terça-feira, 18 de outubro de 2011

E Madureira sobe o Pelô



Na madrugada de sexta para sábado, nossa querida pela Portela escolheu seu hino para o carnaval 2012. Para muitos um samba antológico, pois desde quando a escola anunciou os sambas concorrentes foi dado como o samba favorito entre os portelenses e para os admiradores do carnaval e da nossa Portela.

Um samba com os padrões diferentes nos tempos de hoje, pois possui três refrões em vez de dois, mas foi abraçado por toda sua comunidade e foi aceito também pela crítica que vem como franco favorito em ganhar o estandarte de ouro.

Samba de Luiz Carlos Máximo, Naldo, Toninho Nascimento e Wanderley Monteiro, interpretado por Pixulé conseguiu escrever uma obra prima desde 1995 com gosto que me enrosco, e também depois conseguiu quebrar os dois últimos anos devido a escolha de sambas não muito favorito pelos portelense.

Analisando o samba do meu ponto vista, vejo algumas partes que seriam os mais fortes do samba. Vou começar com o refrão que foi basicamente o slogan dos torcedores e o título desse artigo:
“Madureira sobe o Pelô... Tem capoeira
Na batida do tambor... Samba ioiô
Rola o toque de olodum... Lá na Ribeira
A Bahia me chamou.”

Um refrão sempre contagia sua comunidade e todos que possam escutar esse belíssimo samba, mas não é a base para o samba, pois tem mais 2 refrões e um que me chama muita atenção no samba é esse refão:

“No mar
Procissão dos navegantes
Eu também sou almirante
De nossa Senhora Iemanjá.”

Esse samba veio para entrar na história de todos os sambas, pois já fazia onze anos que a Portela não vinha com um hino tão lindo esse, sem desprezar os sambas de 98, 2008 e 2009, que também são belos, porém não antológicos.

Agora basta ensaiar o samba e deixar na ponta da língua de toda comunidade, já que a escola tem a difícil missão de ser a segunda de domingo na avenida. Mas para a Portela nada é impossível. Com um enredo em uma linda homenagem a nossa guerreira Clara Nunes e falando de Bahia, com um samba que é muito mais que um hino, é uma obra de prima, agora deixo na mão da sua diretoria e de sua comunidade, peço licença as todas co-irmãs e com a ajuda dos deuses do sambas, que são os orixás, sinto a vigésima segunda estrela no meu olhar. Para o alto e avante Portela e subindo o Pelô, vamos ganhar esse carnaval porque como Gilsinho fala: “É tudo nosso”.  

 Segue a letra do samba:

…E o Povo na rua Cantando é Feito uma Reza, um Ritual… 

Compositor(es): Luiz Carlos Máximo, Naldo, Toninho Nascimento e Wanderley Monteiro

Meu rei
Senhor do Bonfim alumia
Os caminhos da Portela
Que eu guardo no meu patuá
Eu vim com a proteção dos meus guias
Com Clara Guerreira à Bahia
Cheguei, eu cheguei pra festejar
Deixa levar, nos altares e terreiros
Tem jarro com água de cheiro
Vou jogar flores no mar

No mar
Procissão dos navegantes
Eu também sou almirante
De nossa Senhora Iemanjá

Vou no gongá
Bater tambor
Rezo no altar
Levo o andor
Vem chegando os batuqueiros
Desce a ladeira meu amor
Que a patuscada começou
Eu vim pra rua
Que o samba de roda chegou

Iaiá
De saia rendada em cetim
Bota o tempero na festa
Oi, tem abará e quindim

Portela cheia de encantos
Acolhe a bahia em seu canto
De festas, rezas, rituais
Vestido de azul e branco
Eu venho estender o nosso manto
Aos meus santos do samba que são Orixás

Madureira sobe o Pelô... Tem capoeira
Na batida do tambor... Samba ioiô
Rola o toque de olodum... Lá na Ribeira
A Bahia me chamou

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Voto Distrital: Solução ou preocupação?


Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) e Fernando Colhado (@FuturoSociologo)

     A reforma política tão esperada por todos no país, principalmente no que se trata diretamente de resolver um dos piores e mais antigos problemas encontrados no Brasil, a corrupção! Para tanto, o que se vê na política, e com grande intensidade, e em anos eleitorais, são os já conhecidos investimentos de empresas nas campanhas eleitorais! Com base nestas informações, há uma tentativa de resolver a questão com uma alternativa aparentemente eficaz.  Através dessa reforma que tenta acabar com a corrupção dentro do país, surge um movimento com apoio de famosos, jornalistas e militantes pela mudança do sistema eleitoral do voto proporcional para o voto distrital, mas seria a forma mais certa de combater a corrupção?

  Segundo o Wikipédia, o voto distrital é, na mídia e nos meios políticos brasileiros, sinônimo de sistema eleitoral de maioria simples. Esse é um sistema em que cada membro do parlamento é eleito individualmente nos limites geográficos de um distrito pela maioria dos votos. Para tanto, o país é dividido em determinado número de distritos eleitorais, normalmente com população semelhante entre si, cada qual elegendo um dos políticos que comporão o parlamento. Esse sistema eleitoral se contrasta com o voto proporcional, no qual a votação é feita para eleger múltiplos parlamentares proporcionalmente ao número total de votos recebido por um partido, por uma lista do partido ou por candidatos individualmente.
  Desde 1988 se discute o voto distrital quando se fez o plebiscito do Parlamentarismo com simpatia de muitos políticos, porém não foi definido e até os tempos de hoje esse sistema ainda é debatido.

Como já disse o sociólogo e presidente da Vox Populli:

“No voto distrital é possível que quase a metade de uma região, estado ou do País fique sem representação. E é certo que, para as minorias étnicas, religiosas, culturais, de gênero ou opinião, entre outras, seria quase impossível eleger deputados.”

   Uma das grandes desvantagens do voto distrital e o enfraquecimento das correntes minoritárias como grupos religiosos, étnicos e outros grupos, pois quem se beneficiaria com isso seriam os candidatos que defendam interesses gerais da população, mas vamos às contas.
E com isso a representação de trabalhadores e dos movimentos sociais no Congresso é nociva, numa visão elitista de que ali só comporta os prepostos das classes dominantes, os representantes da grande burguesia (banqueiros, grandes empresários e latifundiários).
Numa previsão otimista, novamente saído de outro esdrúxulo "cálculo", vão dizer que com a nova fórmula, 35 sindicalistas não teriam sido eleitos em 2010, além disso, querem restringir a democracia e transformar o país num sistema bipartidário, antidemocrático, nos moldes dos EUA e Inglaterra. 


   No ano passado, éramos 135,8 milhões de eleitores. Se fossem 513 distritos, a média seria de perto de 265 mil eleitores em cada um.

 Em com voto distrital, a praxe é fazer essa conta, aplicando o princípio de “cada cabeça, um voto”. Quando são federativos (como os Estados Unidos), procura-se, no entanto, corrigir a eventual falta de representação dos estados pequenos, assegurando que tenham ao menos um distrito.

 Aplicando o princípio e supondo que ficaríamos com 513 distritos (pois seria pouco provável que a sociedade apoiasse o aumento do número de deputados), todos os estados teriam sua representação diminuída, à exceção de São Paulo (onde ela quase dobraria).


