terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Enfim... Chegou a hora e quem será a campeã do carnaval?


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Foi-se mais um ano e enfim mais um carnaval está chegando. Durante esse ano, como todo ano, com transferência de profissionais, presidentes ameaçados, reeleitos. Sambas concorrentes aclamados, sambas criticados. Patronos presos. Ócios do carnaval.

Uma novidade para o carnaval de 2012 é a reinauguração do sambódromo com setores pares no lugar das arquibancadas que poderá dificultar alguns seguimentos como a bateria, mas enfim, o carnaval 2012 e mais um espetáculo começará e que vença a melhor.

E por falar e vencer. As agremiações mais uma vez deram um duro, como todo ano para conquistar o lugar mais alto, outras sonhando em voltar sábado e outras tentando se manter.
Um ano de ensaio nos seguimentos como bateria, evolução, mestre-sala e porta bandeira. Comunidade cantando o samba enredo, os ensaios de Rua e os ensaios técnicos. Fatores que podem definir a campeã do Carnaval de 2012.

Falando de campeã, o que não falta é favoritas e analisando desde a época de sinopses, vindo com os sambas enredos, barracões e ensaios técnicos, da para ter uma analise de quem sai na frente e fica a trás, mas é claro que isso não decidiu nada, pois o que vale é o desfile oficial, então, isso é apenas uma opinião, mas vamos ver se acertei ou não na quarta-feira de cinzas.

Favoritas ao Título:

Muitos falam em Portela e Vila Isabel, que tem os melhores sambas de 2012, porem samba não define nada, mas ambas apresentaram bons desfiles técnicos, porem que em alguns setores, viram-se algumas alas que não cantaram e sem falar em pequenas falhas na evolução, mas ambos fizeram bons ensaios, porém ouve um atraso no barracão, mas tudo indica que ambas farão um belo desfile.

Outras que acho que briga pelo título é Unidos da Tijuca, Mangueira e Salgueiro. Ambas fizeram bons ensaios técnicos e tem a força de sua comunidade, além que há tempos, elas vêm brigando por posições mais altas. Vale lembrar que será um teste para Paulo Barros, pois terão que mostrar que também sabe fazer enredos não inventados, como enredos anteriores. Outra que vejo que cresceu foi a Mangueira, com uma samba simples de fácil entendimento, porém é um enredo bom para se brincar e de fato, se a comunidade abraçar, vai ser difícil segurar, porém, a Mangueira ultimamente, sempre passa por atrasos de barracões que em alguns anos a escola se atrapalhou devido a alegorias mal acabadas, resta saber, se agora eles vão entrar na avenida com tudo perfeito. Salgueiro. Impossível não colocar o Salgueiro na briga. Campeã em 2009, por erros em evolução, não estaria brigando em 2011. Confesso que cheguei a não acreditar na Escola da Rua Silva Teles, porém me pressionou muito com a força da comunidade e o samba cresceu e fizeram dois bons ensaios com poucas falhas. Resta saber se a briga interna na diretoria não atrapalhará a agremiação e as alegorias do Renato Lage, que de fato, tirou o título da agremiação em 2011.

Briga pelas campeãs:

Sempre almejando vôos altos, Beija-Flor e Grande Rio, estão mais badalados nas páginas policiais do que nas páginas do carnaval. A escola de Caxias, falando de um enredo em alusão do incêndio que houve em 2010, acredita que conquistará seu primeiro título, porém o enredo e o samba não agradaram a maioria dos especialistas, mas acabou surpreendendo nos ensaios técnicos e talvez seja um fator positivo para agremiação, que terá que mostrar que sabe fazer carnaval e calar boa parte da critica que acha que o enredo seria algo forçado. A Beija-Flor esse ano com enredo de Maranhão, espera conquistar o bi, mas acho que esse ano, não vá repetir como nos anos anteriores. Apesar de ter um bom elenco, a escola não agradou com o fraco samba, que foi uma junção de dois sambas finalistas, mas como a grande rio, tem uma comunidade que faz diferença.

Outras três escolas que entra para briga das campeãs é Mocidade, Imperatriz e União da Ilha. Mocidade e Imperatriz têm uma dura batalha e mostrar que ainda estão vivas entres as maiores, pois ambos, vem de problemas na diretoria a ano e não são mais aquelas que escolas que brigavam todo ano na década de 90. Porém 2012, isso pode mudar. Ambas mostraram força e me surpreenderam no samba e na bateria, a Imperatriz mostrou garra no ultimo ensaio, onde mesmo sem som, a comunidade cantou. A Mocidade conseguiu enfim corrigir alguns erros de anos interiores, mas falta aprimorar um pouco em harmonia, porém ambas precisam voltar ser aquelas escolas de outrora, pois senão...

União da Ilha. Confesso que não gostei do samba, mas depois do que vi nos desfile ano passado, mesmo com toda dificuldade, fez um belo desfile que deu um estandarte de ouro. Mas o samba, do meu camarada Aloísio, apesar de mais ou menos, tem a voz de Ito Melodia, que merece meu respeito e o barracão desse ano está um luxo. Se a Ilha repetir o que fez no desfile no ano passado, veremos a insulana no sábado das campeãs.

Briga para não cair:

Posso esta enganado ao colocar a São Clemente aqui nessa lista, pois acho que a escola pode surpreender e muito nesse carnaval. Um samba irreverente, um enredo bem contado, um barracão luxuoso. Não me surpreendia se voltasse sábado, porém, é preciso vencer o “preconceito” dos jurados para ficar no Grupo. Já a Porto da Pedra esse ano não foi feliz em minha opinião. Além do belo barracão, mas um enredo complicado, um samba fraquíssimo e sem falar da troca do carnavalesco a vésperas do carnaval. Há tempos ela esta se segurando no especial e parece que esse ano as chances são grandes. A Renascer esse ano de estreia no grupo especial não deve se firmar, mesmo com a falta de uma escola de Jacarepaguá no grupo, porém acredito que é uma escola promissora, mas esse ano, ela desce.

Essa é minha opinião, mas vale que só vamos saber debater de verdade, a partir da manhã de terça do carnaval até a noite de quarta, quando sai a campeã, porém até agora, temos as apostas, mas vamos ver na quarta de cinzas se todos nós amantes do carnaval acertou ou não.

Até quarta!!!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O carnaval carioca e a elitização dos desfiles das escolas de samba


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)


Há algum tempo, em suas reuniões, a LIESA proibiu as chamadas torcidas organizadas de escolas de samba de entrarem com faixas e bandeirões. Realmente não sei qual seria as justificativas de tal proibição, mas se hoje são as torcidas que basicamente ressuscitou a sua paixão pela sua escola de samba e apoiar sempre o desfilante, porque a proibição?

Em 2012, o carnaval e os desfiles das escolas de samba irão completar 80 anos, mas desde o inicio dos anos 30 até os tempos de hoje, muita coisa mudou, pois desde a inauguração do sambódromo em 1984 até os tempos de hoje, os desfiles deixou de ser acompanhado pelo povo e passou a ser para turistas e para alta elite da cidade e do Brasil.

Desde quando Paulo da Portela oficializou e acabou com a discriminação aos sambistas, não sabia que no futuro, deixaria de ser dos verdadeiros sambistas e se tornaria em uma ópera, sem espaço para aqueles que amam e vivem de samba onde deixou de ser da comunidade que trabalha o ano todo em prol de sua escola e deixar todo seu amor para aqueles que nem sequer sabe o nome da sua escola.

A LIESA por si, vem proibir as faixas e bandeiras daqueles que realmente amam suas escolas, mas infesta os camarotes de muita música eletrônica, funk e coisas fúteis que não tem nada de parecido com o espetáculo carnaval.

