quinta-feira, 11 de abril de 2013

Rodoviários e as consequências da dupla função




Texto: Joseclei Nunes (Facebook) (Twitter)

Há menos de um mês, a cidade do Rio de Janeiro passou por um dia de tensão devido à greve dos rodoviários, mas tudo acabou sendo em vão.

É inegável comentar sobre a dupla função. De um lado os motoristas estressados e freqüentemente sem treinamento adequado. Do outro lado, uma legião de passageiros submetida a viagens desconfortáveis, muitas vezes perigosas, e horas de engarrafamento. Acrescente a isso a ineficiência da fiscalização no transporte público. O resultado dessa equação faz com que circular de ônibus no Rio seja um sofrimento diário que, não raramente, termina em tragédia, como aconteceu na terça-feira retrasada. Sete pessoas morreram e 11 ficaram feridas.

A reivindicação é mais que justa. Muitas cidades do Brasil já estão acabando com essa dupla função. Mas aqui no Rio é diferente, pois há um interesse público e privado.

Se não fosse o fim trágico desse acidente, seria apenas mais um nas estatísticas do governo. Foram registrados nos últimos quatro anos, uma média de dois acidentes com vítimas por semana envolvendo ônibus. Em 2011, houve o registro de 126 casos; em 2012 foram 84. No ano passado, a ouvidoria da Secretaria municipal de Transportes recebeu 28.294 reclamações sobre os ônibus. Entre as queixas mais freqüentes estão falta de humanidade por parte do motorista e comprometimento à integridade dos passageiros. Especialistas já apontaram o estresse dos motoristas como uma causa freqüente de acidentes. No caso do veículo da semana passada, o motorista também exercia a função de cobrador.

Mesmo sabendo dessas tragédias, o governo ainda mantém a dupla função. Em 2008, o projeto de lei nº50/2007 criada pelo deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) pretendia acabar com a dupla função. O projeto foi aprovado, porém acabou indo para a gaveta do presidente da câmara que pertence ao PMDB.

O projeto de lei de junho de 2008: Pelo Regimento Interno da casa, este projeto deveria entrar na pauta para a segunda discussão 48h após a primeira aprovação, mas até hoje, quase quatro anos depois, não foi incluído na Ordem do Dia por Paulo Melo. Para Ramos, está claro que o lobby das empresas de ônibus, representadas Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), impede a aprovação:

"É a força que têm as empresas. Quem é que tem poder para fazer um projeto importante como esse não tramitar? Só pode ser a Fetranspor", acusa.

Com aval da prefeitura e do governo do estado do Rio de Janeiro, estas empresas, a fim de ampliarem seus lucros, criaram a dupla função. Além de dirigir, os motoristas são obrigados a receber dinheiro e dar o troco enquanto dirigem. Eles se desconcentram do trabalho principal, a direção, e acabam tendo problemas com passageiros por conta de eventuais erros na hora de repassar dinheiro.

Esse acúmulo de funções tem como resultado diversos acidentes, atrasos no embarque que conseqüentemente tornam o trânsito pior, viagens mais incômodas, longas, estressantes e arriscadas tanto para o motorista quanto para os passageiros. Afinal, se não podemos usar telefone celular enquanto dirigimos, não faz sentido que os motoristas de ônibus possam trocar dinheiro.

O interesse é grande para muitos e os problemas continuam, viram estatísticas e no final ninguém faz nada. A culpa sempre acaba caindo em cima dos mais fracos, como aconteceu no acidente da linha 328, onde mesmo sabendo que o veículo estava fazendo suas viagens de forma irregular, com multas, o motorista, e não na empresa, foi culpado. Sem contar que as empresas de ônibus só querem saber de aumentar as passagens e não fazem prevenção dos coletivos, além de aumentarem a carga horária dos trabalhadores rodoviários, que estressados repassam suas frustrações para nós, passageiros!

Diferente do Rio, muitas cidades já terminaram com a dupla função. O que nos resta é esperar que com esse fim trágico, nossos parlamentares pressionem o governo e a prefeitura para acabar com esse descaso, onde um motorista que já trabalha quase 18 horas diária acaba enfrentando essa dupla função. Isso só trás péssimas conseqüências a todos nós passageiros e aos rodoviários.  Agora aguardar os próximos capítulos e torcer pelo fim dessa função.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Minha análise das escolas do especial Rio de Janeiro


Texto: Joseclei Nunes (Facebook) (Twitter)


Bem amigos sambistas, mais um carnaval vêm chegando e enfim podemos dar nossos “pitacos” e opinar sobre qual o melhor samba, melhor enredo, quem será a escola campeã, quem voltará a desfilar no sábado e quem será rebaixada.

A cada ano o carnaval se torna mais competitivo, porém, tudo acaba sendo definido no domingo e segunda de carnaval. Mesmo assim muitos comentam sobre como vai ser o próximo carnaval e no que as escolas poderão surpreender.

Na questão dos enredos, mais uma vez algumas escolas criaram polêmicas. É o exemplo do enredo da Mocidade, Salgueiro e Beija-Flor. Essas três escolas virão com enredos patrocinados e por isso foram criticadas. Outro enredo patrocinado é o da Vila Isabel, mas foi elogiado desde o momento da sinopse ao Samba Enredo. Uma outra escola que vem com enredo duvidoso é a São Clemente que falará sobre o horário nobre. Apesar de ser um tema interessante, pode não ser tão positivo para os jurados.

Há enredos que não são esquecidos, como os que falam sobre cidades, estados, países e homenagens a personalidades. Alguns exemplos são a Inocentes que falará da Coréia, a Imperatriz sobre o Pará, a Mangueira cantará sobre Cuiabá, a Ilha com Vinícius de Moraes e a Portela que contará sobre Madureira e a sua própria história.

Enfim, vou definir segunda a minha opinião sobre o que acho de cada escola para 2013.

Domingo

Inocentes de Belford Roxo: A escola é a estreante da vez no grupo especial. Foi campeã do grupo de acesso de 2012 com dúvidas, mas agora o que podemos esperar da escola? A escola investiu bem. Trouxe Wantuir, Lucinha e Rogerinho e pode incomodar em alguns quesitos, mas creio que a escola voltará ao acesso. Se não voltar, briga. O enredo sobre a Coréia é bom, contudo, o samba deixou a desejar. A Inocentes ainda tem muito a aprender.

Salgueiro: Fama de enredo? Parece ser arriscado. O Salgueiro me surpreendeu na sinopse e no samba. Ela virá como favorita se o Renato Lage não viajar nas alegorias, porém acredito que a escola possa se perder em algumas partes do desfile. O enredo é bom, mas vai depender de como a escola irá apresentá-lo. Acho que a escola continua na briga pelo título.

Unidos da Tijuca: É a atual campeã e virá para brigar pelo bi. Mais uma vez a Tijuca não virá com o enredo inventado pelo Paulo Barros e será uma homenagem ao ano da Alemanha no Brasil. A escola vem se fortalecendo como a maior potência do atual carnaval, mas vai depender qual serão as surpresas que Paulo Barros irá inventar no desfile, pois às vezes peca em alegorias e isso pode ser um ponto fraco para escola. Sobre o samba posso dizer que é um samba normal, mas pode cair bem na Sapucaí porque é fácil e a comunidade poderá abraçá-lo. Favorita ao título.

União da Ilha: Ilha e Vinicius de Moraes é um casamento que pode dar certo. Apesar de ser um enredo que já foi apresentado outras vezes, porém de formas diferentes. A Ilha virá homenagear o nosso poetinha em seu centenário. Apesar de ter gostado do enredo e da sinopse, não gostei muito do samba, porém acredito que o Ito Melodia fará esse samba funcionar na Sapucaí. A Ilha a cada ano vem mostrando que logo irá brigar pelo título. Não levou em 2011 por causa do incêndio em seu barracão, mas acho que esse ano também não brigará pelo sonhado caneco. A escola brigará para ficar entre as campeãs, pois o Alex a cada ano vem fazendo um bom trabalho na escola.

Mocidade: Uma coisa que nunca imaginaria é que rock daria em samba, ainda mais em enredo. A Mocidade ousou em falar sobre o Rock in Rio. Desde que apresentou o enredo em 2011 a escola vem recebendo uma chuva de críticas sobre o tema. A escola vai arriscar. O enredo não é bom, o samba é mais ou menos e a escola deve perder alguns pontos nos quesitos Enredo e Samba Enredo. Vale ressaltar o bom trabalho do Alexandre Louzada e da bateria que esta voltando a ser nota dez, mas de fato, brigará pra ficar na zona intermediária.

