma, o vice é do PMDB, que fora aliado do governo desde a gestão do Lula, mas com a chance de assumir o governo, rompeu com o PT para também ser oposição, junto aos que já faziam parte. Tempos depois, Collor renunciou e Itamar assumiu a presidência, enquanto Dilma poderá ser afastada após o inicio do processo pelo senado e Temer do mesmo PMDB de Itamar assume a presidência.

O que podemos analisar é o jogo politico que envolve a politica brasileira. Não gosto de falar o termo golpe em relação ao Impedimento da Dilma, mas vejo como uma manobra para uma mudança de poder, pois assim como Dilma, FHC chegou a sofrer o mesmo processo em 1999, porém foi arquivado pelo então presidente da câmara, Aécio Neves, do mesmo partido do presidente. Se Dilma e Cunha fossem aliados, esse processo não iria para frente, mas como o governo resolveu ir contra o presidente da câmara, Cunha então resolveu abrir o processo. O STF solicitou também contra o vice-presidente Michel Temer, mas Cunha irá recorrer, ou seja, talvez veremos o processo só pelo TSE, que segue lento. Enquanto isso, Cunha segue cheio de processos, porém ele e seus aliados fazem de tudo para que esse processo não siga adiante.

Não importa o crime que você comete, isso também vale para governos estaduais e municipais. Por mais que tentamos lutar contra isso, não conseguiremos acabar com a corrupção, principalmente enquanto houver o jogo politico e beneficiar aliados e prejudicar seus opositores. Dilma e Collor saíram prejudicados, enquanto Lula e FHC, que tiveram uma base, não. O jogo político está acima de tudo, basta ter aliados suficientes para sair inocente ou opositores para incriminado e enquanto tiver a questão do foro político, o jogo sempre será desse jeito, querendo ou não.


Curta nossa Página: Jovens Cronistas! (Clique)
Foto: Abril.

quinta-feira, 24 de março de 2016

As manifestações e a crise politica no Brasil



Neste último domingo para a mídia, a manifestação do dia 13 de março de 2016 foi a maior da história política do Brasil, passando até a manifestações das Diretas Já, mas os interesses políticos para os dias de hoje são bem diferentes das outras que fizeram parte da nossa política.

O cenário político hoje é o mais complicado e indeciso possível. A corrupção está em toda parte do nosso país, passamos por uma crise econômica com mais de 9 milhões de desempregados, considerada a maior dos últimos anos. A crise econômica está em quase todos os setores, além da alta do dólar. Podemos considerar como os principais problemas atuais em nosso país, pois ainda tivemos um mosquito que já era um problema com uma doença, agora traz três doenças, uma educação precária, com escolas abandonadas e professores mal remunerados e claro, a segurança, com um aumento de assaltos e assassinatos em alguns estados como o Rio de Janeiro por exemplo, isso faltando alguns meses para as olimpíadas. Com todos esses motivos, poderiam ter sido essas as principais reivindicações dessas manifestações, mas não foram.

Assim como toda democracia, toda manifestação é considerada legitima, mas o que vimos é um show de horrores e o famoso bordão como “faltaram as aulas de história”. Claro que a situação política que envolve o governo,sobretudo o Partido dos Trabalhadores gera motivos para irmos nas rua, mas o PT não é o único envolvido na corrupção que mancha a história do país desde a época da colônia. O que não podemos é culpar apenas um partido e isentar outros, como o PMDB, que sempre esteve no governo em quase todo o período desde a redemocratização em 1989, o PSDB, que também tem políticos citados na Lava Jato, além do roubo da merenda em São Paulo e o caso do "Tremsalão", além disso, outros partidos como PP, que até semanas atrás era o partido do Jair Bolsonaro e DEM, também fazem parte da história da corrupção do país. Esses não foram citados entre os milhões que foram para as ruas, apenas um grupo chegaram a vaiar Aécio Neves e o Geraldo Alckmin. Além disso, vimos também alguns grupos que defendem o fim do comunismo no Brasil, algo que não existe no país, como a intervenção militar e a volta da ditadura. Vendo essas coisas, fica até difícil de acreditar que ainda há pessoas que defendem isso.

Não há defesa ao PT, tenho criticas sobre a governabilidade deles, mas a maneira como as manifestações em se pautado, geram uma preocupação em relação ao rumo que podem tomar. Em algumas leituras, resolvi fazer uma pequena comparação das manifestações do último dia 13 com as manifestações de junho de 2013. O que vimos por exemplo nas manifestações nas manifestações atuais, começa com as lideranças que organizam o movimento, onde o objetivo é apenas por fim a um partido e sua ideologia, mas sem uma objetivo para um futuro impedimento. Muitos defendem uma linha conservadora e já posaram com outros nomes também envolvido na Lava-Jato, como o Deputado Eduardo Cunha. Esses grupos também tem apoio grupos ligados a movimentos pentecostais, ou seja, muitos querem uma alternância de poder, mas não uma solução, por isso, muitos deverão vir como candidatos nas próximas eleições, assim como aqueles que também iniciaram as manifestações de 2013, mas as pautas eram bem diferentes ou comuns como no dia a dia, como passagens baratas, melhorias na educação, saúde, segurança e saneamento, assim como outras coisas.

Precisamos pensar um pouco sobre isso e analisar a situação política do país, principalmente do que vamos absorver e analisar o que é verdade ou não. Esses grupos políticos, partidos, mídia e redes sociais querem impor o que seria bom para o nosso país, assim foi o PT quando era o oposição, chegaram ao poder e destruiu o sonho de muita gente e queimando sua própria história. Junto com eles, temos os partidos como PMDB, PSDB, DEM e entre outros, além de sub partidos como PPS, PSB, PR, PC do B e entre outros. Entre esses, devem ter pelo menos um envolvidos em corrupção ou pouco fizeram em suas cidades ou estados onde governos. Além disso, precisamos ter cuidado de nomes como Silas Malafaia, Marco Feliciano, Jair Bolsonaro e entre outros, que utilizam discurso conservador, mas não apresentam propostas concretas para o país.

Lula assumirá a casa civil do governo Dilma, isso certamente fará crescer uma revolta nacional, e ampliará a possibilidade de protestos contra o atual governo, é um tiro no pé, pois apesar do argumento de que "Lula é um ótimo articulador político", a nomeação justo nesse momento indica um suposto travamento das investigações, algo que o Planalto sempre rechaçou. Isso complica portanto a situação do governo, afinal, á cada citação que for feita ao ex-Presidente, a ilação direta a Dilma será inevitável.