Sobre a questão da globo. Como um canal que nem se quer valoriza o carnaval, quer dar conselhos de como tem que ser, se não especializa seus comentaristas e repórteres, onde em boa parte vem da área dos esportes e de jornalismo e não de carnaval. Um canal que em suas transmissões, passa apenas os patrocínios, seu artistas e faz a cada ano uma transmissão pífia dos desfiles. Onde ela tem esse direito de proibir, sendo que em São Paulo, torcidas ligadas a times de futebol pintam e bordam nos desfiles sem ninguém falar nada.

Apesar de não ter vivido as épocas épicas dos desfiles na Rio Branco, praça onze e presidente Vargas e as  escolas de samba não podia ter patrocínio. E vimos desfiles monumentais no passado sem essa invasão que nos traz enredos sobre prefeituras, artistas extraterrestres ao samba, indústria de laticínios, chapa branca de governos e outras apelações mais. Hoje, o mantra é "ter patrocínio"! Todo mundo caminha para uma igualdade que descaracteriza as escolas de suas identidades originais.

Como já dizia o Império Serrano em 1982 com Bumbum Praticumbum Prugurundum, Caprichosos de Pirales em 1985 com E por falar em saudade, São clemente em 1990 com E o samba sambou e 2010 com Choque de Ordem na folia, vemos uma mudança radical nos desfiles ano a ano.

De uns anos para ca, o povo vem se afastando das escolas de samba, onde apenas tem acesso aos ensaios técnicos e os ensaios de rua de suas respectivas escolas e caminham para o carnaval de rua, onde a cada ano cresce.

Como disse O comentarista Luis Carlos Magalhães em seu artigo no site carnavalesco:

“E assim marcha a festa que ainda é da alegria, fundada na paixão, na emoção, em algum desvario que lhe resta. Marcha para onde? Para a racionalidade plena? Para a maximização de suas potencializações mercadológicas? Um espetáculo meramente para ser assistido, telespectadorizado?”

Será que o carnaval onde em sua história foi construído por um povo que sofre o ano todo nas mãos dessa elite burguesa e passará a ser um evento para turista e burguês ver? Será que tudo que é criado pelo o povo passará a ser uma negociação capitalista para sempre encher seus bolsos com muito dinheiro? Aonde a LIESA quer chegar em separar aos poucos a sua comunidade de suas escolas? Será que essas escolas vão ficar por muito tempo nas mãos de uma organização que só quer organizar para seus interesses próprios.

O banimento das faixas pode ser um estopim e uma revira volta dos verdadeiros apaixonados pelo carnaval contra a elitização dos desfiles onde a LIESA impôs todo ano em suas organizações.

Basta agora refletirmos e não deixar morrer aquilo que mitos como Paulo da Portela, Ismael, Cartola, Carlos Cachaça, Natal e entre outros, além de famosos artistas como Monarco, David Correa, Candeia, Dona Ivone, Silas de Oliveira e muitos que fizeram do carnaval a alegria de nosso povo, da nossa comunidade que chora ao entrar na avenida, que luta ano a ano em prol de sua escola e não deixar que uma simples liga venha elitizar a cultura que vem do subúrbio, que vem de cada um de nós para que o carnaval seja ontem, hoje, amanhã e sempre nas mãos daqueles que realmente fazem carnaval. Pense nisso.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rio de Janeiro: Uma cidade que sofre de auto terrorismo, onde culpado é o povo.


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)


"Bueiros, prédios... O Rio de Janeiro é a única cidade do mundo que sofre de auto terrorismo."

Apesar de essa citação ser analisada como humor negro, mas acaba sendo uma triste realidade. Em menos de dois anos, o Rio vem passando com algumas tragédias que sempre acabam em feridos e mortos. A cidade que vai sediar uma olimpíada e a copa sofre por tragédias que infelizmente virou o dia a dia de nós cariocas.

Essa semana aconteceu mais uma tragédia, onde três prédios desabaram. E como mais uma vez, tentamos buscar os verdadeiros culpados. Parece que segundo os bombeiros, mais ou menos 25 pessoas desaparecidas, pessoas que estavam em seu trabalho, sem culpa, sendo vitimas e perdendo suas vidas injustamente. Tudo por inadimplência, mas de quem é a culpa?

As vitimas se foram, mas as causas o os culpados, serão achados? E a nossa segurança? Onde fica?

A questão é? Muitos prédios da cidade do rio de janeiro são antigos, onde e sua maioria possui mais de 50 anos, mas muitos deles não foram reformados e com as mudanças do tempo, muitos mudaram internamente, mas não internos. Isso também acontece com bondes, barcas, trens e por ai vai, onde a nossa população, que trabalham para sustentar suas famílias, são obrigadas e viver esse perigo.

Mas o pior das tragédias, são as especulações e a agonia nas buscas de sobreviventes e mortos, e falar em especulações, sempre surgem coisas como o que causou a tragédia e como aconteceu (Falhou um dos motores... Houve um vazamento de gás... A estrutura rompeu...) As informações sobre "o que", "onde" e "quando" aconteceu começam a ficar claras e a busca pelo "como" e do "por que" entra em cena.

Sem falar da mídia que para aumentar a agonia de parentes e de quem acompanha essas tragédias. a prioridade são os dramas humanos imediatos. É hora de entrevistar os sobreviventes e os parentes das vítimas. Entrevistados emocionados e histéricos têm preferência sobre os calmos e comedidos. O desespero é supervalorizado.

Esta fase segue por quatro ou cinco horas, enquanto a audiência quer saber apenas "o que está acontecendo". O evento está ainda na fase do "o quê" do "quando" e do "onde";

Esses são apenas alguns exemplos, pois o rio passa por uma inadimplência daqueles que devem cuidar de nossas seguranças, porem isso, não acontece, e isso acaba gerando certo medo da população, como as primeiras evidências, tudo leva a crer que os desabamentos dos três prédios tiveram origem em obras realizadas no interior de um deles. Seriam reformas realizadas em dois andares, sem qualquer registro oficial.

É a velha prática, muito comum, de proprietários de imóveis não se importarem com o interesse coletivo, não se dando - muitas vezes - ao trabalho de comunicar os próprios vizinhos quanto mais às autoridades que deveriam regulamentar esse tipo de atividade.

Outros motivos são que prédios ao lado não tinham escada de incêndio para a necessidade de emergência, como o que aconteceu no dia 25 de janeiro. Sem falar que os órgãos públicos também não fiscalizaram para tentar pelo menos impedir algo pior como o CREA, que tem um serviço de fiscalização. O que ele estava fazendo que não registrasse algo tão flagrante como o que já ocorria há anos nestes prédios no coração do Rio de Janeiro, onde durante o dia passam milhares de pessoas?

A Prefeitura e o Governo do Estado também têm seus núcleos de fiscalização. O que eles andam fazendo este tempo todo.

Não podemos esquecer-nos de acidentes, como o que aconteceu com o bonde em Santa Tereza e o restaurante perto da Praça Tiradentes, além dos bueiros... Todos eles criaram vitimas fatais, onde foram nada menos que estatísticas do governo, mas muitas dessas vitimas tiveram suas vidas interrompidas, por culpa da negligencia daqueles que querem apenas encher suas contas bancarias, onde depois saem ilesos de punições, como o exemplo do naufrago do Bateau Mouche em 1988, onde 55 pessoas morreram e os responsáveis do acidente foram apenas condenados e estão foragidos.

Agora espero que com essa tragédia, como as outras, sirva de alertas para as instituições e o governo atentem para os prédios e edifícios do centro do rio de janeiro, assim como todo o estado, que em sua maioria não há fiscalização nenhuma quanto a obras e reformas, além do corpo de bombeiros (ou órgão responsável) sobre as saídas de emergência no caso de incêndios ou de uma eventual evacuação. Isso precisa ser visto e revisto para que evite novas tragédias. É preciso também apurar as responsabilidades, pois nessa hora fica aquele jogo de empurra entre os órgãos públicos e privados, onde e como sempre querem sempre sair isentos de culpa.

Que isso sirva também para aqueles que controlam nossos transportes públicos, como os bondes, barcas e trem, onde em sua maioria, estão sucateadas e aqueles que têm controle dos nossos bueiros para que isso não ocorra mais.