Portela: Portela e Madureira, um casamento que podia dar certo se não fosse a crise pela qual a escola vem passando. Um enredo em homenagem ao bairro e à própria escola e um belo samba estão sendo manchados pela gestão da atual diretoria. Há um mês do carnaval nenhuma alegoria está pronta. A escola vive em uma tensão antes do carnaval e uma parte da torcida acredita que a escola irá para o Grupo de Acesso em 2014. Apesar de muitos não acreditarem, a Portela tem tradição, tem a força da sua comunidade e acredito que a escola não irá descer, porém brigará pra ficar na parte baixa da classificação.

Segunda-Feira

São Clemente: Horário Nobre é um enredo, mas... A escola de Botafogo é outra que a cada ano vem se consolidando no grupo especial, porém esse ano não foi muito feliz no enredo. Fico imaginando a Viúva Porcina dançando com as mulatas ou o Roque Santeiro sambando. Acho que o enredo é tendencioso, pois citou as novelas de uma única emissora, deixando fora novelas como Pantanal e Xica da Silva. O estilo irreverente da escola pode surpreender muita gente, pois é a força da escola. Acho que pode brigar para não descer ou no máximo ficar na zona intermediária.

Mangueira: A Mangueira passa por uma situação semelhante a da Portela. A escola há anos vem mostrando carnavais medianos, apresentando brigas internas dentro da agremiação e como sempre, quase tudo está atrasado próximo ao carnaval. O enredo é bom, o samba está aquém do esperado, porém Mangueira é Mangueira. Agora vamos ver como Cuiabá será apresentado pela escola e vamos ver qual será a próxima surpresa da bateria, pois pra mim, briga pra ficar na zona intermediaria.

Beija-Flor: Pois é, parece que a beija flor está perdendo sua hegemonia no carnaval carioca. A escola vem com enredo homenageando o cavalo Manga largo. Confesso que não gostei do enredo, mas curti muito o samba, pois o Neguinho consegue transformar qualquer samba ruim em um samba bom. Acho que a escola não virá para brigar pelo título, como muitos falam, mas ficará na parte de cima da classificação.

Grande Rio: Falar sobre a briga dos royalties dá samba? Para a Grande Rio parece que sim. O enredo tendencioso em favor do Rio de Janeiro pode ajudar a escola de Caxias a conquistar o primeiro carnaval? Acho que não. A escola não teve o apoio da imprensa de carnaval com esse enredo e em algumas das votações foi escolhido como o pior samba. Mas a Grande Rio tem a força da comunidade e acredito que a escola briga para voltar nas campeãs.

Imperatriz: Pará é o enredo e com ele a Imperatriz tenta voltar a fazer belos carnavais como no passado. Trouxe Cahe Rodrigues, Wander Pires para voltar a conquistar o carnaval. O samba está num caso de amor com alguns dos especialistas: Ou você ama o samba ou odeia. Não acho que a escola volte sábado, mas acho que Cahe Rodrigues irá fazer um belo carnaval e creio que a escola em breve voltará a brigar pelo topo, mas não em 2013.

Vila Isabel: Imagina um samba composto por André Diniz, Martinho da Vila e Arlindo Cruz? É o samba da Vila Isabel de 2013. A escola há anos vem batendo na trave para conquistar a taça, porém acredita que o casamento com a Rosa Magalhães com esse samba possa ser concretizada nesse carnaval. Mas a Vila é a escola que consegue perder pra ela mesma em pequenos pontos. Vamos ver se agora vai, pois apresenta um dos melhores enredos e sambas. Veremos fará um desfile de campeã que deixou a desejar nos anos anteriores, pois a escola é forte para brigar.

O carnaval vem chegando e está na hora de cada um fazer suas apostas. Espero que seja mais um ano de belo espetáculo, que nossos jurados possam analisar bem cada escola e que na quarta-feira de cinzas a disputa se dê ponto a ponto, pois é carnaval é isso. Amor a sua comunidade e uma festa de um povo. Que vença o melhor, que vença a sua escola.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Unidos de Bangu: Uma fênix que ressurge depois de quinze anos


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)



No dia 8 de novembro, o mundo do samba teve uma ótima notícia. A volta da Unidos de Bangu depois de 15 anos inativa ao carnaval carioca.

Fundada em 15 de novembro de 1937, a Unidos de Bangu é a quarta escola de samba mais antiga do carnaval carioca e brasileira, fundada depois de Mangueira, Portela e Unidos da Tijuca.

Sua história, como no futebol banguense nasceu, veio de operários da Fábrica Bangu e com isso desfilou no carnaval da região até 1957, quando fez seu primeiro desfile oficial entre as escolas de samba, com enredo em homenagem a aviação e veio o primeiro título.

Um fato inusitado da escola de Bangu foi o carnaval de 1962, com o enredo Fragata de Dom Afonso, a escola foi vencedora do carnaval, empatando com a Beija-Flor em números de pontos, ganhando no critério de desempate.

Outro fato inusitado, foi as cores da escola, que até então era azul é branca, mas em homenagem a equipe do Bangu, campeão carioca em 1966, a escola passou a ser vermelha e branca.

Apesar de ser uma das mais antigas escolas, a agremiação do bairro só desfilou 3 anos no especial (58, 60 e 63) e chegou perto de voltar ao grupo nos anos 80, tendo como figura marcante seu presidente Wanderley Portugal e o intérprete Sobrinho. Desfilou de 1980 a 1985 no Grupo I-B, atual Série “A”.

A Unidos de Bangu para muitos do bairro, como para mim, representou a Zona Oeste, até o surgimento da Mocidade, mas é uma escola histórica, que comentado por muitos que desfilaram na escola, e com a volta dela, apareceu aquele saudosismo de como era trabalhar e desfilar em prol da escola.

Outros pontos lembrados de alguns desfilantes foram enredos de 1975 em Emília no país da gramática; a lenda de Juparanã, a lagoa encantada de 1980; é hoje, a história do carnaval em 1981; atrás do trio elétrico em 1984; e Alerta, vamos sambar, aí vem a Emilinha em 1993.

Mas infelizmente, a escola passou por sérios problemas na década de 90, onde a escola enrolou a bandeira em 1997.

Passaram-se 15 anos, um grupo de jovens conseguiu realizar o sonho de muitos banguenses e a irá volta ao carnaval carioca, onde irá desfilar no grupo C com o enredo "Nas lembranças da infância, um carnaval de esperança" para alegria de toda nação banguense.

Depois de 15 anos, a escola como uma fênix, ressurge das cinzas para dar mais alegria a nossa comunidade e o primeiro ato para alcançar os objetivos, será em fevereiro de 2013, numa noite de segunda-feira. Agora aguardar e ver a Unidos fazer um belo desfile e emocionar a todos que que viram, não viram a escola em tempos antigos, pois será um momento de emoção porque “Voltei, amor, eu voltei; Num canto maior, me faço criança; Na luz da esperança, renasce a emoção; Com a Unidos de Bangu no coração.

domingo, 2 de setembro de 2012

A Portela e a atual gestão


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)


Faltando alguns meses para o carnaval de 2013, as agremiações estão com seus enredos, os sambas estão em andamento para a definição do hino.

Além da Ilha, a Portela foi dada pelos comentaristas um dos melhores enredos para o carnaval de 2013, mas em menos de dois meses tivemos duas baixas: Sharon Meneses e o casal de mestre sala e porta bandeira Rogerinho e Lucinha Nobre.

Não sou a favor de rainhas de bateria fora de sua comunidade, porém a Sharon Menezes era uma simpatia com a comunidade, era presença certa em todos os ensaios técnicos e de rua da agremiação, porém foi deposta por motivo nenhum pelo o nosso presidente.

Já Lucinha Nobre e Rogerinho foram a grande surpresa para toda comunidade portelense. Há tempos que a Portela não tinha um casal nota 10 no carnaval carioca e conseguimos isso no carnaval de 2012, mas a noticia de alguns dias atrás abalou toda a comunidade e todo o mundo do samba.

A dispensa do casal da escola gerou uma enorme insatisfação de toda a sua torcida e gerou até o afastamento de alguns diretores, mas porque da Portela nunca conseguir voltar a conquistar o tão sonhado título do carnaval, mesmo quando o vento vem ao nosso favor?

Desde a chegada da nova gestão, a escola passa por altos e baixos no carnaval carioca desde quando a gestão iniciou em 2004 e de lá ate os tempos de hoje, foram 8 carnavais e voltando apenas 3 aos desfiles das campeãs: 2008, 2009 e 2012.