Essas manifestações podem ser legitimas, mas em sua maioria servem para defender interesses e em maioria, o povo que realmente padece e pede mudanças, não comparecem, e claro que é necessário também que as manifestações tenham uma ideologia não-seletiva, é preciso protestar também contra desvio de dinheiro de merenda e nos transportes, contra o calote e o desrespeito aos servidores públicos, contra os problemas que atingem as áreas de saúde educação e segurança nos estados. Precisamos mudar isso nas urnas para que o país mude, não podemos ficar elegendo os mesmos e seus parentes fazendo com que nada mude no nosso querido Brasil.


Curta nossa Página: Jovens Cronistas! (Clique)

Edição e Argumento: Joseclei Nunes
Edição Final: Adriano Garcia

Imagens: Estadão e Folha.

quarta-feira, 2 de março de 2016

O mundo mágico dos jurados e suas justificativas



O pós carnaval de 2016 ainda repercuti, mas não estamos falando no assunto de corrupção envolvendo alguns jurados, porém eles sempre serão o motivo de muitas conversas e agora vem a questão das justificativas divulgada nessa semana pela Liga Independente das Escolas de Samba (LIESA) e pela Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIERJ) e desde os primórdios dos desfiles das escolas de samba, pouco se mudou na questão do critério das notas e no resultado do carnaval. Já ouvi comentários que os jurados andavam no meio do desfile para analisar os desfiles e hoje estão em módulos, mas será que mudou também os critérios de julgar algumas escolas como antigamente?

Algumas notas após apuração, já poderíamos perceber que nada mudou em relação de alguns anos. O que faz um jurado dar 9,9 para uma escola com um samba aclamado e 10 para um samba criticado? Foi o que aconteceu com a Imperatriz e com a Grande Rio. E na questão de aclamação de prêmios? Rute e Julinho é considerado o melhor casal da atualidade, recebendo vários prêmios, mas alguns jurados não viram isso, dando 9,8 para a Vila Isabel. Outros vícios também em relação a “bandeiras” e erros parecidos, onde uma escola recebe 9,8 e outra ganha 10. Salgueiro e Mangueira desfilaram com Abre-Alas apagado, A vermelha e branca perdeu décimos, enquanto a verde e rosa garantiu o dez, conquistando o décimo nono titulo do carnaval carioca. Outra questão vem das escolas vindas do acesso, que desde a São Clemente em 2011, uma escola não consegue permanecer, mesmo com bons desfiles como A Império da Tijuca em 2014 e agora com a Estácio e mesmo assim, recebem notas bem inferiores que outras escolas que sempre brigam pela parte de cima da tabela, com os mesmos erros em muitas das vezes.

Essas comparações não são os grandes problemas, ai começa o grande momento do pós carnaval que é a leitura dessas justificativas, para enfim entendermos o motivo de tais notas para uns, mas infelizmente, não há justificativas para as notas 10, onde acho que deviria ter, mas vamos começar com um Salgueiro com "muito vermelho e branco", uma Estácio que não agradou com seu "dragão com expressão de bondade" e uma recomendação para Vila Isabel com "apoio deve ater-se a função e não pular e dançar". E ainda teve a "bateria do mestre Ciça deu um show de criatividade" e a Beija Flor com várias premiações e ambas foram penalizadas pelo julgador, Assim como a Curicica pela imprensa na pista.

Ai vem as justificativas sobre os sambas, que para muitos, foram os melhores desse carnaval. Viradouro e Imperatriz não agradaram. "Confusão sonora" esta foi a justificativa do jurado de samba enredo para penalizar a Viradouro. Já a obra de Zé Katimba e cia foi considerada "morna" pelo julgador, enquanto o samba da Grande Rio, tão criticado, recebeu 10 do mesmo jurado, vai entender?

Essas notas e suas justificativas são uma incerteza sobre até onde podemos analisar o que seria correto ou não. Debates pós carnaval nos fazem entender o que podemos fazer para um julgamento mais correto para cada desfile, assim como seu critério, que é quase o mesmo desde os inícios dos desfiles na década de 30, com pequenas mudanças nas notas, por exemplo. Também é preciso pensar sobre a questão do que são julgados pelo caderno dos próprios jurados, entenderem o que eles realmente querem e claro uma justificativa mais clara sem viagens como “vermelho e branco” em uma escola vermelha e branca, como já ocorreram em outros anos com outras agremiações. Agora vem a questão do “peso da bandeira”, por exemplo uma bateria “atravessou” e o jurado dar 9,7 para uma escola vinda do acesso e 9,9 para uma escola que briga pelo título.

Precisamos mudar alguns critérios, dando mais credibilidade do julgamento, pois não estamos no século passado, ainda mais na era digital, onde tudo se ver e se comenta e algo diferente contra a opinião da maioria, começa gerar polemica. As Ligas precisam entender dessas mudanças, fazer um desfile mais competitivo, sem beneficiar qualquer agremiação. É preciso julgar todas como iguais, dar a mesma nota para aquela agremiação que teve o mesmo erro, como não aconteceu esse ano, assim, não estaremos falando todos os anos sobre isso. Agora sobre os jurados, é preciso comprometimento, uma análise mais justa, como aconteceu com Mestre e Porta Bandeira da Portela, algumas sobre a comissão de frente e os enredos da Mocidade e Grande Rio, mas sem viagens. Nas agremiações é preciso entender até que ponto pode inovar em seus desfiles. Pensar se coloca bossa ou não, encher o carro de som de interpretes, gritos de incentivo do puxador, alegorias com água ou não ou colocar em maioria do desfile, as suas cores de origem.

Independente de tudo, é preciso conversar até o próximo ano sobre esse formato de análises que todo ano gera polêmica no pós carnaval, e está ficando claro que é uma formula batida e não adianta colocar pontos quebrados, colocar ou retirar quesito, ou até mesmo mudar o julgador, que os erros irão continuar e a credibilidade vai diminuir, só ver, por exemplo, queda de transmissões dos desfiles. É preciso mudar e criar algo mais justo e igualitário pelo bem de todas as escolas de samba que trabalha o ano inteiro para apresentar o melhor desfile para todo publico, sendo amantes de carnaval ou não.