Para finalizar esse artigo, quero agradecer mais uma vez a aqueles que foram chamados de vândalos pelo nosso Governador. A todos os bombeiros que sempre estão nos momentos mais difíceis em todo o estado. Vocês sim são aqueles que merecem nosso todo respeito e toda gratidão por tudo que fazem para nossa população, arriscando suas vidas para salvar muitas vidas. Vocês sim são os verdadeiros heróis e vândalos e aqueles que pensam em si e não olha para o povo como instrumento de votos. Parabéns Bombeiros.


domingo, 15 de janeiro de 2012

A política neoliberal das empresas e o desrespeito com os funcionários.


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Durante tempos, encontramos artigos em blogs, sites, fórum, etc... criticas as políticas neoliberais que encontramos no nosso dia a dia e quase boa parte do mundo, mas esquecemos que essa pratica neoliberal também se encontra dentro das empresas onde encontramos dentro de chefes de setores, há chefes de filiais e ao chefe principal onde que para todos eles o que vale é a produtividade e no que vai lucrar com isso em cima da mão de obra barata dos funcionários.

Hoje presenciamos um crescimento de pessoas formadas em áreas como gestão de pessoas, RH e por ai vai, pois apesar de ter alguns amigos que estudam nessas áreas, não sou fã, pois acho que em minha opinião que o ser humano não deve ser subordinado e muito menos ser peça de produtos para essas áreas.
Pois vemos que os trabalhadores em sua jornada diária trabalham em prol do sucesso das empresas e no final, passam a ser desvalorizados com um misero salário onde sobrevive para arcar com suas necessidades e o empresários e chefes de setores, lucram em cima desse trabalhador, sem mesmo dizer as vezes muito obrigado ou até mesmo promove-lo ou aumentar em seu salário, pois em muitas das vezes só recebe um elogio de excelente profissional e nada mais.

Isso acaba sendo uma postura do empresariado arcaico que ainda comanda muitas pequenas e médias empresas, pois as grandes empresas estão melhorando essa relação dia a dia. Vide a participação dos lucros, planos de saúde e etc.

Uma história vem de um conhecido meu. Que foi contratado para uma empresa que estava criando uma filial e com isso resolveram contratá-lo para fazer serviços externos, pois já que tinha uma experiência em vendas externas. Ao decorrer do tempo, passaram fazer muitas promessas aonde iria promovê-lo, colocar num setor fixo e por ai vai. Só que com o tempo esse funcionário passou a ser tratado como um quebra-galho e com isso, outros funcionários que foram contratados para substituir a sua função, passou a ocupar as vagas prometidas, segundo desejavam seus chefes de setores. A empresa via crescendo e esse funcionário passaram a ser mais desvalorizado até que por ironias do destino, ele sofre um acidente de trabalho, onde ele estava quebrando o galho de uma pessoa e aconteceu o ocorrido. Após o tempo de licença, parece que enfim a vez dele tinha chegado, pois prometeram que ia fazer apenas serviços internos, começar a ler e responder e-mails e tal, daí então, esse funcionário passou essa informação para o médico, que para não ampliar a licença o liberou de voltar a trabalhar e com essa promessa, ele vendeu ate seus dias das férias porque estava feliz com essa sua nova função. Mas daí veio a bomba. Nada disso aconteceu, ele passou a ser ameaçado de demissão, mesmo com a estabilidade de 12 meses e vindo de uma recuperação, onde ele foi atropelado fazendo serviços para a tal empresa. Voltou a ser um quebra-galho e passou a novamente fazer serviços externos, mesmo limitado devido a fratura do tornozelo.

Lendo isso, parece que nem da para acreditar que isso tenha acontecido dentro de um escritório. Pois é, esse foi apenas de um exemplo de como os que são preparados a comandar um setor ou até mesmo uma empresa podem fazer com um ser humano, mesmo debilitado, pois para visão dessas pessoas o que vale a produtividade e o poder de mandar e desmandar naqueles que estão abaixo.

Isso é uma coisa normal, como em empresas nas áreas comerciais como lanchonete, mercados e lojas. Uma loja de sapatos que coloca seus funcionários a trabalharem o dia todo em pé, uma lanchonete que paga por hora e no final o funcionário recebe menos que um salário mínimo, um mercado que faz promoções atrás de promoções para os clientes e os funcionários trabalham nada mais do que sete dias por semana e por ai vai...Mas no final desses desrespeitos, o funcionário não lucra, não ganha o aumento e se cometer apenas um erro é demitido. Já aqueles que ganham em cima deles, ganham prêmios de excelência, melhores empresas para se trabalhar.

Como o Mcdonalds onde é líder de muitos processos trabalhistas, onde gerente trata seus funcionários como escravos, alem de muito trabalho e nenhum respeito. Já vi historia de funcionários se machucarem e o gerente salvar a bandeja e falar. “Primeiro o lucro, depois o ser humano.” Essa é a realidade que vivemos e não é apenas em lanchonetes, mercados e etc...Mas também encontramos em escritórios.

O fato é que vivemos em uma sociedade onde muitos pensam em si do que naqueles que te dão os tais lucros, pois tudo na vida gera uma conseqüência, como a perda do funcionário para a concorrente, onde isso mais acontece ou até mesmo ele criar uma. Outros começam a diminuir a produtividade dentro do serviço, onde pode até afetar a empresa toda e sem falar das questões como processos trabalhistas, onde muitos se sentem lesados a essas empresas. Sem citar as greves onde as empresas não conseguem criar benefícios e acaba criando estopins, onde quem perde depois é todos que estão ao redor, como exemplo de bancos, transportes públicos...

O que se pode fazer para mudar isso? Hoje as empresas grandes são grandes exemplos para aquelas outras empresas, porém não adianta apenas colocar benefícios como plano de saúde e entre coisas mais, pois todo funcionário merece respeito com um salário digno, um plano de carreira em tempos e tempos e sempre valorizar o funcionário, pois ele é a espinha dorsal de toda empresa, pois não se pode agradar o cliente, pois quem traz, são os funcionários... Agora espero que um dia as pessoas possam ter talvez um senso comum e comece a enxergar todo o trabalhador como tem quer ser. Como um bom salário, um acesso fácil a saúde e aos ensinos, agora basta que possamos mudar isso e depois ver o resultado quando se faz o bem a quem merece.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vivendo sem fé num país cada vez mais evangélico


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Até pouco tempo atrás em meu facebook, postei uma imagem dizendo que sou feliz sem Deus. Esses tipos comentários, como essa imagem, fez eu perder alguns amigos pessoais. Mas será que num país democrático como o Brasil, não se pode viver sem Deus?

Segundo as pesquisas, o Brasil em 2020, será basicamente a maior religião do país, mas será que isso é bom ou ruim?

O mundo hoje passa por certas tuburlências, onde estão assuntos polêmicos como aborto, homossexualismo, eutanásia e legalização das drogas. Tirando o homossexualismo, os outros temas acabam sendo questão de saúde pública e de violência, mas na visão deles não é de Deus e nada pode ser permitido.

Com isso e com o crescimento de uma bancada, onde foram titulados com o nome evangélicos, eles criam leis em defesa de sua fé e vetam as que são contrarias, mesmo que o Brasil seja laico, muitos lideres acabam pensando antes no eleitorado evangélico, antes de criar ou fazer algo, os que se opõe a eles, acabem sendo hostilizados, enfim demonizados.

Então a cada dia, fica difícil viver sem fé no meio de tanto deles, pois o país em toda sua história, sempre teve certa liberdade religiosa, mas isso vem mudando, pois cidades como São Gonçalo, templos de origens do candomblé e umbanda estão sendo fechados porque o prefeito seria evangélico, bibliotecas são punidas por não terem um exemplar da bíblia e alunos e professores são discrimados em suas escolas por suas crenças.