Entre altos e baixos, já aconteceram coisas como alegoria pegando fogo, a barração da velha guarda do desfile, brigas internas com segmentos da escola e até corte de alas antigas, como a ala dos guanabarinos, uma ala com 50 anos de existência e agora com dispensa com aqueles que suaram para trazer a nossa escola de volta ao topo.

A escola precisa voltar aos tempos de glorias e é preciso ter uma gestão de verdade, pois de que adianta ter o melhor samba, como em 2012 e não investir em barracão. Como pode usar um argumento que precisa renovar a escola e dispensar um dos casais mais renomados do carnaval carioca?

Toda a comunidade portelense merece respeito e uma gestão de verdade, investindo em barracão, no marketing, na raiz da nossa escola, utilizando a imagem de sua velha guarda, da bateria e de outros segmentos além da nossa comunidade. Não queremos xerifes que comandam a punho de ferro, dispensando aqueles que lutam a cada dia por nossa escola.

Então, o que podemos achar onde a Portela chegará em 2013? Um dos melhores enredos, uma safra de sambas bons. A escola estava indo no caminho certo, mas a dispensa da Lucinha e do Rogerinho, colocou novamente uma interrogação para todos nós após essa decisão. Não basta deixar de investir em barracão, tem que dispensar aqueles que nos dariam nota 10. O que podemos acreditar nessa gestão e o que podemos fazer para trazer de volta a nossa escola de volta?

Como diz o trecho da musica Portela sem vaidade “Mas o portelense quer vitória”, precisamos resgatar nossas raízes e a Portela é isso, mesmo ganhando ou perder isso é normal, como o samba de 1991 com o enredo tributo a vaidade. Mas não é normal perder todo ano e agora que a escola vem falar do seu bairro e da sua historia. O nosso presidente precisa respeitar nossa comunidade e enfim, investir de fato na nossa escola, mantendo o elenco que nos deram notas máximas e trazendo aqueles que possam somar e enfim trazer de volta a taça para a comunidade de Oswaldo cruz e Madureira, mas retroceder como ele tem feito é complicado. Agora é acreditar no que ele fazendo possa dar certo, mas espero que invista em barracão ou como já dizia o capitão nascimento: “Pede pra sair”, pois a Portela não precisa de você.




quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Propaganda eleitoral e a importância do marketing político



Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Estamos chegando em mais um período de eleições municipais, com isso, muito do eleitorado ainda não decidiu em quem votar. Com a dúvida de muitos eleitores, os candidatos começam desde cedo a conquistar o eleitorado e ganhar um voto importante no mês de outubro.
Após a liberação dos tribunais regionais, muitos candidatos começam a maratona de campanhas para conquistar os votos dos indecisos.

Quando se fala em campanha eleitoral, começamos a lembra em placas, folhetos, jornais e informativos, que em sua maioria, deixa nossas ruas sujas devido a essas campanhas, sem falar das músicas repetitivas que incomodam nossos ouvidos.

Com decorrer de cada eleição, alguns candidatos começaram a utilizar a propaganda de uma outra forma e com o crescimento da era digital, muitos passaram a usas suas campanhas utilizando essas ferramentas. Mas o que podemos achar do marketing político dos tempos antigos para os tempos de hoje?

Até a década de 60, vigorava entre os especialistas em eleição a idéia de que as campanhas eram dominadas pelos candidatos que oferecessem ao eleitor perspectivas de futuro de maior impacto – ou seja: vencia quem apresentasse as melhores propostas. Essa crença consagrou uma fórmula até hoje muito utilizada por políticos brasileiros, para os quais, para ganhar um mandato, basta contratar um bom marqueteiro, encomendar uma dúzia de pesquisas de opinião e, com base nelas, elaborar um rol de promessas que seduzirá o eleitor. O cientista político americano V.O. Key foi o primeiro a perceber que as coisas não funcionavam bem assim. A partir da análise de resultados de pesquisas eleitorais, ele demonstrou que a escolha do eleitor se dava muito mais em função da sua avaliação das realizações do governo em curso, especialmente na área econômica, do que com base em promessas de mudanças no futuro. Ou seja, a lógica do voto é fundamentalmente a mesma em países com realidades diversas. O que muda é o grau de imediatismo do eleitorado. "Quanto mais básicas são as necessidades do eleitor, mais pragmático é o seu voto", diz o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília.

Muitos dos políticos ainda batem nas mesmas promessas como segurança, educação e saúde. Promessas que a cada mandato não é cumprido em parte. Outros utilizam sua história política para ganhar votos, um exemplo de candidatos da nova geração como Lindinberg, Molon, Freixo e antigos como Gabeira, Chico Alencar.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, as campanhas de marketing político bem-sucedidas de Lula e da atual presidente Dilma Rousseff também deram uma “vitrine” maior ao marketing político brasileiro no exterior. Porém, o consultor afirma que a consagração desses especialistas vem acontecendo há anos. “Não acredito que tenha sido uma consequência apenas das campanhas do Lula e da Dilma. Isso já acontecia. Muito antes, fizemos consultorias políticas para a Argentina e o Paraguai. A campanha do Paulo Maluf, por exemplo, foi um “case” que analisaram no mundo todo. Mas, claro, que a Dilma também chamou atenção. As pessoas se perguntavam: “Como uma ex-guerrilheira se torna presidente de um país?”, afirma.

O marketing político hoje é muito importante para ganhar votos e eleitores futuros, mas o que vem crescendo e vem enchendo os olhos de muitos é o marketing político digital.

Com o crescimento das redes sociais, a militância cresceu junto, pois muitos dos candidatos usam os militantes para ganhar mais simpatizantes e obter votos. Uma questão foi nas eleições para prefeito do Rio de janeiro em 2008, onde Fernando Gabeira cresceu a cada momento nas intenções de votos, com essa militância, sem nenhum custo, conseguiu chegar ao segundo tempo e por diferenças míninas de votos, não ganhou a eleição.

Essa militância, que em boa parte é jovem, vem acrescentando no marketing político do candidato, onde não tem autos custos para bancar campanhas milionárias, mas com a ajuda de seus militantes, que vão as ruas, faz aparecer o nome do candidato e a curiosidade de saber a sua luta, um exemplo de Marina Silva, que veio do Acre e com sua defesa ao meio ambiente, abocanhou milhões de votos, que gerou o segundo turno entre Serra e Dilma.

Uma militância preparada e treinada trará resultados positivos ao candidato, sai mais barata em ter qualidade e não quantidade, na conquista do voto.Os cabos eleitorais, como se chamavam no passado, são pessoas que fazem parte de um grupo que leva ao candidato esses nomes, na tentativa de mostrar sua liderança. Em Roraima, é habitual esse trabalho, onde muitas pessoas afirmam que são os bons na abordagem de voto. 

Uma militância preparada e um bom marketing, a campanha passa ser importante na era digital. Um exemplo é Marcelo Freixo, candidato a prefeito do Rio. Sem milhões para campanha, coligações e patrocínios, ele denominou sua campanha como “primavera carioca”, onde usam as redes sócias como facebook e twitter, sites como Repolitica, para alavancar sua campanha e conseguir alcançar a primeira batalha que é chegar o segundo turno.

O marketing político digital vem com as mudanças provocadas pela internet foi o nivelamento das pessoas em termos de tecnologia. As ferramentas para criação de campanhas de marketing político digital estão a disposição de todos os participantes, do candidato mais humilde ao mais abastardo. Em nosso curso de marketing político digital, mostramos que a diferença está na estratégia adotada e no correto uso dessas ferramentas. O planejamento e execução das ações desempenhará um papel fundamental no sucesso dessas campanhas. Não se trata simplesmente de criar perfis em redes sociais e blogs. Trata-se de gerir de forma profissionais esses recursos e mediar o resultado de cada ação. Trata-se de ter um verdadeiro plano de marketing político digital.Não é possível ter sucesso em uma campanha de marketing político eleitoral digital simplesmente reproduzindo na Internet o conteúdo das campanhas no meio físico. Marketing político digital é uma coisa bem diferente.

Há de se imaginar a dificuldade para os candidatos de primeira viagem ou mesmo os que pretendem se reeleger, já que no dia a dia por mais acesso que temos a tecnologia, ainda assim muitas vezes parece coisa de jovens trocando mensagens inconsequentes ou uma comunicação mais rápida para as empresas no dia a dia.

Saber o que se passa na cabeça do eleitor sempre foi um desafio, que dirá na cabeça dos internautas?