Curta RIP Carnaval no Facebook e no Twitter
Imagem: Salgueiro/Divulgação

terça-feira, 1 de março de 2016

A militância que vem das arquibancadas


Tempos atrás o futebol, principalmente em países na América Latina foi uma forma de controle de massa. O Brasil na época da ditadura usava a seleção brasileira como uma identidade nacional. Na própria história, até técnico foi demitido a mando do presidente, como no caso João Saldanha e Médici. Nos tempos de hoje muitos criticam aqueles que são apaixonados pelo Esporte Bretão, achando que seria pão e circo para uma o "povo sem cultura". Mas o futebol hoje, principalmente nas arquibancadas, vem se remodelando, com torcedores mais politizados e mais críticos com aqueles que por muito tempo usava as arquibancadas para ataques preconceituosos como homofobia, imigrantes, negros e outras minorias.

Primeiro começando com clubes de origens proletárias como o Bangu, clubes que lutaram contra o racismo, como o Vasco da Gama tem essa origem em sua história, mas hoje podemos ver nas torcidas que hoje lutam pelo preço abusivo dos ingressos, a criação das arenas, deixando de lato a classes mais pobres longe do seu time, além do monopólio da televisão e até mesmo contra o horário de transmissão. Apesar disso, também surgiram torcidas de cunho marxista e antifascista que lutam contra o racismo, homofóbica, imigrantes, refugiados e entre outros e claro na luta contra o futebol moderno.

Esses movimentos ficaram bem mais fortes após o ocorrido na Argentina em relação a lei dos medios e a transmissão das partidas na TV do governo. Como também de clubes como St Pauli e Schalke 04 da Alemanha, onde suas torcidas ultimamente aparecem em defesa de refugiados, homossexuais e a na luta contra o machismo e o Rayo Vallecano na Espanha. St Pauli por exemplo teve o primeiro presidente assumidamente gay, enquanto o Rayo foi o primeiro clube ter uma mulher no comando. Exemplo disso tem o Vasco que teve o primeiro presidente negro.

Nas torcidas, surgiram torcedores anarquistas e comunistas como os Ultras Resistência Coral do Ferroviário no Ceará e torcidas marxistas como Galo Marx, que seria o percursor desse movimento e hoje temos a Vasco Marx e Vascomunistas e a Fla Marx, como também surgiram as torcidas antifascistas como A Bangu, América RN e outros clubes.

Apesar dessas torcidas e o enfraquecimento das torcidas organizadas, começaram a surgir as "Barras Bravas", em relação as torcidas da argentina e os ultras na Europa. Torcidas como a Guerreiros do Almirante, do Vasco, Castores da Guilherme, do Bangu e entre outras são grande exemplo de “barra". Esses movimentos que já existiam na Europa e alguns países da América do Sul vem crescendo no Brasil, primeiro nas questões sobre os preços dos ingressos, os descasos das confederações, federações e nos próprios clubes, a exemplo do Bangu, que politicamente está nas mãos do Rubens Lopes e hoje tem sofrido uma forte resistência do grupo Reage Bangu, que é formado por torcedores que pedem mudança no estatuto e no próprio clube e no ultimo sábado houve um protesto contra a diretoria com faixas, onde pediram a polícia para que fossem retirado, mas a torcida não deixou. Outro momento importante veio em São Paulo com a Gaviões da Fiel, a principal torcida do Corinthians colocando faixas contra a corrupção da CBF, o monopólio da Rede Globo e contra o governo de São Paulo e mesmo apesar da resistência sofrida, eles mantiveram os protestos e pouco podem fazer, pois não há nada no estatuto que essas manifestações sejam proibidas e assim vai acontecendo por todo país.

Essas manifestações é positiva para o nosso futebol e para a evolução política no Brasil. Se antes, as torcidas iriam apenas para torcer ou para brigar, elas passaram se unir em prol das lutas sociais, do controle das transmissões da partidas e contra o aumento dos ingressos. Claro que haverá resistência entre o criticados, alguns torcedores não concordam com “essa junção”, mas o cenário político atual envolvendo a nossa sociedade e até mesmo no futebol fizeram que esse movimentos surgissem e a cada vez que tentarem calar esses movimentos, mais eles vão crescer e vão lutar contra aqueles que fazem tudo para deixarem fora das arquibancadas.

*Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de botequim. 

Curta nossa Página: Jovens Cronistas! (Clique) 
Imagem: Getty

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O ressurgimento da Tupy de Braz de Pina




15 de fevereiro de 2016 será uma data que alguns não irão esquecer. Foi data que a tradicional Tupy de Braz de Pina, umas das escolas mais antigas do carnaval carioca, confirmou o seu acesso para o Grupo D, a quinta divisão do carnaval carioca, ao conquistar a segunda colocação do Grupo. A agremiação que não desfilava desde 1998, voltou depois de 17 anos, quando desfilou ano passado, ficando com a sexta posição.

Originado de um time de futebol e de um bloco carnavalesco, pelos bairros da Penha, Penha Circular, Cordovil e Vista Alegre o Grêmio Recreativo Escola de Samba Tupy de Braz de Pina foi fundado na Rua Guaíba em 20 de janeiro de 1951, no bairro que lhe deu o nome. Em seus primeiros anos, desfilou apenas pelas ruas do subúrbio, até 1956, quando fez sua primeira apresentação na Praça Onze, desfilando sem concorrer e com as cores azul e branco, a escola ganhou notoriedade pela apresentação do samba “Seca do Nordeste” no carnaval de 1961, quando foi vice-campeã do Grupo de Acesso A, perdendo apenas para a Unidos do Cabuçu. A agremiação que teve um grande time de compositores como Nelson Bigode, Bahia, Jacir Santana, Capemba, Aquino dos Santos, dona Cila, João Magrinho e entre outros e teve em seu carro de som, o Grande Sobrinho, que foi apoio de Jamelão e também passou por escolas como Unidos da Tijuca, Unidos de Bangu e entre outras.

A trajetória da Tupy na história do carnaval carioca começou com o vice-campeonato do Grupo 2, em 1961, um dos grandes "sambas de enredo" dos carnavais cariocas: Seca no Nordeste, de autoria do carnavalesco Antonio José Soares. No estilo "prece-lamento", quando os sambas de enredo tinham um ritmo mais cadenciado que foram marcantes na década de 60, O samba de autoria de Gilberto Andrade e Waldir de Oliveira, fez grande sucesso e além da gravação oficial com o intérprete da Escola, também foi gravado por Jamelão, Ivan Lins e Clara Nunes.