A ultima agora, foi intitulada como "PEC da teocracia" do deputado e então pastor e tucano João Campos, dando as instituições religiosas o poder de decidir se as leis são constitucionais ou não. Imagina isso sendo aprovado aqui no país?

Um exemplo são os países islâmicos, onde são punidos aqueles que são homossexuais, adúlteros e tudo da base do livro sagrado deles que é o Alcorão. Aqui no Brasil, o movimento pentecostal parece querer fazer a mesma coisa, mais usando a bíblia como sua fonte e encontrando sempre brechas da constituição para vetar leis como o casamento igualitário.

Mas mudando o foco de leis, temos as pessoas comuns, que muitos, acabam se tornando gados desses lideres, onde participam de manifestações que inclui ataques a políticos que defende a causa GLBT e a legalização da maconha. Essas pessoas comuns em dia descriminam aqueles que acreditam em vários deuses ou até mesmo em nenhum e isso parece só tem de aumentar.

Um dia desses também estava lendo na fila do banco o livro do José Saramago – Caim, uma senhora olhou o titulo e na hora tirou um daqueles papelzinho para me entregar, mas será que eles respeitam nossa liberdade? Como outra vez um jovem veio me abortar falando que preciso de Jesus, eu falei que não preciso, então ele começou a rogar pragas, falando que um dia eu ia cair de joelhos pedindo perdão a Deus. Imagina isso quando eles forem a maioria segundo o IBGE.

Além disso, perdir amigos pessoais por não querer opinar da mesma crença que eles e como um pesquisador e gostar de ler desses temas (mesmo sabendo pouco), gosto de expor as minhas opiniões e isso acabar gerando um mal estar entre eu e essas tais amizades, como uma vez que veio até meu Orkut querendo me dar sermão, como não sou de aceitar desaforos, respondi e depois lá se foi mais uma grande amizade.

Mas Jesus dizia: amai-vos uns aos outros e não é basicamente isso que encontramos no seu dia a dia. Pois em todo Brasil, se encontra propagandas em sites, camisas, outdoors onde se você não seguir a mesma fé que eles, você esta endemoniado, te mandam para o inferno, fazem de tudo para que você seja o pior, só pelo simples fato de não ser evangélico.

A cada dia eu me preocupo, quando sofro uma agressão verbal, quando assisto pela TV alguém sendo discriminado só por ser espírita, ateu, da religião-afro e entre outras. O movimento evangélico deixou de ser a tal religião do amor e passou a ser a religião do ódio, da ganância, do poder, da ignorância, onde a todo custo vão querer te converter para num futuro fazer do Brasil uma teocracia e depois fazer o país de volta a idade média implantar de vez, uma inquisição protestante.

Mas será que é disso que precisamos? Hoje podemos mostrar que pode ser digno sem fé, sem Deus e as pessoas que supostamente eram para acreditar em Deus, de base não é assim.

Muitos hoje tentam “sair do armário” falando que é ateu, que é umbandista, mas ainda sofre repressão. As pessoas ainda olham diferente em ambientes de trabalho, de escola. As Igrejas a cada dia impõem suas doutrinas, suas regras. Usam a bíblia, às vezes de forma incorreta para pregar o tal evangelho de Jesus. Muitos também acabam se afastando da religião e acabam sendo pré-julgados como possuído pelo demônio, como ímpio, afastado, mesmo que saia de forma sensata e sábia.

Esse pode ser o nosso futuro, a cada pesquisa, cresce o numero de evangélicos pentecostais e as polemicas tendem a crescer também, agora só basta saber como vamos viver sem fé num país cada vez mais evangélico. Pense nisso...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Um pontapé inicial para o carnaval 2012


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Um salve para os amantes do samba. Mais um carnaval esta chegando e nossos corações começam a bater mais forte. Quando a campeã encerra o seu desfile no sábado das campeãs, começa os troca a troca, como todo lugar, o carnaval se rendeu ao capitalismo (veja Império Serrano 1982 e São Clemente 1990).

Depois desse período, as escolas escolhem seus enredos, suas sinopses e enfim os sambas enredo, depois disso anunciam protótipos das fantasias, os ensaios, as alegorias até o inicio de cada desfile, um trabalho que leva 8 meses a 1 ano.

Mas vamos falar do carnaval de 2012. Um pontapé foi dado, e as expectativas só aumentam para enfim chegar o carnaval. Como sempre virão bons desfiles, bons sambas e como sempre, vem as novidades que de fato e como todo ano emocionam os expectadores e a todos os amantes do samba.

Em 2012 teremos muitas diversidades, enredos que homenagearão os pintores Romero Britto e Portinari, o escritor Jorge Amado e os 100 anos do nosso grande Luiz Gonzaga. O Brasil também será homenageado com enredos em homenagem ao Maranhão e a Bahia, sem falar do nosso cordel, uma leitura tipicamente brasileiro e o cacique de ramos que faz parte da história do nosso Rio de Janeiro. Virão também enredos como Angola e Londres, além de enredo como superação e o leite e a história dos musicais.

Agora com a definição dos sambas, em tese, temos basicamente 60% do que podemos ver na avenida, mas samba enredo, como enredo, não ganha sozinho, pois tudo depende do desfiles de cada escola, mas mesmo assim, nas conversas em bares, ou entre amigos, escolhemos nossas favoritas e fazemos nossas apostas, como se fosse um campeonato de futebol, onde virmos na nossa visão através do elenco ou algo mais e eu também tenho a minha opinião e vou divulgar aqui para todos que lerem esse artigo.

Vou falar por ordem de desfile escola por escolas, seus enredos e a expectativa que eu tenho por cada uma delas.

Domingo

Muitos falam que desfilar domingo não seria um bom dia, pois a campeã sempre sai na segunda, mas temos exemplo como a Tijuca em 2010, mas domingo teremos escolas de tradições que na minha opinião, ainda mais esse ano, poderá pintar a campeã.

Renascer de Jacarépagua: Dupla batalha para se manter no especial. Primeiro vencer “o preconceito dos jurados” em questão de toda primeira escola, que nos últimos anos, só a ilha conseguiu, que foi em 2010, segundo, empolgar a sapucai com seu fraco samba, mesmo sendo letra do Claudio Russo, mas acho que a escola deixou um pouco a desejar, mas tudo é possível, já que a renascer não era favorita em 2011 e mesmo assim levou o titulo do acesso.

Portela: Um ano que poderá ser inesquecível para a minha querida escola. Enchei em cheio no enredo homenageando nossa guerreira Clara em musicas falando da Bahia, mas é preciso vencer a desconfiança. É uma escola tradicional, vai ser a segunda de domingo e ainda tem que vencer os problemas internos, pois nos 2 últimos anos, passou por dificuldades e atrasos em seu barracão, mas tirando isso, tem um samba antológico, bem falado por todos e a sua comunidade que fará de tudo para quebrar esse jejum de 32 anos.

Imperatriz: Jorge Amado merecia essa homenagem pelos seus 100 anos, mas esse enredo não entrou na minha cabeça. A Imperatriz vem a muito tempo sobrevivendo com seus belos sambas, e depois de anos de Rosa Magalhães, será o terceiro ano do Max, mas achei o samba fraco, a escola já tem uma fama de não empolgar, mas Dominguinhos tem talento, além da bateria, porém acredito que ficara na parte intermediária.

Mocidade: “Por ti, Portinari” Confesso que gostei do enredo e achei o samba uma obra prima. Mocidade vem com um samba empolgante, uma bateria, agora no comando do mestre Odilon, além da estreia do Alexandre Louzada, que com toda sua experiência, virá para somar, porém a mocidade precisa vencer os problemas internos, para enfim a estrela de Padre Miguel voltar a brilhar.

Porto da Pedra: Entra ano, sai ano e o Tigre de São Gonçalo insiste em replicar uma forma que a própria escola está cansada de saber que não dá certo. Vem com uma troca de carnavalesco a vésperas e sem falar do Wander Pires que já derrubou Ilha e Viradouro para o acesso. Há anos a escola vem se mantendo no especial, mais esse ano o enredo e o samba é fraco e creio que esse ano é grande favorita ao acesso.