Para conquistar o tão sonhado voto, não é bem simples o uso do marketing. É preciso muita estratégia, uma militância qualificada, projetos que possa ser cumprida caso se eleja e com isso para ser um bom inicio para o candidato. Uso do marketing político não se resume e horários eleitorais, carros de sons, folhetos ou até mesmo comícios, é preciso ser inteligente, mostrar as falhas da nossa cidade, do nosso bairro, cumprir com suas organizações ao ser eleito, para que no futuro, ganhe mais simpatizantes, cresça a sua militância e quem sabe buscar vôos mais altos.
O Marketing político hoje é sim muito importante para os tempos de hoje, basta pensar e alcançar o sucesso. Será que ainda é possível nos tempos de hoje falar sobre política e usando as redes sociais? Pense nisso...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Os desabafos de quem fala o que pensa


Joseclei Nunes: (@JosecleiNunes)


“Meu oficio é falar o penso.” Voltaire

Não é segredo nenhum que tenho Voltaire como exemplo de pensamento, além de Rousseau, Spinosa, Christopher Hitchens e Salvador Allende.

Assim como eles, eu também venho recebendo criticas, perdendo amigos, além de muitas fofocas, negativo na maioria, em meu nome.

Apesar dos meus 27 anos vividos num país onde tudo acaba em pizza, fica difícil de falar o que pensa, quando em sua maioria pensa em si, baladas, sexo, consumismo e outras coisas que o sistema nos propõe, e ser diferente acaba sendo negativo, ainda mais numa roda de colegas, como vem acontecendo na minha família, no serviço, no curso e outros lugares que frequento.

Desde a criação das redes sociais, isso passou pra mim, mas uma ferramenta de falar o que penso. Criei uma organização deísta, ganhei amigos, seguidores, tive apoio de ativistas de esquerda, ateístas, defensores do aborto e da eutanásia e principalmente de defensores pela defesa do estado laico, que é a bandeira que defendo, mas esses pensamentos vem gerando polemicas e de um tempo pra ca, venho sendo vigiado diariamente para ver o que geralmente posto ou não posto.

Nunca escondi o que penso, pois sempre falei o que acho, mesmo não querendo ofender ninguém, acabo ofendendo, mas não faço isso por mal, é apenas a ideologia que sigo e defendo e as vezes, acabo não concordando com certas coisas que presencio ao meu redor.

Nunca escondi pra ninguém que tenho pensamentos socialistas, anticristã, deísta, porem polemica. Sempre critiquei a postura da mídia, de empresários, advogados, pois pra mim eles não passam de pessoas que só pensam em lucrar sem olhar a aqueles que geram suas riquezas. Outro lado defendo médicos, professores e bombeiros, pois eles sim, trabalham para o nosso bem e não são bem remunerados. Lembro uma vez, um comentário de umas pessoas do meu serviço por criticar a greve dos bombeiros, os chamando de vagabundos. Mas séra que esses vagabundos que salvam nossas vidas, arriscando a deles merecem ganhar menos de mil reais, enquanto um empresário fica sentado em um escritório com ar-condicionado ganhando milhões?

Talvez esses sejam um dos motivos por ser diferente, critico e polemico. Lembro que em uma conversa com duas pessoas, eles estavam comentando suas aventuras em questão de baladas e mulheres, enquanto eu, lembrava da minha adolescência em época de Faetec, participava de protestos em favor do passe livre para estudantes, jogava RPG e já começa a nascer a minha luta pelo estado laico. Outro fato é hoje em questão cultural e musical. Olhamos a juventude a curtir tudo que a mídia lança e todos acham isso bonito, enquanto eu escuto artistas, que em sua maioria estão mortos. Vai achar alguém da minha idade ou mais novo que escute Nara Leão, Clara Nunes, Wilson Simonal, Velha Gaurda da Portela e Mangueira e entre outros. Vai ler Voltaire, Saramago, Rousseau e entre outros.

Entre essas e outras, sou tratado e visto de forma diferente por todos ao redor. Escuto piadas, ganho apelidos e entre outras coisas. Não tenho culpa de não gostar de baladas, gastar granas em lanchonetes que escravizam seus funcionários, comemorar essas datas comerciais como dia das mães, natal, pascoa e etc...Não sou obrigado a aceitar a minha desvalorização, independente do lugar que eu esteja.

Para finalizar, não gosto de postar esses tipos de artigo no meu blog, mas é o momento desabafo que nesses dias me faz pensar o que é bom e útil para minha vida e meu futuro. Busquei um sonho que não deu certo, desisti, acreditando em outro sonho, como me prometeram e o que vi, foi nada mais que um puxão de tapete. Mas isso me fez repensar, poder voltar no meu velho sonho, o que sempre busquei e sonhei desde criança e vejo que dar. Mas agora, com minha experiência de vida, aprendi ver o próximo como igual, vou lutar pela defesa do desprotegidos, pois a massa que move um país, uma nação e ela nunca pode aceitar as regras e se omitir, pois é preciso lutar contra a mídia, a falsa cultura, o consumismo e lutar em defesa de uma educação e saúde publica de qualidade. Um salario digno para médicos, professores, policiais e bombeiros e um pais de liberdade de opinião e credo, sempre respeitando o estado laico.

É isso que penso, é isso que defendo, é isso que falo...Não vim para ser mais um, ser manipulado pelo sistema e com a liberdade que o país me da, tenho o direito da falar o que penso, estando em meu blog, minha rede social, ate onde puder. Nunca ofendi ninguém, pois cabe a cada um se sentir ofendido ou não. Nunca citei nomes, mas é isso...Não odeio os cristãos, mas não concordo da politica do cristianismo brasileiro e vou sempre contestar, vou falar sempre onde tem algo que não concorde, como falei do meu trabalho, dos transportes públicos, da saúde publica, UPP, UPA e ate na instituições do carnaval que organizam o desfile.

Graças a essas criticas, sou fundador da União Brasileira dos Deistas, criei um blog com mais de 30 mil visitas, escrevo para o blog visão de esquerda, jornal delfos e da torcida organizada da Portela, Portelamor e isso prova que tenho conquistado meus objetivos. O problema são os fofoqueiros de plantão que ver o que posto nas redes sociais e tentam denegrir a minha imagem perante as pessoas. Mas só quem me conhece sabe o que penso e como sou o dia a dia, apesar de não concordar ou compactuar com tudo que me impõe...Cabe a você me julgar se vale a pena me ter como companhia ou não.

“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” Voltaire

"Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual perante todos." Salvador Allende 

terça-feira, 15 de maio de 2012

Marcha para Jesus: Evangelismo ou Politicagem



Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Imagina um carnaval fora de época, com carros alegóricos, carros de som, milhões de pessoas, milhares de faixas com mensagens diferentes. Desfiles das escolas de samba? Bloco carnavalesco? Micareta? Não, é apenas mais uma serie de eventos gospel espalhado para o Brasil para “proclamar o nome de Jesus”. Proclamar o nome de Jesus?

Anos e anos a Marcha para Jesus leva milhões de fieis, lotam avenidas com milhares de pessoas, atrapalhando o trânsito e proclamam o amor de Jesus. Amor de Jesus? Vamos ver no que o pastor Silas Malafaia fala desse amor em uma dessas marchas:

“O pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, chegou a recomendar aos fiéis que não votem em políticos que sejam favoráveis à união gay. ‘O povo evangélico não vai ser curral eleitoral’, disse. ‘Se governador, prefeito ou presidente for contra a família, não terá nosso voto.’ Para Malafaia, o Supremo ‘rasgou a Constituição’ ao permitir a união civil entre homossexuais. O pastor negou que seja homofóbico.

Esse é o amor de cristo? Usar o evento para exigir que não votem em pessoas que defendam a união gay. Imagine o que ele não fala sobre os umbandistas, kardecistas, ateus e outros não cristãos.

Outro ponto forte da marcha é a questão da intolerância onde em muito momento dessas marchas são manifestações contra o aborto, homossexualismo, sexo antes do casamento, fome, desemprego, injustiça, violência e muitas outras aberrações do mundo, não se fazem na marcha pra Jesus. A única coisa que acontece ali é o desfile da vaidade das igrejas.

De fato, a marcha, passa ser um evento onde seu lideres usam para promover a sua igreja, levando carreatas de pessoas, colocam propagandas do evento em outdoors, anunciam em canais de televisões e rádios, consegue até ser diferente das procissões católicas, onde pouco divulgam, mas levam milhares de fiéis.