“Sol escaldante,terra poeirenta
Dias e dias,meses e meses sem chover
E o pobre lavrador com a ferramenta agude
Dá forte no solo duro
Em cada pancada parece gemer
Hum...hum..hummm
Geme a terra de dor.”

Apesar do sucesso de 61, que garantiu o acesso, a escola não teve sucesso no ano seguinte, sendo rebaixada com o enredo Gonçalves Dias e suas memórias, ficando na ultima posição, retornando para o Grupo A, onde ficou até 1972, onde foi campeã com o enredo com o enredo escrito pelo carnavalesco Jairo de Souza, Chiquinha Gonzaga, alma cantante do Brasil e o samba escrito pelos compositores Alfredo Maia e Foguete.

“Apaixonada e atraída
Pela beleza
Das luzes da ribalta
Compôs de admirável
Partitura para opereta
A corte na roça
Dirigiu um concerto
De cem violões
Engalanando a platéia
Dos nobres salões
Nesta melodia
Vamos recordar
A maestrina
Da música popular.”

Em 73, a escola novamente seria rebaixada para o Grupo de Acesso, com enredo Assim dança o Brasil - Formação das danças brasileiras, autoria de Carlos de Andrade. Em 74, permaneceu no grupo, ocupando a sétima posição com o enredo Essa nega Fulô, até retornar para o Grupo Especial em 75 com o enredo Brasil, glória e integração, conquistando o vice-campeonato, vencido pela Lins Imperial.

Em 1976, apesar de toda dificuldade por causa do afastamento do presidente Gilsinho (acusado de mau uso da subvenção) a Tupy teve que fazer festas, almoços e reuniões para pagar segmentos. O samba foi bem recebido na voz de Celso Landrini, porém a escola desfilou após Em Cima da Hora, atrasada por causa de um temporal, atravessando o samba devido a um problema do cavaco, o puxador teve que parar de cantar e saiu sobre vaias, terminando no ultimo lugar e voltando para o Grupo de Acesso, ficando até 78, quando foi rebaixada para o Grupo B (Antigo A2), com o enredo Manôa, um sonho dourado. Em 79, novamente foi rebaixada com o enredo Folia, Folia!, ficando no grupo 2ª até 1987, com o enredo Marlene, a estrela maior, ficando com o vice-campeonato, atrás apenas da Paraíso do Tuiuti, onde ficou por apenas dois anos, sendo rebaixada para o Grupo B em 1989, com o enredo Rio boa praça, em 1994, com o enredo Sargentelli, hoje o show é na Avenida. Em 1995, a Tupy ficou na terceira posição, com o enredo Eu era Feliz e Não Sabia, caindo em 98, com Bornay, a Lenda Viva do Carnaval. Em 97, a escola caiu novamente com Brava gente brasileira e no ano seguinte, a agremiação parecia dar a volta por cima ao ser promovida voltou ao Grupo de acesso D. Contudo, foi esse o último ano da agremiação das cores azul e branco no carnaval carioca, que enrolou a bandeira.

Após 17 anos, a Tupy voltou ao carnaval, desfilando pelo Grupo E (Avaliação), reeditando o enredo de 1983, Mistérios das Matas com Ossam, Ossanha e Oxóssi, ocupando a sexta posição. E esse ano, novamente no Grupo é, a escola subiu para o Grupo D, com o enredo Tania Índio do Brasil - Destaque da Vida e do Carnaval, conquistando o vice-campeonato, atrás apenas da estreante Nação Insulana.

Parecia impossível mas o desejo de muitos do carnaval gostaria de ver novamente a Tupy e agora a escola em novo endereço na Penha circular volta ao carnaval e agora no grupo D, irá desfilar no domingo. Com certeza, estaremos torcendo pela Tupy e queremos a escola desfilando em breve na Marques de Sapucaí.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Passeio na estreia rumo ao bicampeonato

Com dois gols, Riascos foi o destaque vascaíno na goleada

Por Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)
 
Boa noite amigos vascaínos do Blog Jovens Cronistas. Mais uma temporada se inicia e mais um ano de Campeonato Carioca e para muitos de nós vascaínos, é o ano de defender o título conquistado no ano anterior, mas o ano de 2016 começa com o clube na Série B do brasileiro, porém a base do time foi mantido junto com o seu principal jogador, o Nenê.

Agora vamos a partida contra o Madureira, também rebaixado para Série D do Brasileiro. Apesar do baixo público na primeira rodada, foram quase nove mil vascaínos para a estreia do nosso amado clube da colina e logo no inicio da partida, o Vasco abriu o placar para alegria da nação vascaína. Nenê recebeu pela esquerda e conseguiu um ótimo passe para Riascos, que de cabeça, jogou no canto esquerdo do goleiro Rafael, sem chances de defesa. A alegria durou pouco, pois em uma falta aos 15 minutos, Daniel subiu sozinho na área e marcou o gol de empate. Martín Silva tentou defender, mas não conseguiu salvar o gol de empate do tricolor suburbano. O Vasco teve outras chances no primeiro tempo, mas o segundo gol só veio no segundo, em jogada pela direita, quando Luan fez um belo cruzamento para Andrezinho, que de ombro, colocou a bola para dentro do gol, deixando a equipe vascaína novamente na frente. Apesar da vantagem, o Vasco sempre buscou ampliar o placar. Aos 34 minutos, Madson sofreu pênalti de Gerley, e na cobrança, Nenê mostrou bastante categoria ao fazer o terceiro gol e aos 46 minutos, Nenê deu lindo passe para Éder Luis e o atacante vascaíno tocou para o meio da área, vendo Riascos completar para o gol, e fazer seu segundo gol na partida.

A estreia do Vasco foi positivo, o time taticamente teve uma pequena melhora, aproveitando as chances em suas finalizações. Claro que Riascos foi uma grata surpresa, assim do retorno de Eder Luis ao time. Claro que a equipe melhorou com a entrada de Pikachu, que deverá jogar no meio de campo, agora não sei se Eder entrará nesse time, mas poderá nos ajudar e muito no decorrer da temporada, pois sabemos que o objetivo é retornar a primeira divisão e como campeão, mas agora é pensar no bi carioca e o próximo objetivo será o América, que retorna a primeira divisão depois de cinco anos na próxima quinta às 19:30.

Saudações Vascaínas /+/

*Joseclei Nunes é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, politica, escolas de samba e um bom papo de botequim. 