   Temos o um exemplo tirado de um artigo do Alberto Carlos Almeida do Valor Econômico:

Em um distrito britânico onde há três candidatos, um conservador, um trabalhista e um liberal-democrata, é comum que o candidato liberal-democrata fique na terceira posição em proporção de votos. Somando-se todos os liberais - democratas que ficaram em terceiro lugar nos mais de 600 distritos britânicos, pode-se obter, por exemplo, que esse partido teve um total nacional de 10% dos votos. Porém, como esses 10% de votos não foram para nenhum candidato que ficou em primeiro lugar, foram desperdiçados, jogados no lixo, esses 10% de votos não elegeram deputado algum. Somente os liberais - democratas que ficaram em primeiro foram eleitos, mas, somando-se a votação nacional de todos os primeiros colocados desse partido, tem-se somente 6%. É por isso que o partido fica com 16% dos votos nacionais e somente 7% das cadeiras do parlamento. Isso jamais ocorre no nosso sistema eleitoral, que é o proporcional.

   Foi assim que em 1983 os liberais - democratas britânicos tiveram 25,4% dos votos, mas somente 3,5% das cadeiras, um completo absurdo, uma completa falta de proporcionalidade, uma total injustiça distributiva quando se considera a relação entre votos e cadeiras. Em 1987 foram 22,6% dos votos que resultaram somente em 3,4% de cadeiras; em 1992 ocorreu que 17,8% dos votos foram traduzidos em somente 3,1% de assentos no parlamento. Em 1997 a injustiça foi menor, mas permaneceu: 16,7% dos votos os levaram a obter 7% de cadeiras. Daí para frente, a situação só fez piorar: em 2001, 18,3% dos votos resultaram em 7,9% de assentos parlamentares; em 2005, 22,1% dos votos conquistaram 9,6% das cadeiras, e em 2010 a situação foi ainda pior, quando 23% dos votos resultaram em somente 8,8% de cadeiras. Todos os lugares que adotam o voto distrital punem cruelmente o terceiro partido. Esqueça quarto partido, ele simplesmente não existe na prática.

   Se o Brasil adotar o voto distrital, sobreviverão apenas três partidos, que provavelmente serão o PT, o PMDB e o PSDB, já que são os partidos com a maior bancada, sendo que depois  um ficaria mais fraco futuramente e isso o país deixaria de ter um multipartidarismo e se tornaria . Enquanto isso os demais serão liquidados, extintos, aniquilados. Será justo com a liberdade de escolha que os partidos que defendem os direitos sociais, que lutam pelos trabalhadores outras causas, sejam extintos? Desta forma, com os exemplos citados, já se pode ter uma noção do quanto é nocivo se utilizar esta alternativa para a reforma política! Não queremos e nem podemos aceitar esta solução que, aparentemente, resolve a situação, quando na verdade, irá criar outros ainda piores!

  Além disso, pelas questões de distritos, alguns estados estariam na mão de verdadeiros bandidos, como o Rio de Janeiro, onde em boa parte da população vivem em comunidades sobre o comando de traficantes e milicianos, e com isso como em eleições anteriores, poderíamos ter candidatos ligados a esse tipo de bandidagem, porém, isso teria que ser bem analisado, sem falar também da bancada ruralista e dos setores empresariais, que vivem a travar qualquer lei que beneficie os trabalhadoresCom campanhas eleitorais majoritárias para deputados e vereadores, a representação desses setores (os ricos e milionários) vai aumentar substancialmente e consequentemente reduzir a bancada da representação popular.

   Então para ver apenas alguns detalhes, o voto distrital passa ser interessante apenas para um grupo majoritário, onde eles levariam o país a um ponto de 2 escolhas e não várias, como temos hoje, porém movimentos deixariam de eleger seus candidatos, mais os lideres de uma comunidade que oprime uma comunidade passa a ter mais chances do que muitos bons políticos, e seria assim, o voto distrital poder diminuir a corrupção? Deixo essa para vocês

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Se for falar da Portela, hoje não vou terminar

Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

Tirando do trecho de um dos sambas de Monarco, onde deu inspiração a um dos sambas mais bonitos da Portela nesses últimos dez anos com enredo, E por falar de amor... Onde anda você?

“São vinte e uma estrelas que brilham em meu olhar,
Se for falar da Portela, não vou terminar.”