Outro exemplo da marcha é o números de políticos evangélicos, onde de fato estão ali apenas para obter votos e mais votos, pois o eleitorado é fiel, veja o exemplo do Garotinho, que de tantos processos tem em suas costas, como lavagem de dinheiro, ainda tem milhões de votos deles e Garotinho é uma das presenças certas na Marcha.

Outros que fazem parte da marcha é o casal da Renascer em cristo. Organizadores do evento, já chegaram a fazer uma marcha com o titulo de batalha espiritual “Frase muito usado por muitos evangélicos espalhados no Brasil”. Mas será que é batalha espiritual quando é pego com dólares escondidos em outro país?

Outro fato da marcha para é o fator dos rendimentos. Onde cada evento, os idealizadores do evento faturam milhões e para onde eles vão? Nunca vi o lucro desse evento se investidos contra a fome, a pobreza e em obras para as melhorias de nossa cidade, pois o que virmos é megatemplos e mais megatemplos.

A marcha pra Jesus é uma festa, só que declaradamente de crentes. Evangélicos saem às ruas para também desfilar! São ridículos os carros alegóricos, ops, alegórico não, carros de som.

Faixas e mais faixas são colocadas para anunciar que a igreja tal se faz presente. Crentes se cumprimentam ao longo da avenida com sorrisos amarelos e o som estrondeante dos carros buzina nos nossos ouvidos. Ao final do desfile, pelo menos aqui no Rio de Janeiro é assim, há um baile de crente preparado para o êxtase da galera.

A propaganda do apostolado está cada vez mais visível e nesse desfile da marcha pra Jesus deverá haver um camarote só para eles, ou um carro de som bem lindo, com frigobar e tudo mais, além é claro, dos grandes gorilas da segurança, armados até os dentes para proteger os “homens de deus”.

A marcha, é feita cortando o centro da cidade atrapalhando tudo, senão o povo não vai a lugar algum ver a festa do “improtesto” e da falta de propósito, mas apenas pra fazer barulho e mostrar que somos um bando de gente sem compromisso com o povo e com a sociedade, mas somos um povo!

O trânsito fica um inferno, mas os santos estão lá, no inferno do trânsito!

A marcha de fato é um carnaval sem época, pois como diz um colega de trabalho, que é pastor: “É um evento que a igreja pegou do mundo para adquirir mais fiéis, pois o papel da igreja, é mostrar a mensagem de Jesus para o mundo e não trazer o mundo para igreja.” A marcha de Jesus hoje não passa de um evento marqueteiro, de propagandas para se ganhar votos, aumentar o preconceito a aqueles que são homossexuais e defensores do aborto e da eutanásia.

Agora vamos ver como serão as próximas marchar que virão em 2012 e quais serão as pessoas que eles vão citar, pois estamos em ano de eleição e vamos ver como vão se portar os tais juízes de Deus, pois a marcha não um evento evangelizador e sim um evento eleitoreiro, onde quem paga é o povo que acredita neles.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Uma análise do resultado das escolas de samba RJ



Texto: Joseclei Nunes (@josecleiNunes)


Após o resultado hoje, resolvi postar algumas análises hoje sobre o resultado de hoje. Concordo com algumas posições, porém acho que Portela tinha que esta na frente da Beija-Flor e Grande Rio e São Clemente não era para esta onde esta, mas enfim, segue alguns comentários segundo eu.

Unidos da Tijuca: Paulo Barros mostrou agora que é sim, um carnavalesco e a Tijuca não precisa de bicheiros e nem de artistas globais para sim, fazer um belo carnaval e foi um título mais que merecido. Salgueiro: Apesar de mais um ano com problemas nas alegorias, mostrou que tem comunidade e garra na avenida, coisas que só o salgueiro saber fazer.

Vila Isabel: Depois de muito tempo, a Vila volta a fazer um enredo com origens africanas. Foi bela e mostra que a cada ano esta entre as primeiras e Rosa Magalhães, mais uma vez, mostra que ainda saber fazer carnaval.

Beija Flor: A Beija esse ano falhou em muitos quesitos e mais uma vez falha na escolha do enredo e samba enredo, mas sua comunidade esta de parabéns pela garra que mostrou dentro da avenida.

Grande Rio: Com um enredo forçado, um samba fraco e milhares de artistas globais. A escola de Caxias precisa voltar a ser como nos anos 90, pois assim então, volta ser uma escola de samba e brigará pelo título, pois hoje, é uma agremiação que tem apenas dinheiro, status, mas não tem carnaval.

Portela: Mais uma vez a minha escola precisa investir em barracão. Não adianta ter um samba, um casal de mestre sala e porta bandeira, se não tem barracão. Quando isso acontecer, ai sim pode voltar a ser campeã.

Mangueira: Ousou esse ano fazendo uma paradona. E mesmo com toda essa ousadia, mostrou que é forte, mas esta no mesmo patamar que a Portela, pois tem comunidade que sempre abraçara, mas precisa de barracão, pois foi muito triste ver Portela e Mangueira disputar a ultima vaga das campeãs.

União da Ilha: Parabéns a Ilha e ao presidente Ney Fillardis e ao carnavalesco Alex de Souza. A escola voltou a empolgar, fez um belo desfile, porem o enredo foi fraco, agora espero que ano que vem, enfim, mereça um carnaval mais alegre para enfim ganhar seu primeiro título.

Mocidade: Mesmo com o samba bom, a escola de Padre Miguel ainda não mostrou aquele brilho dos anos 90. Fez um belo desfile, porem foi uma escola normal. Agora com o enredo sobre rock in rio em 2013, a escola me preocupa, pois não é enredo de escola grande como a Mocidade, mas enfim, precisa melhorar.

Imperatriz: O mesmo que falei da Mocidade, falo da Imperatriz. Precisa voltar a ser o que foi. Fez um belo enredo, tem uma bela safra, mas precisa voltar ser aquela escola técnica, pois se continuar assim, ira pelo mesmo caminho que Mocidade esta indo também, acesso.

São Clemente: Parabéns a escola de botafogo por se manter mais um ano no especial, apesar de não concordar com a posição. Mas agora é saber fazer um desfile melhor e enfim, mostrar sua a tradição de 50 anos e enfim se manter no especial.

Porto da Pedra: Lembrou-me o livro do Gabriel Garcia Marquez, a morte da crônica anunciada, pois foi um rebaixamento anunciado. Falar de Iogurte? Uma prova que enredos patrocinados não ganha carnaval.

Renascer de Jacarepaguá: Com um desfile de grupo de acesso, a escola ainda precisa aprender muito para fazer um carnaval, mas esta de parabéns.

Inocentes de Belford Roxo: Uma escola que ganhou o acesso de forma estranha. Fez um belo desfile, carros luxuosos, porém, não era o momento de desfilar no especial, mas enfim, esse é o carnaval da LESGA.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Enfim... Chegou a hora e quem será a campeã do carnaval?


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Foi-se mais um ano e enfim mais um carnaval está chegando. Durante esse ano, como todo ano, com transferência de profissionais, presidentes ameaçados, reeleitos. Sambas concorrentes aclamados, sambas criticados. Patronos presos. Ócios do carnaval.

Uma novidade para o carnaval de 2012 é a reinauguração do sambódromo com setores pares no lugar das arquibancadas que poderá dificultar alguns seguimentos como a bateria, mas enfim, o carnaval 2012 e mais um espetáculo começará e que vença a melhor.

E por falar e vencer. As agremiações mais uma vez deram um duro, como todo ano para conquistar o lugar mais alto, outras sonhando em voltar sábado e outras tentando se manter.
Um ano de ensaio nos seguimentos como bateria, evolução, mestre-sala e porta bandeira. Comunidade cantando o samba enredo, os ensaios de Rua e os ensaios técnicos. Fatores que podem definir a campeã do Carnaval de 2012.

Falando de campeã, o que não falta é favoritas e analisando desde a época de sinopses, vindo com os sambas enredos, barracões e ensaios técnicos, da para ter uma analise de quem sai na frente e fica a trás, mas é claro que isso não decidiu nada, pois o que vale é o desfile oficial, então, isso é apenas uma opinião, mas vamos ver se acertei ou não na quarta-feira de cinzas.

Favoritas ao Título:

Muitos falam em Portela e Vila Isabel, que tem os melhores sambas de 2012, porem samba não define nada, mas ambas apresentaram bons desfiles técnicos, porem que em alguns setores, viram-se algumas alas que não cantaram e sem falar em pequenas falhas na evolução, mas ambos fizeram bons ensaios, porém ouve um atraso no barracão, mas tudo indica que ambas farão um belo desfile.