Imagem: Vasco (divulgação)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A Primeira Liga rumo ao primeiro passo

Por Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)  

A primeira rodada da Copa Sul-Minas-Rio terminou, o publico compareceu, mas eu agora, o que podemos esperar para as próximas rodadas, ou para os próximos capítulos envolvendo os clubes, principalmente a dupla Fla-Flu, CBF e FERJ?

Podemos iniciar no inicio da década passada, quando CBF, Globos e as confederações resolveram criar um calendário para o futebol brasileiro, e distribuição de cotas de TV, terminando com os torneios regionais, como a Copa do Nordeste, Taça Rio-São Paul e Liga Sul Minas Rio, gerando uma revolta dos clubes com os envolvidos. Tempos depois, com enfraquecimento dos estaduais, brigas entre clubes, federações, confederação e emissoras de TV, alguns dirigentes optaram em retornar com os torneios regionais, começando pela Copa do Nordeste e a Copa Verde.

Com o sucesso dessas ligas, que tem a autorização da CBF, alguns clubes começaram se unir pela volta da Liga Sul Minas, mas com novos convidados, a dupla Flamengo e Fluminense, que nos últimos anos resolveram romper com a FERJ, que tem apoio de Vasco, Flamengo e os clubes pequenos do Rio de Janeiro.

A entrada da dupla começou uma queda de braço com a FERJ, até que Rubens Lopes, que tem interesse futuro em assumir a CBF, resolveu cortar o valor que seria distribuído aos dois clubes, dividindo entre as outras equipes do Campeonato Carioca. Depois ele solicitou a CBF para que vetasse a continuidade do torneio, que foi feito, colando apenas em caráter amistoso de pré-temporada, que pela regra seria até 30 de janeiro. Essa decisão gerou uma revolta entre os dirigentes dos clubes envolvidos, jornalistas esportivos e até nas redes sociais com a hastag #JuntosPelaPrimeiraLiga, além do apoio do Bom Senso, mas isso não durou menos de uma semana e os clubes venceram a primeira queda de braço contra a CBF e a FERJ, que queriam o torneio apenas para 2017, onde colocaram o torneio no calendário oficial, mas nessa temporada como torneio amistoso. Uma vitória para o futebol brasileiro, mas ainda é pouco.

Ainda é complicado para alguns defenderem a Primeira Liga, até mesmo aqueles que não se juntaram a esses clubes, assim como a dupla Vasco e Botafogo, como os clubes paulistas. Há um jogo de interesse para todos os lados, é claro, isso envolve briga de poderes, cotas de TV e entre outros problemas como publicidade, preço de ingressos e por ai vai.

Claro que isso não mudará a situação do futebol brasileiro, que agoniza, mas pelo menos podemos ter ainda uma ponta de interesses. Vimos em outras oportunidades criação do clube dos treze, assumindo o campeonato brasileiro de 1987 e depois com outra oportunidade da Copa João Havelange e deu no que deu. Outra questão que precisa deixar de lado, é a rivalidade entre os clubes, como aconteceu com Kalil do Atlético Mineiro e o Gilvan do Cruzeiro. A Primeira Liga não será a solução, mas é a oportunidade para que o que existe de ruim no futebol como o que temos na CBF e na FERJ percam forças e no futuro tenha uma mudança. Assim como na questão nos direitos de TV, terminando com o monopólio de um canal e colocando uma divisão mais digna entre as equipes, fazendo do torneio mais atrativo, como um campeonato mais competitivo, o aumento de renda dos clubes, além da permanência de jogadores.

Ainda é cedo para criar uma expectativa sobre o futuro da liga e como a posição futura de outros clubes e confederações, mas é claro que o caminho para a criação de uma liga nacional poderá ser um inicio para o nosso futebol, resta como a CBF deixará os torneios dos clubes, mas a exemplo que tem na Europa, tem dado certo, mas aqui ainda tem a questão da rivalidade, do poder, do interesse financeiro e não ter uma cota dividida entre outros clubes. Espero que eu possa está errado, pois eu torço pelo futuro da liga e se realmente for um sucesso, com bom publico e bons jogos, quem sabe não podemos ver nos próximos anos ligas como a Rio-São Paulo, mas ainda é cedo, mas o importante que os clubes de inicio desafiaram a CBF e a FERJ, que aceitou a continuidade dessa edição do torneio e vamos esperar e que isso der certo e que o futebol brasileiro retorne aos tempos de outrora
.
Reitero também a permanência dos estaduais, pois nossa história esta na essência e nas rivalidades locais. A solução é que possamos também olhar para os clubes de menor investimento, dando também oportunidades nas ligas regionais. Não adianta pensar apenas nos clubes “considerados grandes”, pois todos precisam participar nesse momento pela mudança no futebol e os “pequenos”, assim como o sistema dos estaduais devem ser, permanecem em seu calendário.

Abaixo a nota da FERJ sobre a Primeira Liga:


 
*Joseclei Nunes é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, politica, escolas de samba e um bom papo de botequim. 

Imagem: Primeira Liga e FERJ
Curta nossa Página: Jovens Cronistas! (Clique)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

1967, ano do primeiro titulo do Campo Grande na era profissional

No destaque, Dadá Maravilha foi revelado e campeão pelo Campusca.

Por Joseclei Nunes (@JosecleiNunes

Hoje o Futebol Retro irá relembrar o primeiro titulo conquistado pelo Campo Grande, clube da Zona Oeste do Rio de Janeiro, no ano de 1967 com o Torneio José Trócoli, que foi disputado paralelamente a Taça Guanabara, competição onde o Campo Grande Atlético Clube conquistou participando na primeira divisão do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro.

O torneio foi disputado pelas equipes que não se classificaram para a fase final do Campeonato Carioca e além da primeira taça, o clube revelou Dadá Maravilha para o futebol brasileiro e mundial, quando foi transferido para o Atlético, o galo mineiro, já que o Campusca é o Galo Carioca, rumo ao sucesso. No Campo Grande, Dada Maravilha marcou 26 gols entre 1966 a 1968, incluindo gols nos juvenis e aspirantes.