 Venho aqui falar da minha e de muitos que tem uma paixão por essa escola chamada Portela, com sua águia e seu pavilhão azul e branco.

   Nascida com o nome Vai como pode e depois em referência a estrada no bairro de Madureira e Oswaldo Cruz, surge umas das escolas mais tradicionais do carnaval carioca e que continua levando multidões até hoje. Uma escola que surgiu nomes como Paulo da Portela, Jair do Cavaquinho, Tia Doca, Candeia, Zeca Pagodinho, Clara Nunes, Paulinho da Viola, Marisa Monte, João Nogueira, Ary do Cavaco, Manacéia e entre outros, é quase impossível falar da Portela em apenas um artigo.

  Falar da Portela é quase falar da minha vida, pois lembro minha primeira vez que pisei na quadra, em 1993 com enredo Cerimônia de Casamento, mas a minha paixão só acendeu mesmo em 95 com Gosto que me Enrosco, com dez anos de idade.

  Campeã na primeira vez em 1935, Portela coleciona 21 títulos, com alguns recordes como sete vezes campeã seguida: 41 até 47 e a primeira escola levar 10 em todos os quesitos que aconteceu em 1953 com o enredo Seis Datas Magnas e muitas outras curiosidades que só a Portela tem.

   Mas quando se fala de Portela, também se fala de desfiles memoráveis. Desfile que mesmo não sendo campeã, são inesquecíveis.

   Apesar de não ter vivido essa época de glórias, tenho guardados sambas de desfiles memoráveis como 79 com o enredo Incrível, Fantástico e Extraordinário, onde a escola também levou o estandarte de ouro de melhor escola e samba-enredo, mas ficou apenas em terceiro lugar.

“Incrível! Fantástico! Extraordinário!
O talento de um povo
Que mantém acesa a chama da tradição
O carioca tem um "quê"
Sabe amar e viver
Ao dançar no salão ou no cordão
Trabalha de janeiro a janeiro
Em fevereiro cai na delícia da folia.”

    Em 1995, com o vice campeonato, onde a escola perdeu por apenas meio ponto, mas sempre esta na memória do portelense e de muitos que falam até hoje que é a campeã do povo. A escola vem com o enredo Gosto que me Enrosco, mais uma vez a escola leva os estandartes de ouro como melhor escola e melhor samba-enredo.

“Bate o bumbo, lá vem Zé Pereira
E faz Madureira de novo sonhar
A Portela não é brincadeira
Sacode a poeira, faz o povo delirar."

   Em 1992 com o enredo com o enredo Todo azul que o azul tem, um desfile memorável que colocou o pavilhão azul e branco na quinta posição, que faz muito portelense lembrar desse desfile:

Quero a alegria de um azulão
Sobrevoando o lindo azul do mar
Dei bilhete azul para a tristeza
Amor vem comigo sambar
Oh! Estrela, soberana triunfal
Cor de pedra preciosa
Traz a nobreza para o carnaval.”

  E também não podemos esquecer 98 e 2009.

  Em 98, depois de ficar fora dos desfiles das campeãs, a Portela novamente voltar mostrar um desfile digno de portelense, com enredo Olhos da noite onde ganha o estandarte de Ouro de melhor samba enredo e fica em quarto lugar.

“A noite, se vestiu de Azul e branco
Abril seu manto, com encanto e poesia
Seus olhos, são a luz do luar
Que ilumina a passarela, para a "Portela" passar.”

  E em 2009 como 95 e 2008, faz um desfile belo e técnico, que depois do resultado, muitas escolas achavam que a escola merecia o título, mas sem dúvida aquele ano era do Salgueiro. A escola vem com o enredo E por falar de amor... Onde anda você?, chegou a ficar em segundo até o último quesito, mas no final termina em terceiro.

“Oh! Majestade do Samba
Meu orgulho maior é tua bandeira
Chegou minha Portela! Meu eterno amor
A luz de Oswaldo Cruz e Madureira.”