Outras que acho que briga pelo título é Unidos da Tijuca, Mangueira e Salgueiro. Ambas fizeram bons ensaios técnicos e tem a força de sua comunidade, além que há tempos, elas vêm brigando por posições mais altas. Vale lembrar que será um teste para Paulo Barros, pois terão que mostrar que também sabe fazer enredos não inventados, como enredos anteriores. Outra que vejo que cresceu foi a Mangueira, com uma samba simples de fácil entendimento, porém é um enredo bom para se brincar e de fato, se a comunidade abraçar, vai ser difícil segurar, porém, a Mangueira ultimamente, sempre passa por atrasos de barracões que em alguns anos a escola se atrapalhou devido a alegorias mal acabadas, resta saber, se agora eles vão entrar na avenida com tudo perfeito. Salgueiro. Impossível não colocar o Salgueiro na briga. Campeã em 2009, por erros em evolução, não estaria brigando em 2011. Confesso que cheguei a não acreditar na Escola da Rua Silva Teles, porém me pressionou muito com a força da comunidade e o samba cresceu e fizeram dois bons ensaios com poucas falhas. Resta saber se a briga interna na diretoria não atrapalhará a agremiação e as alegorias do Renato Lage, que de fato, tirou o título da agremiação em 2011.

Briga pelas campeãs:

Sempre almejando vôos altos, Beija-Flor e Grande Rio, estão mais badalados nas páginas policiais do que nas páginas do carnaval. A escola de Caxias, falando de um enredo em alusão do incêndio que houve em 2010, acredita que conquistará seu primeiro título, porém o enredo e o samba não agradaram a maioria dos especialistas, mas acabou surpreendendo nos ensaios técnicos e talvez seja um fator positivo para agremiação, que terá que mostrar que sabe fazer carnaval e calar boa parte da critica que acha que o enredo seria algo forçado. A Beija-Flor esse ano com enredo de Maranhão, espera conquistar o bi, mas acho que esse ano, não vá repetir como nos anos anteriores. Apesar de ter um bom elenco, a escola não agradou com o fraco samba, que foi uma junção de dois sambas finalistas, mas como a grande rio, tem uma comunidade que faz diferença.

Outras três escolas que entra para briga das campeãs é Mocidade, Imperatriz e União da Ilha. Mocidade e Imperatriz têm uma dura batalha e mostrar que ainda estão vivas entres as maiores, pois ambos, vem de problemas na diretoria a ano e não são mais aquelas que escolas que brigavam todo ano na década de 90. Porém 2012, isso pode mudar. Ambas mostraram força e me surpreenderam no samba e na bateria, a Imperatriz mostrou garra no ultimo ensaio, onde mesmo sem som, a comunidade cantou. A Mocidade conseguiu enfim corrigir alguns erros de anos interiores, mas falta aprimorar um pouco em harmonia, porém ambas precisam voltar ser aquelas escolas de outrora, pois senão...

União da Ilha. Confesso que não gostei do samba, mas depois do que vi nos desfile ano passado, mesmo com toda dificuldade, fez um belo desfile que deu um estandarte de ouro. Mas o samba, do meu camarada Aloísio, apesar de mais ou menos, tem a voz de Ito Melodia, que merece meu respeito e o barracão desse ano está um luxo. Se a Ilha repetir o que fez no desfile no ano passado, veremos a insulana no sábado das campeãs.

Briga para não cair:

Posso esta enganado ao colocar a São Clemente aqui nessa lista, pois acho que a escola pode surpreender e muito nesse carnaval. Um samba irreverente, um enredo bem contado, um barracão luxuoso. Não me surpreendia se voltasse sábado, porém, é preciso vencer o “preconceito” dos jurados para ficar no Grupo. Já a Porto da Pedra esse ano não foi feliz em minha opinião. Além do belo barracão, mas um enredo complicado, um samba fraquíssimo e sem falar da troca do carnavalesco a vésperas do carnaval. Há tempos ela esta se segurando no especial e parece que esse ano as chances são grandes. A Renascer esse ano de estreia no grupo especial não deve se firmar, mesmo com a falta de uma escola de Jacarepaguá no grupo, porém acredito que é uma escola promissora, mas esse ano, ela desce.

Essa é minha opinião, mas vale que só vamos saber debater de verdade, a partir da manhã de terça do carnaval até a noite de quarta, quando sai a campeã, porém até agora, temos as apostas, mas vamos ver na quarta de cinzas se todos nós amantes do carnaval acertou ou não.

Até quarta!!!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O carnaval carioca e a elitização dos desfiles das escolas de samba


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)


Há algum tempo, em suas reuniões, a LIESA proibiu as chamadas torcidas organizadas de escolas de samba de entrarem com faixas e bandeirões. Realmente não sei qual seria as justificativas de tal proibição, mas se hoje são as torcidas que basicamente ressuscitou a sua paixão pela sua escola de samba e apoiar sempre o desfilante, porque a proibição?

Em 2012, o carnaval e os desfiles das escolas de samba irão completar 80 anos, mas desde o inicio dos anos 30 até os tempos de hoje, muita coisa mudou, pois desde a inauguração do sambódromo em 1984 até os tempos de hoje, os desfiles deixou de ser acompanhado pelo povo e passou a ser para turistas e para alta elite da cidade e do Brasil.

Desde quando Paulo da Portela oficializou e acabou com a discriminação aos sambistas, não sabia que no futuro, deixaria de ser dos verdadeiros sambistas e se tornaria em uma ópera, sem espaço para aqueles que amam e vivem de samba onde deixou de ser da comunidade que trabalha o ano todo em prol de sua escola e deixar todo seu amor para aqueles que nem sequer sabe o nome da sua escola.

A LIESA por si, vem proibir as faixas e bandeiras daqueles que realmente amam suas escolas, mas infesta os camarotes de muita música eletrônica, funk e coisas fúteis que não tem nada de parecido com o espetáculo carnaval.

Sobre a questão da globo. Como um canal que nem se quer valoriza o carnaval, quer dar conselhos de como tem que ser, se não especializa seus comentaristas e repórteres, onde em boa parte vem da área dos esportes e de jornalismo e não de carnaval. Um canal que em suas transmissões, passa apenas os patrocínios, seu artistas e faz a cada ano uma transmissão pífia dos desfiles. Onde ela tem esse direito de proibir, sendo que em São Paulo, torcidas ligadas a times de futebol pintam e bordam nos desfiles sem ninguém falar nada.

Apesar de não ter vivido as épocas épicas dos desfiles na Rio Branco, praça onze e presidente Vargas e as  escolas de samba não podia ter patrocínio. E vimos desfiles monumentais no passado sem essa invasão que nos traz enredos sobre prefeituras, artistas extraterrestres ao samba, indústria de laticínios, chapa branca de governos e outras apelações mais. Hoje, o mantra é "ter patrocínio"! Todo mundo caminha para uma igualdade que descaracteriza as escolas de suas identidades originais.

Como já dizia o Império Serrano em 1982 com Bumbum Praticumbum Prugurundum, Caprichosos de Pirales em 1985 com E por falar em saudade, São clemente em 1990 com E o samba sambou e 2010 com Choque de Ordem na folia, vemos uma mudança radical nos desfiles ano a ano.

De uns anos para ca, o povo vem se afastando das escolas de samba, onde apenas tem acesso aos ensaios técnicos e os ensaios de rua de suas respectivas escolas e caminham para o carnaval de rua, onde a cada ano cresce.

Como disse O comentarista Luis Carlos Magalhães em seu artigo no site carnavalesco:

“E assim marcha a festa que ainda é da alegria, fundada na paixão, na emoção, em algum desvario que lhe resta. Marcha para onde? Para a racionalidade plena? Para a maximização de suas potencializações mercadológicas? Um espetáculo meramente para ser assistido, telespectadorizado?”

Será que o carnaval onde em sua história foi construído por um povo que sofre o ano todo nas mãos dessa elite burguesa e passará a ser um evento para turista e burguês ver? Será que tudo que é criado pelo o povo passará a ser uma negociação capitalista para sempre encher seus bolsos com muito dinheiro? Aonde a LIESA quer chegar em separar aos poucos a sua comunidade de suas escolas? Será que essas escolas vão ficar por muito tempo nas mãos de uma organização que só quer organizar para seus interesses próprios.

O banimento das faixas pode ser um estopim e uma revira volta dos verdadeiros apaixonados pelo carnaval contra a elitização dos desfiles onde a LIESA impôs todo ano em suas organizações.