O Campo Grande estreou no torneio contra o Bonsucesso no dia 22 de julho com vitória de 1x0, gol marcado pelo Hélio Cruz em partida realizada no Maracanã. No dia 30, novamente no Maracanã, a vitória foi contra o Olaria por 2x1, gols marcados por Norival e Adilson para o Campusca e Esteves para o Olaria. No dia 5 de agosto veio a primeira derrota para o São Cristóvão por 1x0, com gol de Juarez, em partida realizada novamente no Maracanã. No dia 12 veio a goleada contra o Madureira por 5x1 com os gols de Nodir e Valmir, dois para cada, Dadá. O Madureira fez o gol de honra com Nando, no Maracanã. Dia 16, veio mais uma vitória contra a Portuguesa por 2x0, gols de Norival e Biriguda, colocando o Campusca na decisão contra o Bonsucesso. Assim como na primeira rodada, o Campusca repetiu o placar por 1x0 com gol de Norival, conquistando o primeiro titulo do clube na era profissional, 27 anos após sua fundação em 13 de junho de 1940.

Além do primeiro titulo em 67, o Campusca também foi campeão do Torneio José Guimarães em 1969 e o titulo de maior expressão que foi o Campenato Brasileiro da Série B em 1982, além da série B carioca em 1985.

Hoje o Campusca tenta voltar a elite do futebol, disputando a terceira divisão do futebol carioca.

Abaixo a os jogos do Campo Grande e a classificação final do Torneio José Trócoli

CAMPO GRANDE 1 x 0 BONSUCESSO
Data: 22/07/1967
Árbitro: Jorge Paes Leme.
CAMPO GRANDE: Hélinho; Zé Oto, Guilherme, Geneci e Paulo; Romeu e Norival; Hélio Cruz, Ênio, Nodir e Nilson (Jairo).
BONSUCESSO: Jonas; Luís Carlos, Paulo Lumumba, Jurandir e Albérico; Amaro e Brandão; Gilbert, Jerônimo, Gibira e Dejair (Campista).
Gols: Hélio Cruz 33/2º

CAMPO GRANDE 2 x 1 OLARIA
Data: 30/07/1967.
Árbitro: Hélio Alves.
Expulsão: Ênio 27/1º
Gols: Norival 02/2º de pênalti e Adílson 27/2º ; Esteves 17/2º
CAMPO GRANDE: Hélinho; Zé Oto, Guilherme, Geneci e Paulo; Romeu e Norival; Hélio Cruz (Adilson), Ênio, Jairo e Nodir (Guaraci).
OLARIA: Ubirajara; Esteves, Miguel, Osmani e Nilton dos Santos; Hélinho e Eliseu; Naldo, Alcir (Adauri), Antoninho (Araújo) e Escurinho.

SÃO CRISTÓVÃO 1 x 0 CAMPO GRANDE
Data: 05/08/1967
Árbitro: Hélio Alves.
SÃO CRISTÓVÃO: Manga (Espanhol); Lauro, Aílton, Solimar e Édson; Edmílson e Fernando; Nei, Castilho, Juarez (Alexandre, depois Moisés) e Vinícius (Cláudio).
CAMPO GRANDE: Hélinho; Zé Oto, Guilherme, Geneci e Paulo; Romeu e Norival; Hélio Cruz, Ênio (Dario), Nodir e Nilson (Luís Paulo).
Gols: Juarez 18/1º pênalti

CAMPO GRANDE 5 x 1 MADUREIRA
Data: 12/08/ 1967
Árbitro: Aílton Sampaio Duque.
Expulsão: Marcílio
CAMPO GRANDE: Hélinho (Omar); Zé Oto, Guilherme, Geneci e Paulo; Romeu e Norival (Jofre); Valmir, Nodir, Dario e Adilson.
MADUREIRA: Carlinhos; Conceição (Luís Almeida), Joel, Russo e Pereira; Marcílio e Elmo (Nelsinho); Anísio, Nando (Roberto), Miguel e Altamiro.
Gols: Nodir 01/1º e 30/2º, Valmir 18/1º e 32/2º e Dario 25/2º; Nando 03/1º

CAMPO GRANDE 2 x 0 PORTUGUESA
Data: 16/08/1967.
Árbitro: José Ferreira de Souza.
Gols: Norival 17 de pênalti e Biriguda 21/2º
CAMPO GRANDE: Hélinho (Zamboni); Zé Oto, Guilherme, Geneci e Paulo; Romeu e Norival; Valmir (Biriguda), Nodir, Dario (Guaraci) e Adilson.
PORTUGUESA: Jurandir; Miguel, Simões, Beto e Zéca; Élcio e Colatina; Humberto, Guará, Pedro Paulo e Dida (Santos).

CAMPO GRANDE 1 X 0 BONSUCESSO
Data: 20/08/1967
Árbitro: Jorge Paes Leme.
Gol: Norival 14/1º
CAMPO GRANDE: Hélinho; Zé Oto, Guilherme, Geneci e Paulo; Romeu e Norival; Valmir (Biriguda), Nodir (Valmir), Dario e Adilson (Gil).
BONSUCESSO: Jonas; Luís Carlos, Paulo Lumumba, Jurandir e Albérico; Amaro e Ivo Sodré; Gilbert, Enos, Campista (Serginho) e Valdir.

1° Campo Grande AC, 8 pontos(campeão); 2° Bonsucesso FC, 6; 3° São Cristóvão FR, 5; 4° Madureira AC, 3; AA Portuguesa, 3 e Olaria AC, 3.

O Artilheiro do Torneio José Trócoli foi Antoninho do Olaria, com 7 gols.

Fontes: Wikipédia, Página do Campo Grande no Facebook e O Craque e as súmulas.

*Joseclei Nunes é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, politica, escolas de samba e um bom papo de botequim. 

Imagem: Página Oficial do Facebook do Campo Grande
Curta nossa Página: Retrô Futebol (Clique)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Os direitos de transmissões dos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro



Por Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Faltam apenas nove dias para o carnaval e o inicio dos desfiles das Escolas de Samba, que começa na sexta Grupo de Acesso A e depois no domingo com o grupo especial. Apesar de toda tensão do pré-carnaval, além alegorias em período de finalização, entrega de fantasias e apostas de quem será campeã e volta para os desfiles das campeãs, outro assunto vem sendo comentado, aliás, já é um assunto bem comentado nos últimos anos no carnaval, que seriam a as transmissões dos desfiles e os direitos de televisão envolvendo os envolvidos.

Desde 2013, a Globo passou a transmitir apenas no Rio de Janeiro, os desfiles do Grupo A, que até então, passava em outras emissoras, enquanto o canal transmitia os desfiles de São Paulo. Para muitos de nós sambistas e envolvidos no carnaval foi bem positivo, porém, com dezenove agremiações, o canal optou em transmitir a partir da terceira e quarta escola e passar um compacto das primeiras após o termino da ultima escola, porém isso foi comentado e esse formato foi repetido nos anos de 2014 e 2015. 