Beija-Flor: Falar de Beija-Flor é uma coisa que vem gerando certas polemicas. Enredos como Brasília, Roberto Carlos e agora Maranhão. Apesar de toda sua história que Maranhão tem, é o lugar mais pobre do Brasil e há anos esta no controle da família Sarney, mas tirando isso, o samba é como todo ano, um padrão básico bem nilopolitano, mas o enredo é rico e mesmo falando de beija-flor, creio que em 2012 não leva, mas briga.

Vila Isabel: Se muitos falam do samba da Portela, tenham uma atenção para o samba da Vila. A última de domingo, vem falando mais uma vez de Angola e África, mas creio que será um belo desfile, como nos anos anteriores. Belo enredo, ótimo samba, mas parece que pra mim falta algo para ver a Vila Isabel como campeã, mas creio que a sua vaga para as campeãs é certíssima.

Segunda-Feira

Depois de sete escolas no domingo, teremos mais sete escolas, sendo 3 delas vem com toda força para o título, mas será que a campeã sairá mais uma vez na segunda?

São Clemente: “Tem bububu no bobobo” Uma escola com histórico de irreverente, essa é a São Clemente. Confesso que gostei muito do enredo e do samba. Além de alegre, será cantado pela revelação Igor Sorriso, mas resta saber se vai empolgar a Sapucaí, pois tem a difícil missão de abrir segunda-feira, mas com enredo mais uma vez irreverente e um samba que me agradou, tem tudo para ficar no especial, basta apenas fazer um belo desfile.

União da Ilha: A sinopse não ajudou, embora contenha tudo que a Ilha vá levar à Sapucaí, complicou a vida dos compositores, e por consequência a safra não teve uma obra que se pudesse considerar completa, o que propiciou a fusão entre duas obras, onde minimamente a escola procurou manter a irreverência e a alegria da Ilha, diferente dos anos anteriores que escola apresentou no grupo especial. Mesmo com enredo mais ou menos, a Ilha tem uma comunidade apaixonada, um carnavalesco que vem melhorando a cada ano e um presidente dado como paizão, mas creio que não caia e nem volte no sábado, fica na zona intermediaria.

Salgueiro: Acho que esse ano o Salgueiro deixou a desejar, pois apesar de muitos amigos e parentes gostarem do samba, mas não me agradou. Um enredo bom, de fácil entendimento e na mão de um Renato Lage, tudo é possível, mas falar de Salgueiro é falar de favorita, pois vem fazendo belos carnavais, agora falta saber se os carros mais uma vez terão dificuldade de entrar e não atrasar, tirando isso, briga pelo título.

Mangueira: Cacique e Mangueira, um casamento que tem tudo para dar certo. Ambos tem história e muitos baluartes. O ponto forte na minha opinião é o samba, que apesar de simples é contagiante, pois vai ser impossível alguém não decorar o samba que é uma obra prima. Basta agora Cid Carvalho, em sua estreia, mostrar pra que veio, pois se for como eu penso, ninguém esse ano segura a Mangueira, pois pra mim é a grande favorita de segunda.

Unidos da Tijuca: Uma verdadeira prova de fogo para Paulo Barros, pois não será um enredo inventado. Luiz Gonzaga, o rei do baião. Uma história bela e rica, porém o samba não esta em suas alturas, mas tem pontos fortes como o refrão. O enredo é bom e na mão de Paulo Barros, será perfeito, basta agora esperar fazer um desfile típico de escola de samba e não fazer teatro, mas mesmo assim não leva, mas volta sábado.

Grande Rio: Superação. Quem nunca se superou de algo? Enredo bom, mas tirando o que houve em 2011, a Grande Rio tem que se superar dela mesmo. Gostei do enredo, porém não curti o samba, mas tem nas mãos a chance de ser a ultima de segunda e encerrar os desfiles, mas precisa vencer ela mesmo e a desconfiança de ser a escola dos globais, mas apesar disso tem caxias ao seu lado e brigará pelo título.

Terminando, quero lembrar que isso é apenas uma opinião pessoal, mas creio que seja na base como eu tenha citado. Agora é curtir os ensaios técnicos, tirarem suas conclusões, para enfim assistirmos o desfile, debatermos na terça de carnaval e enfim esperar o resultado na quarta de cinzas.

Enquanto vivemos nas expectativas, então até la, vamos cantar e sambar e parabéns a todas escolas, pois já são campeãs desde já...

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Da reforma protestante ao movimento pentecostal


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)



No dia 31 de outubro, o mundo protestante comemora mais um no da famosa reforma protestante. Muitos tempos antes desde o tempo da criação da igreja católica aconteceram alguns movimentos que não aceitavam o poder da igreja católica e do próprio Papa. Mas desde quando Lutero colocou as 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, houveram se muitas divisões dentro de mundo protestante, onde hoje, como por exemplo no Brasil, temos o movimento pentecostal e neo pentecostal onde mais cresce.

Tudo se inicia basicamente com a pré reforma que tem suas origens em uma denominação cristã do século XII conhecida como Valdenses, que era formada pelos seguidores de Pedro Valdo, um comerciante de Lyon que se converteu ao Cristianismo por volta de 1174. Ele decidiu encomendar uma tradução da Bíblia para a linguagem popular e começou a pregá-la ao povo sem ser sacerdote. Ao mesmo tempo, renunciou à sua atividade e aos bens, que repartiu entre os pobres. Desde o início, os valdenses afirmavam o direito de cada fiel de ter a Bíblia em sua própria língua, considerando ser a fonte de toda autoridade eclesiástica. Eles reuniam-se em casas de famílias ou mesmo em grutas, clandestinamente, devido à perseguição da Igreja Católica Romana, já que negavam a supremacia de Roma e rejeitavam o culto às imagens, que consideravam como sendo idolatria.

Apesar de acontecer a reforma protestante, muitos daquela época continuaram com algumas práticas da igreja católica como a inquisição protestante, a guerra dos trinta anos, o anti-semitismo, as brigas recentementes na Irlanda do Norte e no Brasil, a famosa Bancada Evangélica e a perseguições as religiões Espiritualistas e o movimento GLBT.

Com a reforma, houve retorno às Escrituras Sagradas  e, portanto, ao Cristianismo primitivo e apostólico -, entendemos que esse movimento, na prática, dividiu os cristãos ocidentais em Católicos e Protestantes que aconteceu até os meados do século XX não havia uma terceira opção para o Cristão. Até chegar ao movimento pentecostal, houve se muitas mortes, intrigas e algumas separações.

Após de da reforma protestante com Lutero, o protestantismo começou a difundir por toda parte da Europa com o João Calvino e os Calvinistas, A Dinamarca passou a ser protestante com o reinado de Cristiano III que com sua soberania se estendeu na Noruega e Suécia, onde na Noruega, soldados Luteranos demoliram algumas igrejas católicas e bispos foram expulsos. A reforma também chegou a países como Finlândia e Hungria que se difundiu através de diretrizes étnicas e na França com os Huguenotes, onde depois houve vários massacres, e muitos dizem que foi talvez o estopim de ideologias como o iluminismo e o próprio deísmo.

Com passar do tempo, a reforma protestante havia dividido a Europa em duas partes. Os estados católicos e os estados protestantes onde a divisão percorria o próprio Sacro Império Romano: a maior parte dos Estados alemãs setentrionais tornou-se luterana ou calvinistas, enquanto os meridionais continuaram com Roma.

Nesse período houve a guerra dos trinta anos e o crescimento do protestantismo, houve também a famosa inquisição protestante que apesar quantidade de registros literários dos próprios protestantes é vasta, porém, estranhamente ocultada pelos livros escolares, pela imprensa e mídia em geral. Muitas vezes vemos o que é omitido pelo lado protestante sendo por esses veículos, atribuídos maldosamente à Igreja Católica.
- O próprio Lutero nos legou o relato dessa prática, anos antes de lançar-se em revolta aberta, dizia: “(...) os hereges não são bem acolhidos se não pintam a Igreja como má, falsa e mentirosa. Só eles querem passar por bons: a Igreja há de figurar como ruim em tudo.” (Franca, Leonel, S.J. A Igreja, a reforma e a civilização, Ed. Agir, 1952, 6ª ed. Pág. 200).