Basta agora refletirmos e não deixar morrer aquilo que mitos como Paulo da Portela, Ismael, Cartola, Carlos Cachaça, Natal e entre outros, além de famosos artistas como Monarco, David Correa, Candeia, Dona Ivone, Silas de Oliveira e muitos que fizeram do carnaval a alegria de nosso povo, da nossa comunidade que chora ao entrar na avenida, que luta ano a ano em prol de sua escola e não deixar que uma simples liga venha elitizar a cultura que vem do subúrbio, que vem de cada um de nós para que o carnaval seja ontem, hoje, amanhã e sempre nas mãos daqueles que realmente fazem carnaval. Pense nisso.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rio de Janeiro: Uma cidade que sofre de auto terrorismo, onde culpado é o povo.


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)


"Bueiros, prédios... O Rio de Janeiro é a única cidade do mundo que sofre de auto terrorismo."

Apesar de essa citação ser analisada como humor negro, mas acaba sendo uma triste realidade. Em menos de dois anos, o Rio vem passando com algumas tragédias que sempre acabam em feridos e mortos. A cidade que vai sediar uma olimpíada e a copa sofre por tragédias que infelizmente virou o dia a dia de nós cariocas.

Essa semana aconteceu mais uma tragédia, onde três prédios desabaram. E como mais uma vez, tentamos buscar os verdadeiros culpados. Parece que segundo os bombeiros, mais ou menos 25 pessoas desaparecidas, pessoas que estavam em seu trabalho, sem culpa, sendo vitimas e perdendo suas vidas injustamente. Tudo por inadimplência, mas de quem é a culpa?

As vitimas se foram, mas as causas o os culpados, serão achados? E a nossa segurança? Onde fica?

A questão é? Muitos prédios da cidade do rio de janeiro são antigos, onde e sua maioria possui mais de 50 anos, mas muitos deles não foram reformados e com as mudanças do tempo, muitos mudaram internamente, mas não internos. Isso também acontece com bondes, barcas, trens e por ai vai, onde a nossa população, que trabalham para sustentar suas famílias, são obrigadas e viver esse perigo.

Mas o pior das tragédias, são as especulações e a agonia nas buscas de sobreviventes e mortos, e falar em especulações, sempre surgem coisas como o que causou a tragédia e como aconteceu (Falhou um dos motores... Houve um vazamento de gás... A estrutura rompeu...) As informações sobre "o que", "onde" e "quando" aconteceu começam a ficar claras e a busca pelo "como" e do "por que" entra em cena.

Sem falar da mídia que para aumentar a agonia de parentes e de quem acompanha essas tragédias. a prioridade são os dramas humanos imediatos. É hora de entrevistar os sobreviventes e os parentes das vítimas. Entrevistados emocionados e histéricos têm preferência sobre os calmos e comedidos. O desespero é supervalorizado.

Esta fase segue por quatro ou cinco horas, enquanto a audiência quer saber apenas "o que está acontecendo". O evento está ainda na fase do "o quê" do "quando" e do "onde";

Esses são apenas alguns exemplos, pois o rio passa por uma inadimplência daqueles que devem cuidar de nossas seguranças, porem isso, não acontece, e isso acaba gerando certo medo da população, como as primeiras evidências, tudo leva a crer que os desabamentos dos três prédios tiveram origem em obras realizadas no interior de um deles. Seriam reformas realizadas em dois andares, sem qualquer registro oficial.

É a velha prática, muito comum, de proprietários de imóveis não se importarem com o interesse coletivo, não se dando - muitas vezes - ao trabalho de comunicar os próprios vizinhos quanto mais às autoridades que deveriam regulamentar esse tipo de atividade.

Outros motivos são que prédios ao lado não tinham escada de incêndio para a necessidade de emergência, como o que aconteceu no dia 25 de janeiro. Sem falar que os órgãos públicos também não fiscalizaram para tentar pelo menos impedir algo pior como o CREA, que tem um serviço de fiscalização. O que ele estava fazendo que não registrasse algo tão flagrante como o que já ocorria há anos nestes prédios no coração do Rio de Janeiro, onde durante o dia passam milhares de pessoas?

A Prefeitura e o Governo do Estado também têm seus núcleos de fiscalização. O que eles andam fazendo este tempo todo.

Não podemos esquecer-nos de acidentes, como o que aconteceu com o bonde em Santa Tereza e o restaurante perto da Praça Tiradentes, além dos bueiros... Todos eles criaram vitimas fatais, onde foram nada menos que estatísticas do governo, mas muitas dessas vitimas tiveram suas vidas interrompidas, por culpa da negligencia daqueles que querem apenas encher suas contas bancarias, onde depois saem ilesos de punições, como o exemplo do naufrago do Bateau Mouche em 1988, onde 55 pessoas morreram e os responsáveis do acidente foram apenas condenados e estão foragidos.

Agora espero que com essa tragédia, como as outras, sirva de alertas para as instituições e o governo atentem para os prédios e edifícios do centro do rio de janeiro, assim como todo o estado, que em sua maioria não há fiscalização nenhuma quanto a obras e reformas, além do corpo de bombeiros (ou órgão responsável) sobre as saídas de emergência no caso de incêndios ou de uma eventual evacuação. Isso precisa ser visto e revisto para que evite novas tragédias. É preciso também apurar as responsabilidades, pois nessa hora fica aquele jogo de empurra entre os órgãos públicos e privados, onde e como sempre querem sempre sair isentos de culpa.

Que isso sirva também para aqueles que controlam nossos transportes públicos, como os bondes, barcas e trem, onde em sua maioria, estão sucateadas e aqueles que têm controle dos nossos bueiros para que isso não ocorra mais.

Para finalizar esse artigo, quero agradecer mais uma vez a aqueles que foram chamados de vândalos pelo nosso Governador. A todos os bombeiros que sempre estão nos momentos mais difíceis em todo o estado. Vocês sim são aqueles que merecem nosso todo respeito e toda gratidão por tudo que fazem para nossa população, arriscando suas vidas para salvar muitas vidas. Vocês sim são os verdadeiros heróis e vândalos e aqueles que pensam em si e não olha para o povo como instrumento de votos. Parabéns Bombeiros.


domingo, 15 de janeiro de 2012

A política neoliberal das empresas e o desrespeito com os funcionários.


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Durante tempos, encontramos artigos em blogs, sites, fórum, etc... criticas as políticas neoliberais que encontramos no nosso dia a dia e quase boa parte do mundo, mas esquecemos que essa pratica neoliberal também se encontra dentro das empresas onde encontramos dentro de chefes de setores, há chefes de filiais e ao chefe principal onde que para todos eles o que vale é a produtividade e no que vai lucrar com isso em cima da mão de obra barata dos funcionários.

Hoje presenciamos um crescimento de pessoas formadas em áreas como gestão de pessoas, RH e por ai vai, pois apesar de ter alguns amigos que estudam nessas áreas, não sou fã, pois acho que em minha opinião que o ser humano não deve ser subordinado e muito menos ser peça de produtos para essas áreas.
Pois vemos que os trabalhadores em sua jornada diária trabalham em prol do sucesso das empresas e no final, passam a ser desvalorizados com um misero salário onde sobrevive para arcar com suas necessidades e o empresários e chefes de setores, lucram em cima desse trabalhador, sem mesmo dizer as vezes muito obrigado ou até mesmo promove-lo ou aumentar em seu salário, pois em muitas das vezes só recebe um elogio de excelente profissional e nada mais.

Isso acaba sendo uma postura do empresariado arcaico que ainda comanda muitas pequenas e médias empresas, pois as grandes empresas estão melhorando essa relação dia a dia. Vide a participação dos lucros, planos de saúde e etc.

Uma história vem de um conhecido meu. Que foi contratado para uma empresa que estava criando uma filial e com isso resolveram contratá-lo para fazer serviços externos, pois já que tinha uma experiência em vendas externas. Ao decorrer do tempo, passaram fazer muitas promessas aonde iria promovê-lo, colocar num setor fixo e por ai vai. Só que com o tempo esse funcionário passou a ser tratado como um quebra-galho e com isso, outros funcionários que foram contratados para substituir a sua função, passou a ocupar as vagas prometidas, segundo desejavam seus chefes de setores. A empresa via crescendo e esse funcionário passaram a ser mais desvalorizado até que por ironias do destino, ele sofre um acidente de trabalho, onde ele estava quebrando o galho de uma pessoa e aconteceu o ocorrido. Após o tempo de licença, parece que enfim a vez dele tinha chegado, pois prometeram que ia fazer apenas serviços internos, começar a ler e responder e-mails e tal, daí então, esse funcionário passou essa informação para o médico, que para não ampliar a licença o liberou de voltar a trabalhar e com essa promessa, ele vendeu ate seus dias das férias porque estava feliz com essa sua nova função. Mas daí veio a bomba. Nada disso aconteceu, ele passou a ser ameaçado de demissão, mesmo com a estabilidade de 12 meses e vindo de uma recuperação, onde ele foi atropelado fazendo serviços para a tal empresa. Voltou a ser um quebra-galho e passou a novamente fazer serviços externos, mesmo limitado devido a fratura do tornozelo.