  Esses são apenas alguns dos desfiles memoráveis onde a escola fez uma bela apresentação, mas não levou o título. Agora vamos falar de alguns onde a escola terminou campeã.

  Começamos por 84 com o enredo Contos de Areia, empatada com a Mangueira, perde apenas na decisão de sábado, foi também o primeiro ano no sambódromo e a escola vem falando de seus baluartes e contando a sua própria história.

“Bahia é um encanto a mais
Visão de aquarela
E no ABC dos Orixás
Oranian é Paulo da Portela
Um mundo azul e branco
O deus negro fez nascer
Paulo Benjamim de Oliveira
Fez esse mundo crescer (okê, okê).”

   Em 1980, com o enredo Hoje tem marmelada. Cheguei a ouvir de algumas partes da escola, que o enredo veio devido ao ano interior, onde a escola fizera um excelente desfile, mas não se consagrou campeã, mas 80, com certeza foi um dos desfiles mais belos que ouço falar, onde a escola se sagra campeã depois de 10 anos, mas empatada com Imperatriz e Beija-Flor.

“E nesse reino encantado
A arte se faz aplaudir
Me embala na rede do tempo
Feliz sonhador
Sou criança e vou sorrir
Arranco do peito um aplauso
E num abraço venho homenagear
Hoje a alegria do palhaço
Na tristeza dá um laço
E faz minha escola cantar.”

  E no fim 1970, com o enredo Lendas e mistérios da Amazônia. Um desfile épico, com um dos sambas mais belos de todos os tempos, a escola se consagra como campeã e chegou também a ser reeditado em 2004 em homenagem aos 20 anos do sambódromo, mas a escola fica apenas em sétimo lugar.

“Nesta avenida colorida
A Portela faz seu carnaval
Lendas e mistérios da Amazônia
Cantamos neste samba original
Dizem que os astros se amaram
E não puderam se casar.”

  É quase impossível falar de uma história tão rica como a Portela. Uma escola de samba de desfiles memoráveis, sendo algumas que não citei que até hoje se houve na quadra. Sambas como Das maravilhas do mar, fez-se esplendor de uma noite de 1981, Macunaíma, herói de nossa gente de 1975 e Ilu Ayê de 1972, além de belas músicas escritas por compositores como Foi um Rio que passou em minha vida de Paulinho da Viola e Portela na Avenida de Clara Nunes.

  Falar de Portela é isso. É amor, dedicação, Religião, família. Nos momentos de glória, nos momentos mais difíceis como em 2005, onde o enredo Nós podemos, oito idéias para mudar o mundo, onde o nosso patrimônio, a velha guarda, não entrou no desfile, nos momentos de apreensão na hora de deixar nosso maior símbolo a águia, bonita para desfilar.

  Falar de Portela, é para chorar quando entra na avenida, é para pular de alegria a cada dez e sempre manter a sua história, seu patrimônio, seus desfiles, seus compositores e toda sua família portelense, pois falar de Portela, não tem como terminar...

sábado, 10 de setembro de 2011

Governo do Rio de Janeiro: Transporte e o descaso com a população



Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

  Uma tragédia anunciada: Bonde descarrila e mata 5 pessoas, agora 6 que faleceu na data de hoje. Esse acidente que houve em Santa Tereza, é apenas mais uma de tantos que acontecem dentro do Estado do Rio de Janeiro. Só que infelizmente agora teve óbitos.

     Qualquer que seja o motivo apontado pela perícia, é certo que o Estado do Rio de Janeiro, na pessoa de seu Governador Sérgio Cabral e, principalmente, na pessoa do Secretário de Transportes Júlio Lopes, omite-se de forma vil e dolosa há anos, tratando o sistema de bondes de Santa Teresa com descaso.