Logo a mentira, a omissão e o falso testemunho se tornaram a coluna da doutrina dos pseudos “reformadores” protestantes.

A crueldade foi especialmente severa na Alemanha protestante. As posições de Lutero, contra os anabatistas, causaram a morte de pelo menos 30.000 camponeses.

Calvino, pai dos presbiterianos, mandou queimar o espanhol Miguel Servet Grizar, médico descobridor da circulação sanguínea. Acusado de heresia, Servet foi preso e julgado em Lyon, na França. Conseguiu evadir-se da prisão e quando se dirigia para a Itália, através da Suíça, foi novamente preso em Genebra, julgado e condenado a morrer na fogueira, por decisão de um tribunal eclesiástico sob direção do próprio Calvino. A sentença foi cumprida em Champel, nas proximidades de Genebra, no dia 27 de outubro de 1553. Puseram-lhe na cabeça uma coroa de juncos impregnada de enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com requintes de sadismo e crueldade.

Se os protestantes do passado nenhum valor davam a essas muitíssimas vidas ceifadas no fogo, muito menos valor dão os protestantes de hoje, que por ignorância, orgulho ou omissão, se escusam de um simples pedido de perdão, para não ter que admitir as iniqüidades que falaciosamente atribuem aos outros.
Sem falar que os reformadores brigavam entre si...

Lutero disse: “Ecolampaio, Calvino e outros hereges semelhantes possuem demônios sobre demônios, têm corações corrompidos e bocas mentirosas”. Por ocasião da morte de Zwínglio, afirmou: “Que bom que Zwínglio morreu em campo de batalha! A que classe de triunfo e a que bem Deus conduziu os seus negócios!”, e também: “Zwínglio está morto e condenado por ser ladrão, rebelde e levar outros a seguir os seus erros”.

Zwínglio também atacava Lutero: “O demônio apoderou-se de Lutero de tal modo que até nos faz crer que o possui por completo. Quando é visto entre os seus seguidores, parece realmente que uma legião o possui”.

Acerca da Reforma, disse Rousseau: “A Reforma foi intolerante desde o seu berço e os seus autores são contados entre os grandes repressores da Humanidade”. Em sua obra “Filosofia Positiva”, escreveu: “A intolerância do Protestantismo certamente não foi menor do que a do Catolicismo e, com certeza, mais reprovável”.

Talvez essa entre os próprios reformadores, tenha causado uma divisão no mundo protestante que posteriormente surgiu os movimentos pentecostais e neo pentecostais.

Toda história surge de uma outra história. Muitos lideres de igrejas pentecostais vieram de igrejas protestante tradicionais. Igrejas como Luterana, Calvinista, Presbiteriana, Metodista e batistas, onde são as mais antigas.

O pentecostalismo está dentro de um gênero de manifestação religiosa que chamamos de entusiasmo religioso. Entusiasmo vem de “en” (prefixo que significa dentro) e “Theos”, que é Deus, e significa Deus dentro, sendo uma palavra de origem religiosa. E as manifestações entusiásticas ou carismáticas, como também são chamadas, têm ocorrido no cristianismo desde seus primórdios. A primeira que se conhece na história da igreja foi o movimento montanista, na segunda metade do segundo século, mais ou menos por volta do ano 170. Esse movimento ocorreu na Ásia menor, atual Turquia, numa região chamada Frigia, e o fundador foi o profeta cristão Montano, que se considerava o porta-voz do Espírito Santo, e anunciou para breve o fim do mundo. Ele era acompanhado por duas profetisas: Maximila e Priscila. Era um movimento tipicamente carismático, apelando para novas revelações, relativizando o valor da igreja, dos bispos e da própria Bíblia. Mas, depois, ao longo do tempo, da Idade Média, houve muitos movimentos desse tipo, movimentos pequenos, que acabavam sendo objeto de forte repressão por parte da igreja oficial, e não duraram muito tempo. Com certeza, depois da Reforma Protestante, multiplicaram-se essas manifestações entusiásticas, principalmente em conexão com avivamentos. O pentecostalismo tem uma genealogia. É filho de um movimento, surgido nos Estados Unidos, chamado Holiness, ou santidade; este, por sua vez, é filho do metodismo, que é filho do anglicanismo. Essa seria a genealogia do movimento pentecostal.

O surgimento do chamado pentecostalismo moderno – porque houve algumas manifestações do tipo pentecostal em outros séculos da história da Igreja - surgiu nos primeiros anos do século XX, exatamente a partir de 1901, em diferentes pontos dos EUA. Houve uma primeira manifestação no estado do Kansas, na cidade de Topeka, mas o que deu realmente notoriedade e fama para o movimento pentecostal inicial e o que começou a torná-lo um movimento internacional foi o famoso Avivamento da Rua Azusa , em Los Angeles, em 1906. Esse episódio se deu sob a liderança de um pastor negro chamado William Seymour . Como tinham pessoas de muitas etnias e nacionalidades participando deste avivamento da Rua Azusa, isso contribuiu para a rápida difusão do movimento, não só nos Estados Unidos, mas em outros países. Tanto é que, quatro anos depois, o pentecostalismo chegou no Brasil. No entanto, dentro de pouco tempo, houve outra cidade dos Estados Unidos que se tornou um grande centro do movimento pentecostal: Chicago.

Aqui, no Brasil, o movimento começou em 1910, com a Igreja Congregação Cristã no Brasil, através de um pregador chamado Luigi Francescon , o pioneiro pentecostal no Brasil. No ano seguinte, em 1911, chegou o segundo grupo, Assembleia de Deus. Francescon baseou suas atividades em São Paulo, e a Assembleia de Deus, em Belém do Pará. Daniel Berg  e Gunnar Vingren , dois missionários suecos que tinham sido batistas e depois se tornaram pentecostais, foram os fundadores da Assembleia de Deus no Brasil. Isso significa que essas duas igrejas agora estão completando seu centenário. Segundo Paul Freston , um sociólogo muito conhecido nos meios evangélicos e um grande estudioso do protestantismo brasileiro, há três ondas, três períodos de implantação do pentecostalismo no Brasil. A primeira onda é representada por essas duas igrejas antigas. A segunda onda é dos anos 40 e 50, quando o pentecostalismo se tornou mais urbano, e surgiram igrejas como a do Evangelho Quadrangular , a Igreja Pentecostal o Brasil para Cristo  e, um pouco depois, a Igreja Deus é amor . E a partir dos anos 70, a terceira onda, que é o neopentecostalismo, começou com a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo , que foi fundada em 1977, no Rio de Janeiro. Outras dessa onda são a Igreja Internacional da Graça de Deus e a Igreja Mundial do Poder de Deus ; inclusive os nomes são muito parecidos.

O advento do Pentecostalismo é algo tão grande quanto a Reforma Protestante. Em termos de importância e grandeza, podemos dizer: o movimento Pentecostal é exatamente do mesmo tamanho da Reforma Protestante. Por conta desse tamanho, não pode ser incluído como um subtópico ou conseqüência da Reforma. Não caberia; é muito grande para isso.  Assim como a Reforma Protestante está para o Catolicismo, o Pentecostalismo está para a Reforma Protestante. O Pentecostalismo é um movimento completamente novo, no sentido de ser completamente outro. Verdadeiramente uma nova Reforma Religiosa, que os historiadores, num futuro distante, possivelmente, chamarão de “a Reforma Pentecostal”.  A primeira Reforma, a do século XVI, distanciou o cristianismo do Catolicismo Romano, a segunda, a Pentecostal, no século XX, promoveu essa reaproximação, em diversas frentes, como demonstraremos.  A Reforma Pentecostal é, de fato, um movimento que trouxe para o cristão ocidental uma terceira opção, antes inexistente. Agora o Cristão ocidental, pode ser:

 a) Católico Romano;
 b)  Protestante;
 c)   Pentecostal.