Já no Grupo Especial, o canal passava os desfiles na integra, repassando os direitos dos desfiles das campeãs para outra emissora (Band e SBT), mas em 2014 ela resolveu passar os desfiles na TV Fechada, no Canal Viva, que pertence ao Grupo Globo começando uma pequena revolta entre os sambistas. Ano passado ela resolveu usar formato que tinha no Grupo A, levando para o Grupo Especial e além disso, terminando de vez as transmissões do desfiles das campeãs, acompanhando apenas pela internet, em seu portal de notícias, o G1. No fim do mesmo ano ela resolveu se meter mais no carnaval, querendo transmitir os desfiles a partir da terceira escola de cada dia, prejudicando as agremiações como Estácio de Sá, União da Ilha, Vila Isabel e Salgueiro, colocando apenas um compacto após o termino da ultima agremiação, gerando uma grande revolta entre as escolas envolvidas. Agremiações, sambistas e componentes foram até as redes sociais protestando contra a decisão da Globo, que teve que acatar, mesmo assim, não vai transmitir a primeira escola de cada dia (Estácio e Vila Isabel), transmitindo o desfile na integra no fim das ultimas escolas.

Após esse período, muitos comentaram essa situação envolvendo a transmissões dos desfiles e os envolvidos que passam os direitos televisivos. A cada ano a Globo tem dado poucos espaços as escolas nos desfiles, apesar de algumas divulgações em seus telejornais como o RJTV e Bom Dia Rio, além das famosas vinhetas que passam no intervalos de sua programação, mas  em si, a transmissão vem perdendo o espaço em sua grade de programação. Claro que essa discussão será longa e muitos de nós teremos que ver o que seria melhor para cada um.

Apesar disso, na parte do carnaval vem crescendo a cada ano. Como a especialização sobre tema, chegada de livros enriquecendo a história cultural do carnaval e isso poderia aprimorar para dentro da transmissão, porém isso não tem acontecido. Não sei detalhes sobre a negociação entre a Globo e a LIESA, mas sei que a emissora tenta interferir na questão dos desfiles, como diminuição do tempo de desfile, alegorias e componentes, gerando revolta entre os dirigentes de algumas agremiações. Claro que a Globo primeiro pensa em seu interesse e para manter as transmissões, que vem perdendo a cada, oferece propostas que seriam “cruéis” para o carnaval. Um desfile com menos componentes, por exemplo, pode gerar perda de rendas para as escolas, que em muitas delas ainda dependem, por exemplo, de renda vinda da prefeitura e até mesmo da própria emissora. Outro fato seria colocar o inicio dos desfiles para mais tarde (em São Paulo, creio eu, começa 23 horas), mas as escolas também não concorda pela questão de encerrar o desfile na luz do dia, apesar que na história, há desfiles antológicos sobre a luz céu, como a Mocidade em 1996.

É claro que ambas precisam entrar em acordos, principalmente para o carnaval. A Globo como detentora dos direitos poderiam fazer isso, como faz em relação a outros esportes e até eventos como o Rock in Rio, repassando os desfiles para canais de seu grupo como Multishow, GNT, +Globosat e entre outras, como também colocar no Pay Per View, já que nesse intervalo na temporada do futebol brasileira também seria uma boa, alem de repassar os direitos de desfiles para canais online como o youtube, onde ano passado retirasse todos os desfiles, podendo trazer um publico mais especifico e apaixonado como vimos no tênis e no automobilismo. Também precisa renegociar os direitos dos desfiles das campeãs, algo que se tornou o costume para muitos, principalmente para os que acompanham os desfiles na Intendente Magalhães, usando o mesmo formato que citei para os desfiles ou mesmo para uma emissora com a TV Brasil.

Ainda veremos muitos capítulos sobre esse tema, mas espero que todos saiam felizes e que o carnaval continue mais forte para o bem de todos. 

*Joseclei Nunes é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, politica, escolas de samba e um bom papo de botequim. 

Imagem: Getty
Curta nossa Página: Jovens Cronistas! (Clique)


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

As passagens aumentam e quem paga a conta é você

O aumento das passagens foi de 11,7% no Rio de Janeiro
Por Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)


Assim como todo inicio do ano, as passagens aumentam, porém esse ano ela chegou a R$ 3,80, tendo um aumento de 11,7% aprovado pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). Seu secretário de Transportes, Rafael Picciani sem cumprir algumas promessas que ele prometera em sua gestão como toda frota com ar condicionado, além da redução da frota de ônibus, com cortes de linhas para a zona sul do Rio, principalmente nas linhas vindo da Zona Norte. Também está previsto o aumento nas barcas, nos trens e até no metro.

As barcas subirão em 12 de fevereiro, de R$ 5,00 para R$ 5,60 (Praça 15-Araribóia), alta de 12%. A tarifa social passará de R$ 3,50 para R$ 4,10. As datas de reajuste são diferentes por causa dos contratos. O metrô, atualmente em R$ 3,70, só deve ter alta em abril. Os reajustes das três concessionárias da Agetransp devem sempre ser anunciados com pelo menos um mês de antecedência. Mas quem ganha com o aumento das passagens?

Esse aumento ocorreu após o governo federal anunciar o aumento do salário minimo de 8,83% em 2015 (de R$ 724 a R$ 788), ou seja, uma porcentagem maior do que o trabalhador assalariado. Além disso, esse aumento lucrará mais ainda para os empresários de ônibus, onde costumam financiar as campanhas eleitorais dos candidatos de quase todos os partidos da prefeitura, com exceção do PSOL, que abriu um processo para vetar o aumento e não aceitam doações de empresas.