Lendo isso, parece que nem da para acreditar que isso tenha acontecido dentro de um escritório. Pois é, esse foi apenas de um exemplo de como os que são preparados a comandar um setor ou até mesmo uma empresa podem fazer com um ser humano, mesmo debilitado, pois para visão dessas pessoas o que vale a produtividade e o poder de mandar e desmandar naqueles que estão abaixo.

Isso é uma coisa normal, como em empresas nas áreas comerciais como lanchonete, mercados e lojas. Uma loja de sapatos que coloca seus funcionários a trabalharem o dia todo em pé, uma lanchonete que paga por hora e no final o funcionário recebe menos que um salário mínimo, um mercado que faz promoções atrás de promoções para os clientes e os funcionários trabalham nada mais do que sete dias por semana e por ai vai...Mas no final desses desrespeitos, o funcionário não lucra, não ganha o aumento e se cometer apenas um erro é demitido. Já aqueles que ganham em cima deles, ganham prêmios de excelência, melhores empresas para se trabalhar.

Como o Mcdonalds onde é líder de muitos processos trabalhistas, onde gerente trata seus funcionários como escravos, alem de muito trabalho e nenhum respeito. Já vi historia de funcionários se machucarem e o gerente salvar a bandeja e falar. “Primeiro o lucro, depois o ser humano.” Essa é a realidade que vivemos e não é apenas em lanchonetes, mercados e etc...Mas também encontramos em escritórios.

O fato é que vivemos em uma sociedade onde muitos pensam em si do que naqueles que te dão os tais lucros, pois tudo na vida gera uma conseqüência, como a perda do funcionário para a concorrente, onde isso mais acontece ou até mesmo ele criar uma. Outros começam a diminuir a produtividade dentro do serviço, onde pode até afetar a empresa toda e sem falar das questões como processos trabalhistas, onde muitos se sentem lesados a essas empresas. Sem citar as greves onde as empresas não conseguem criar benefícios e acaba criando estopins, onde quem perde depois é todos que estão ao redor, como exemplo de bancos, transportes públicos...

O que se pode fazer para mudar isso? Hoje as empresas grandes são grandes exemplos para aquelas outras empresas, porém não adianta apenas colocar benefícios como plano de saúde e entre coisas mais, pois todo funcionário merece respeito com um salário digno, um plano de carreira em tempos e tempos e sempre valorizar o funcionário, pois ele é a espinha dorsal de toda empresa, pois não se pode agradar o cliente, pois quem traz, são os funcionários... Agora espero que um dia as pessoas possam ter talvez um senso comum e comece a enxergar todo o trabalhador como tem quer ser. Como um bom salário, um acesso fácil a saúde e aos ensinos, agora basta que possamos mudar isso e depois ver o resultado quando se faz o bem a quem merece.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vivendo sem fé num país cada vez mais evangélico


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Até pouco tempo atrás em meu facebook, postei uma imagem dizendo que sou feliz sem Deus. Esses tipos comentários, como essa imagem, fez eu perder alguns amigos pessoais. Mas será que num país democrático como o Brasil, não se pode viver sem Deus?

Segundo as pesquisas, o Brasil em 2020, será basicamente a maior religião do país, mas será que isso é bom ou ruim?

O mundo hoje passa por certas tuburlências, onde estão assuntos polêmicos como aborto, homossexualismo, eutanásia e legalização das drogas. Tirando o homossexualismo, os outros temas acabam sendo questão de saúde pública e de violência, mas na visão deles não é de Deus e nada pode ser permitido.

Com isso e com o crescimento de uma bancada, onde foram titulados com o nome evangélicos, eles criam leis em defesa de sua fé e vetam as que são contrarias, mesmo que o Brasil seja laico, muitos lideres acabam pensando antes no eleitorado evangélico, antes de criar ou fazer algo, os que se opõe a eles, acabem sendo hostilizados, enfim demonizados.

Então a cada dia, fica difícil viver sem fé no meio de tanto deles, pois o país em toda sua história, sempre teve certa liberdade religiosa, mas isso vem mudando, pois cidades como São Gonçalo, templos de origens do candomblé e umbanda estão sendo fechados porque o prefeito seria evangélico, bibliotecas são punidas por não terem um exemplar da bíblia e alunos e professores são discrimados em suas escolas por suas crenças.

A ultima agora, foi intitulada como "PEC da teocracia" do deputado e então pastor e tucano João Campos, dando as instituições religiosas o poder de decidir se as leis são constitucionais ou não. Imagina isso sendo aprovado aqui no país?

Um exemplo são os países islâmicos, onde são punidos aqueles que são homossexuais, adúlteros e tudo da base do livro sagrado deles que é o Alcorão. Aqui no Brasil, o movimento pentecostal parece querer fazer a mesma coisa, mais usando a bíblia como sua fonte e encontrando sempre brechas da constituição para vetar leis como o casamento igualitário.

Mas mudando o foco de leis, temos as pessoas comuns, que muitos, acabam se tornando gados desses lideres, onde participam de manifestações que inclui ataques a políticos que defende a causa GLBT e a legalização da maconha. Essas pessoas comuns em dia descriminam aqueles que acreditam em vários deuses ou até mesmo em nenhum e isso parece só tem de aumentar.

Um dia desses também estava lendo na fila do banco o livro do José Saramago – Caim, uma senhora olhou o titulo e na hora tirou um daqueles papelzinho para me entregar, mas será que eles respeitam nossa liberdade? Como outra vez um jovem veio me abortar falando que preciso de Jesus, eu falei que não preciso, então ele começou a rogar pragas, falando que um dia eu ia cair de joelhos pedindo perdão a Deus. Imagina isso quando eles forem a maioria segundo o IBGE.

Além disso, perdir amigos pessoais por não querer opinar da mesma crença que eles e como um pesquisador e gostar de ler desses temas (mesmo sabendo pouco), gosto de expor as minhas opiniões e isso acabar gerando um mal estar entre eu e essas tais amizades, como uma vez que veio até meu Orkut querendo me dar sermão, como não sou de aceitar desaforos, respondi e depois lá se foi mais uma grande amizade.

Mas Jesus dizia: amai-vos uns aos outros e não é basicamente isso que encontramos no seu dia a dia. Pois em todo Brasil, se encontra propagandas em sites, camisas, outdoors onde se você não seguir a mesma fé que eles, você esta endemoniado, te mandam para o inferno, fazem de tudo para que você seja o pior, só pelo simples fato de não ser evangélico.

A cada dia eu me preocupo, quando sofro uma agressão verbal, quando assisto pela TV alguém sendo discriminado só por ser espírita, ateu, da religião-afro e entre outras. O movimento evangélico deixou de ser a tal religião do amor e passou a ser a religião do ódio, da ganância, do poder, da ignorância, onde a todo custo vão querer te converter para num futuro fazer do Brasil uma teocracia e depois fazer o país de volta a idade média implantar de vez, uma inquisição protestante.

Mas será que é disso que precisamos? Hoje podemos mostrar que pode ser digno sem fé, sem Deus e as pessoas que supostamente eram para acreditar em Deus, de base não é assim.

Muitos hoje tentam “sair do armário” falando que é ateu, que é umbandista, mas ainda sofre repressão. As pessoas ainda olham diferente em ambientes de trabalho, de escola. As Igrejas a cada dia impõem suas doutrinas, suas regras. Usam a bíblia, às vezes de forma incorreta para pregar o tal evangelho de Jesus. Muitos também acabam se afastando da religião e acabam sendo pré-julgados como possuído pelo demônio, como ímpio, afastado, mesmo que saia de forma sensata e sábia.

Esse pode ser o nosso futuro, a cada pesquisa, cresce o numero de evangélicos pentecostais e as polemicas tendem a crescer também, agora só basta saber como vamos viver sem fé num país cada vez mais evangélico. Pense nisso...
 

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