Cabe aqui também uma breve abordagem sobre o neopentecostalismo. Antes de qualquer coisa, precisamos entender que o neopentecostalismo não possui, à semelhança da Reforma Protestante e da Reforma Pentecostal,  status de Reforma Religiosa. Ele é, antes, um subtópico do Pentecostalismo. Ele cabe perfeitamente dentro do Pentecostalismo. Ou seja, todas as igrejas neopentecostais continuam sendo, em última análise, igrejas Pentecostais, diferindo apenas no  grau de variação das práticas e premissas  pentecostais, cujo cordão umbilical e DNA, entretanto, poderão, facilmente, ser encontrados na Rua Azuza – local onde, historicamente, se reconhece o marco zero do Pentecostalismo, aqui  entendido como uma “a nova Reforma Religiosa”. Portanto, é um grande erro histórico classificar igrejas como Renascer, Universal, Mundial do Poder de Deus, Internacional da Graça de Deus, Sara Nossa Terra e todas as outras “novas igrejas” que seguem essa mesma linha, de igrejas Protestantes.  Elas não têm absolutamente nada a ver com a Reforma Protestante. São fruto, responsabilidade e culpa única e exclusivamente da  Reforma Pentecostal do Século XX.

O pentecostalismo produziu transformações gigantescas no protestantismo brasileiro. Até o surgimento do pentecostalismo, o protestantismo era composto pelas chamadas igrejas tradicionais ou históricas da Reforma. A partir do pentecostalismo, houve uma mudança radical, primeiro um crescimento exponencial do protestantismo brasileiro por causa do crescimento pentecostal, e depois os pentecostalistas introduziram, no protestantismo brasileiro, inclusive nas igrejas históricas em maior ou menor grau, uma série de crenças e práticas que hoje influenciam bastante principalmente o chamado evangelicalismo brasileiro. As pregações ao ar livre, os cultos evangelistas com apelos fortemente emocionais, um novo estilo de música, as manifestações físicas, com pessoas levantando as mãos e batendo palmas, dizendo glória, aleluia etc., tudo isso é herança do movimento pentecostal. No que diz respeito ao neopentecostalismo, essa explosão imensa representada por igrejas gigantescas, como a Igreja Universal do Reino de Deus e sua nova teologia, diferente do pentecostalismo tradicional, que é a Teologia da Prosperidade, trouxe todo um conjunto novo de valores e práticas que os pentecostais e os protestantes desconheciam até então. No protestantismo tradicional sempre houve uma extrema valorização da vida espiritual, das realidades transcendentais em contraste com as realidades do mundo material, que era considerado de menor importância para o crente. O neopentecostalismo defende que não tem problema em aceitar esse mundo, de querer ser rico e importante, porque isso é bênção de Deus.

O legado do pentecostalismo é misto. Ele trouxe contribuições valiosas, mas também trouxe elementos extremamente problemáticos e preocupantes para o protestantismo brasileiro, por exemplo, o personalismo, o culto da personalidade através desses líderes, que são quase que idolatrados por muitas igrejas e que fazem questão de criar entre seus fiéis uma profunda veneração por eles. A riqueza e o sucesso são apontados como provas da fidelidade a Deus e das benções de Deus sobre a vida das pessoas, criando uma espiritualidade individualista, egocêntrica, onde a pessoa só busca seus projetos e objetivos pessoais, deixando de lado os interesses da comunidade.

Era assim que pensavam os reformadores. É assim que pensam os Reformados até hoje.  Agora, perguntamos: É assim que pensam os Pentecostais?

A busca frenética pelo reconhecimento pessoal no meio Pentecostal é algo gritante. Muitos jovens se martirizam psicologicamente para ter “o dom de línguas estranhas”, por exemplo. Com que objetivo? Edificar a igreja? Absolutamente. Com o fim de serem reconhecidos como “homens e mulheres de Deus”. Isso, em última instância redunda em glória pessoal e particular, além de render cargos. Cargos que inclusive possuem natureza hierárquica, o que possibilita uma nova ponte à idéia de clero do Catolicismo Romano, passando pelo “cargo” de presbítero, evangelista e evoluindo aos diversos tipos de pastores, numa escalada gradual, sendo o posterior superior ao imediatamente anterior. 

De todo esse estado de “glorificação velada do homem”, característica peculiar do humanismo - principal influenciador do Pentecostalismo, decorre a variação encontrada nas igrejas neopentecostais: a figura do Apóstolo, que pressupõe um grau extremamente alto e superior em relação aos demais líderes da igreja. Só não se sabe onde essa escala hierárquica de poder eclesiástico vai parar.

Há também a glorificação dos “profetas” e “profetisas” que não possuem, necessariamente, um cargo, muito embora seja o objetivo de muitos deles. Esses são “eleitos” pelo próprio povo para receberem a glória do reconhecimento. Esses têm uma oração mais poderosa que os demais. Com esses, dizem seus admiradores, Deus fala coisas profundas e misteriosas. Uma das principais frases de Malafaia, por exemplo, para trazer alguma espécie de “maldição” aos seus oponentes é “sou profeta de Deus”. Isso requer para si uma espécie de contato direto com Deus, o que lhe confere um poder extremamente grande.

Diante disso, podemos afirmar: o pressuposto Pentecostal que contrasta com o “Soli Deo Glória” é: Deus seja glorificado, mas também o “homem e a mulher de Deus".

Esse pressuposto Pentecostal pode até estar correto e o da Reforma Protestante errado. Mais uma coisa é certa: são completamente diferentes. Além disso, são auto-excludentes. Não há possibilidade de conciliação entre eles.

Agora decida: o Pentecostalismo tem algo a ver com a Reforma Protestante? Os pressupostos do Pentecostalismo são convergentes ou divergentes em relação ao pressupostos da Reforma Protestante do século XVI?

Desde a reforma protestante onde Lutero não concordava com o poder da igreja católica, das indulgencias que ela colocava até os tempos de hoje, o movimento protestante mudou muito. Desde pensamentos e idéias diferentes, como a de Jhon Wesley e o metodismo, que de sua divisão veio o metodismo wesleyano. Dos anabatistas aos batistas para batistas reformados.

Lutero, mesmo como todo seu anti-semitismo como no livro sobre judeus e suas mentiras, que talvez tenha inspirado Adolf Hitler a fazer o que fez com os judeus, já que esse livro não foi traduzido para o português, mas Hitler o admirava e talvez tenha lido o livro como inspiração, como diz Dawkins, mas mesmo assim Lutero, foi um exemplo de coragem, numa época, onde criticar a igreja católica era fogueira, ele lutou, traduziu a bíblia do latim para o alemão, de sua coragem, passaram-se épocas como o renascimento, iluminismo e entre outros. Ele usou a forma mais simples de se entender o evangelho e chegar a Deus, diferente do movimento pentecostal que hoje usa sua doutrina para demonizar, enriquecer e pelo jeito que anda, trazer de volta aquela forma de condenar, como um dia foi a igreja católica, onde Lutero tanto condenou...



Fontes:
Livro Negro do Cristianismo
Wikipédia
Filosofia Calvinista

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cristina Kirchner e a derrota da mídia golpista argentina


"A Lei não é para controlar ninguém, mas para impedir que o povo seja controlado." Cristina Kichner sobre a Ley de Medios, que regulamenta a mídia na Argentina.

Texto de Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

América Latina assistiu, neste final de semana, a um dos capítulos mais sólidos do processo de fortalecimento democrático do continente. No domingo (23), 54% dos argentinos respaldaram a atual gestão de Cristina Kirchner. A vitória acachapante da atual presidente, que concorria à reeleição, é uma mostra do avanço dos povos latino-americanos rumo a uma administração independente, com crescimento econômico respaldado por maior justiça social e soberania.