Utilizando o comentário do candidato a governador em 2014 pelo PSOL Tarcisio Motta: "a mobilidade urbana é um direito de todo cidadão, mas no mundo em que vivemos se transformou em mercadoria cara e lucrativa para um pequeno grupo de empresários que controla as concessões públicas. (...) A opção pelo rodoviarismo no transporte público da cidade do Rio de Janeiro aliada à falta de transparência e controle sobre as planilhas das empresas gerou uma situação onde os donos das empresas de ônibus ganham tudo e quem paga a conta é o trabalhador carioca. Vejam vocês: isenção de ICMS, redução do ISS de 2% para 0,01%, redução do IPVA pela metade e agora, 13,3% de aumento na tarifa! Isso é um assalto! O Ministério Público e a Defensoria Pública já se manifestaram, afirmando que vão questionar o aumento na justiça, mas nós sabemos que é a mobilização popular que pode barrar mais esse absurdo", falo sobre o enriquecimento de Jacob Barata, de 83 anos, conhecido como “Rei dos Ônibus”, que segundo o artigo do vereador pelo Rede-RJ Jefferson Moura (Clique Aqui) teria “participação em 16 empresas de ônibus municipal no Rio. Entre 2006 e 2007, o HSBC “private bank” de Genebra, na Suíça, indicava que Jacob mantinha US$ 17,6 milhões em uma conta conjunta com a esposa Glória e os filhos Jacob Júnior, David e Rosane.” Jefferson Moura ainda comenta sobre as oligarquias: Se existem “perdas” para os empresários do setor de transportes, por que o povo tem que tapar este rombo? Por que as oligarquias políticas que comandam o Rio acham que é normal que no período de crise o povo tenha que se sacrificar e pagar mais caro pelo transporte? Se há uma crise, o povo não deveria ser poupado? Por que os lucros dos empresários são garantidos pela Prefeitura e o suor dos trabalhadores tem que bancar o aumento? E as transferências de recursos públicos para estes empresários de transportes, por que nós pagamos essa conta?

Os lucros das empresas estão mantidos, Paes, assim como o secretário municipal de transporte Rafael Picciani, o PMDB e seus aliados continuarão recebendo doações para suas campanhas, lembrando que esse ano haverá eleições municipais e eles querem continuar no governo, mas o povo, principalmente o trabalhador que mora na Zona Oeste e Norte pagará as contas com ônibus precários, sem ar condicionado, além de segregar esses moradores, cortando ônibus para Zona Sul, dificultando sua a ida às praias por exemplo. Além dos ônibus, não temos para onde correr. Os trens pioraram nos últimos anos na gestão da SuperVia, não cumprindo horários, apresentando problemas diários, além da superlotação, onde muitos dos carros tem ar condicionado desligado.

A prefeitura não aprendeu com as manifestações de 2013 e naquela época, a passagem era de 2,75, ou seja, em dois anos tivemos um aumento de 1,05, mas nesse mesmo tempo, não vimos melhoras nos ônibus. Agora precisamos pensar nas eleições e vejamos para quem realmente a gestão Paes beneficiou, pois no inicio do ano que vem, quem sabe chegaremos na passagem acima de 4 reais, sem nenhuma mudança na mobilidade urbana do Rio de Janeiro.

Imagem: Getty

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

As causas de ser e as conseqüências de estar


Seis de dezembro de dois mil e quinze será mais uma data manchada de um time com uma grandeza que é o Vasco. O Gigante da Colina mais uma vez padeceu e chegou ao seu terceiro rebaixamento em oito anos. Quem seriam os culpados?

Desde o titulo nacional de 2000, o Vasco continuou como um time grande, mas hoje pensa como o time pequeno, sendo considerado por alguns especialistas como time “Ioiô”. Nesses quinze anos, a equipe só participou de duas libertadores (2001 e 2012), conquistou um titulo nacional (2011) e dois campeonatos cariocas (2003 e 2015). Além disso, ficou apenas entre os dez melhores colocado no brasileiro em apenas três oportunidades (2006, 2011 e 2012) e agora com três rebaixamentos (2008, 2013 e 2015), sendo o primeiro grande a ser rebaixado três vezes e o primeiro a subir para Série A e descer para Série B.

Esses números mostram que entre os grandes, o Vasco foi que teve mais próximo da zona da degola, do que na parte de cima da tabela. Dos que foram rebaixados, não conseguiu se estabilizar por algumas temporadas, ficando acima de Grêmio e Botafogo que não conquistaram nenhum titulo nacional após o acesso. Parece bobagem, mas a situação é critica e o futuro incerto.

Desde que Eurico Miranda assumiu a presidência em 2001, o Vasco começou ter uma crise política com suas reeleições em 2004 e 2007 de formas políticas. Em 2008, Dinamite se elegeu, sendo uma esperança de colocar clube de volta no auge, porém, após a sua reeleção em 2011, Dinamite não cumpriu o que prometera, deixando o Vasco em uma situação pior do que o Eurico deixou em 2008, sendo assim, os sócios com receio que algum outro nome assumisse o poder do Vasco, acharam que Eurico Miranda, seria o “menos pior”, trazendo de volta ao comando do clube no fim do ano passado.

Eurico voltou e mais uma vez nada mudou, mas voltaram as provocações em relação ao Flamengo, arrumou briga com o Fluminense em relação do lado da torcida do “New Maracanã”, além de se juntar com Rubens Lopes na FFERJ, tão criticada pela dupla Fla-Flu e pela mídia. O Vasco começou a temporada de 2015 contratando mais de 20 jogadores, trouxe Doriva, acreditou em uma recuperação do Dagoberto e de forma polemica, conquistou o estadual, depois de doze anos.

Após o titulo do estadual, a torcida começou acreditar que o Vasco voltaria, ainda mais com o jargão “o respeito voltou”, mas não foi bem isso que aconteceu. O começo do primeiro turno foi fraco. Jogadores que eram destaques do carioca caíram de produção, sendo alguns negociados e outros perdendo espaço no elenco. Com a demissão de Doriva, Eurico agiu como sempre agiu, acreditando no Celso Roth, sempre criticado pela torcida e pela mídia, mas depois de tanta pressão, Roth foi demitido, porém vieram mais reforços, em sua maioria, na parte ofensiva e veio o técnico Jorginho. O time melhorou no segundo, perdeu alguns pontos em alguns jogos no final da partida, mas isso não ajudou e o Vasco chegou a seu terceiro rebaixamento em três anos.


Hoje na coletiva, Eurico assumiu toda culpa, mas criticou Dinamite, porém ambos tem grande parcela pela situação atual do Vasco e dificilmente esse cenário possa mudar, mas com todo apoio da torcida, que é apaixonada e na espera por um grupo que venha honrar a história do Vasco e que faça mais pelo futebol, pois o futuro é incerto e nessa situação, o Vasco continuará grande, mas está como um pequeno e isso é algo a pensar.

Texto e Edição: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)
Foto:  Lancenet/Divulgação
 

Razão & Cultura Copyright © 2011 -- Template created by O Pregador -- Powered by Blogger