Esse movimento progressista na América se estende por mais de uma década, tendo como expoentes no continente os governos de Argentina, Bolívia, Brasil, El Salvador, Equador, Nicarágua, Paraguai, Uruguai, Venezuela, além de Cuba – que há meio século desafia o governo estadunidense, responsável pelo criminoso bloqueio econômico imposto à ilha. Historicamente considerados “quintal” dos Estados Unidos, esses países romperam com o Consenso de Washington vigente durante a década de 1990 e ousaram reivindicar a independência dos povos, tendo como prioridade os avanços na área social e a consolidação do vitorioso processo de fortalecimento de uma América Latina soberana, que caminha para a superação das desigualdades e injustiças do continente.

A vitória de Cristina Kirchner também deveria servir de lição ao Brasil. Ela representa uma dura derrota da mídia monopolizada e manipuladora, que ergueu seu império durante a ditadura militar argentina. Os meios de comunicação, em especial o poderoso Grupo Clarín, fizeram de tudo para desestabilizar e derrubar o governo de Cristina, rotulado de “populista e esquerdista”.

A mídia golpista chegou a insuflar um locaute dos barões do agronegócio, que paralisou e desabasteceu o país. Durante todo o seu governo, a imprensa produziu factóides, travestindo-se de “ética”, para desgastar a presidenta. Ela nunca reconheceu os avanços políticos, econômicos e sociais do governo. Filhote da ditadura, a mídia nunca abandonou o receituário neoliberal.

Mas Cristina Kirchner não se dobrou à pressão da imprensa golpista. Nunca ficou de “namoricos” com os donos da mídia. O seu governo submeteu ao debate na sociedade uma nova lei sobre comunicação, a famosa Ley de Medios. O novo marco regulatório, aprovado em outubro de 2009, determina o fim do monopólio na rádio e TV e incentiva a pluralidade e diversidade informativos.

O grande triunfo foi baseado fundamentalmente no crescimento econômico que o país atravessa, na ausência de uma oposição unificada, e pelo fato de o primeiro período do governo de Cristina Kirchner (2007-2011) "ter se mantido dentro dos limites do populismo", considerou o professor de relações internacionais Carlos Romero, da Universidade Central de Venezuela.

"Essa esquerda populista tem sido uma característica de nossa política (na América Latina) em todo o século XX e nesta parte do século XXI", com uma forte presença do Estado e do partido oficial, ressaltou.

Para quem, enfim, ainda se pergunta pelas razões da vitória de Cristina Kirchner, um pouco de números talvez ajude a encontrar a resposta. Para começo de conversa, a economia cresce ao ritmo de mais de 6% ao ano. O desemprego é baixo, a maior parte dos trabalhadores chegou a acordos que asseguraram ganhos salariais reais, os programas sociais do governo atendem a milhares de famílias. Um dos muitos subsídios atende a três milhões e meio de menores de 18 anos de idade, com a única condição de que freqüentem a escola e façam as vacinações obrigatórias. Em quatro anos – entre 2007 e 2010 – a pobreza baixou de 26% a 21,5% da população.

A oposição feroz dos grandes conglomerados dos meios de comunicação, a resistência desrespeitosa dos grandes magnatas do campo, as chantagens dos grandes barões da indústria, a virulenta má vontade das classes mais favorecidas, tudo isso somado não foi capaz de abalar o prestígio da presidente. Ela conquistou apoio de amplas faixas do eleitorado mais jovem, abriu espaço junto aos profissionais liberais, recebeu o voto massivo dos pobres.

Tudo indica que o terceiro mandato do partido Peronista na Argentina vai aprofundar as mudanças iniciadas em 2003. Oxalá que assim seja e que possamos tomar como exemplo os avanços conseguidos pelo país vizinho. De acordo com Patricio Echegaray, secretária-geral do Partido Comunista da Argentina, em artigo publicado em seu blog, a mudança estrutural no capitalismo da Argentina “é a única forma de impedir a ofensiva restauradora das direitas ou uma possível descomposição que pode afetar o chamado projeto nacional”.

sábado, 22 de outubro de 2011

Fé e Conhecimento

Tradução: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

"Fé" uma das muitas razões que alguns se voltam para o ateísmo ou Agnosticismo e é porque eles não querem seguir. Deístas e teístas têm um ditado que diz sobre isso: "Eu não tenho fé suficiente para ser ateu." Embora possa parecer apenas uma linha humorística e retórica, que faz repousar sobre uma boa parte do valor.

A questão é esta: Os ateus dizem: "Não podemos acreditar em Deus porque isso é um ato de fé, e só devemos acreditar no que a ciência e a lógica nos diz." O Teísmo responde: "Como você sabe que a ciência e a lógica é a descobertas de seres humanos  estejam corretas? "Para isso, o ateu rapidamente responde:" Porque, (1) faz sentido, (2) não há evidência para provar as conclusões científicas, e (3) qualquer outro princípio arbitrário tentando explicar por que a ciência é verdade. "E, finalmente, o teísta, mais uma vez diz:" Mas como você sabe que todas essas coisas que você diz são precisas? "No final, este ciclo continua até que o ateu está cansado dele e diz: "Olha, é apenas a verdade, ok?

A triste verdade é, a crença em princípios científicos e da razão humana exige fé tanto quanto acreditar em um livro sagrado. Na verdade, todo o nosso conhecimento pode ser reduzido a esse cenário simples. Conclusões científicas repousam em pressupostos científicos, religiosos e conclusões em suposições religiosas, apoiando em conclusões morais, premissas morais, e assim por diante. Essa é apenas a maneira que é.

A razão para esta circularidade inevitável é que nós seres humanos estamos dentro de um sistema. Nós não podemos ver este sistema a partir do exterior, de modo que não podemos verificar e ver se ele é composto externamente, só podemos determinar se ele é internamente consistente. Portanto, as nossas conclusões sobre esse sistema só pode ser baseada em (1) a consistência interna dessas conclusões, e (2) a consistência dessas conclusões com o que pensamos que percebemos. Não há maneira de nos aproveitar algum poder temeroso ou ter uma visão especial de saber, com certeza, que estamos certos. Você acabou de viver com ela.

No entanto, devemos distinguir entre a fé cega e fé responsável. O argumento de que a fé e a base de todo conhecimento não implica que não há problema em apenas acreditar no que quiser, porque podemos implicar que temos de ter cuidado para colocar as nossas suposições e tirar nossas conclusões de forma responsável.

Assim, os teístas fazem a suposição de que um livro é santo, e chegam as conclusões religiosas com base nisso. Deístas e ateus têm fé na ciência, acreditamos que a ciência é muito mais internamente consistente e coerente com o que nós pensamos e que nós percebemos. A diferença entre nós é que chegamos a conclusões diferentes com base nestes pressupostos teístas e deístas que ao levar o que temos a concluir que Deus existe, enquanto ateus pegam o que eles têm e concluir que ele não o faz.

Considerando as implicações práticas desta abordagem baseada na fé a tudo. Geralmente temos fé em nossos cinco sentidos, especialmente os de tato e na visão. Mas quando vemos uma ilusão de ótica, estamos totalmente convencidos de que nós vemos algo que, na realidade, é bastante diferente. Isso demonstra que mesmo as coisas que nós tomamos para concedido e assumir para ser exato são baseados na fé, e que temos fé que nem sempre é correta.

Combine tudo isso, você pode ver a falha na lógica dos ateus, só porque a ciência não “prova” empiricamente que Deus existe isso não significa que ele não faz. Na verdade, a ciência está continuamente mudando e evoluindo à medida que aprendemos (ou pensamos que aprendemos) coisas novas sobre o cosmos. A história da ciência é feita com revoluções como muitos que existem na história da política. Independentemente do que você acredita, pensa, ou sente e não importa quanto você tente negar, você não pode escapar da necessidade da fé.

 

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