     Mais do que o abandono de um bem tombado, que, quando convém, tem a imagem utilizada para ilustrar interesses politiqueiros de divulgação da cidade, estamos diante de uma situação criminosa, na medida em que pessoas morrem ou sofrem lesões corporais de natureza grave, que certamente poderiam ser evitadas se o Governador e o Secretário cumprissem a decisão judicial que, há mais de 2 (dois) anos ordenou a recuperação integral do sistema de bondes, com a devolução dos 14 bondes tradicionais em perfeitas condições de operação.

  Mas os bondes são apenas, mas uma de muitas do governo Sergio Cabral, pois a população sofre diariamente com o descaso também nos trens, barcas e metrôs, que a cada dia, não se sabe se chegarão no horário em suas residências ou casas ou até mesmo não se sabe se chegará com vida.

  Primeiramente sempre digo contra essa quantidade exagerada de carros nas ruas, mas eles são o reflexo do descaso de décadas para com o transporte na Cidade Maravilhosa. Foco no Rio porque faz parte do meu cotidiano, mas é nítido que São Paulo e muitas capitais brasileiras sofrem do mesmo mal. Alguém acha mesmo que o sujeito prefere ficar duas horas no engarrafamento se tivesse um metrô abrangente, pontual e de boa qualidade? Ou se pudesse usar um trem limpo, pontual onde não levasse chibatadas de seguranças?

   Nos trens, o governo deu uma concessão de 20 anos a uma empresa privada, mas nada mudou desde aquela época onde havia surfistas de trem. Maioria das frotas dos trens são antigos, e muitos quase não tem reparo nenhum há tempos.

   Lembro em 2009, com a greve dos rodoviários, começamos a perceber o descaso com a população, onde os trens estavam superlotados, pois com a greve, a frota de trens eram bem menor, mas lembro  dos seguranças agredindo os passageiros como fossem apenas um gado, uma gentinha.


   Quando parece que é tudo mais problemas aparecem, em 2011, nos trens começaram aparecer problemas em cima de problemas, onde os trens da linha como Japeri e Saracuruna, que na parte da manhã, é superlotado, começaram a aparecer panes e paravam dentro dos trilhos no caminho de uma estação para outra e com isso, a nossa população, que sofre, desce do trens e vai andando nos trilhos para chegar na estação.

  Sem falar dos problemas em trens velhos, tiveram o disparato mais com a população, quando teve o show do Paul McCartney, com trens extras diretos para o Engenhão, todos de 8 vagões, com ar condicionado e de 20 e 20 minutos, sendo, um serviço especial para quem não anda de trem.

   Agora vem a grande questão, se foi possível fazer um "esquema especial" para atender a população para um show que acontece uma vez na vida, por que não manter o "esquema especial" para atender diariamente a população?

Isso demonstra que a solução existe, falta só a boa vontade.

  Adaptando a frase de Pero Vaz de Caminha: “Aqui é uma terra que, quando se quer, tudo é possível.”

  Apesar de atender muito mal o Povo do Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral renovou o contrato de concessão da Supervia que, por curiosidade, é cliente do escritório de advocacia de sua ex-esposa, Srª. Drª. Adriana Ancelmo Cabral.

  Agora o governo anunciou a vinda de novos trens e que até o fim de 2012, eu acho, todos os trens serão com ar condicionado e os trens velhos, aquele que a população anda diariamente serão todos trocados. Agora é esperar e crer para ver.

  Rio de Janeiro. Copa em 2014, olimpíadas em 2016, novas obras para o transporte, mas apenas um bairro se beneficiará com isso. A Barra da Tijuca, mas será mesmo.

   Só quem anda de Metrô sabe. O governo está investindo em uma nova linha, onde liga de Ipanema até a Barra, com passagens na Gávea, por exemplo, mas enquanto o governo cria-se novas linhas, as outras passam com os mesmos problemas.

  Com metrôs superlotados, a população vive o seu dia-dia. Trens pequenos, sem ar condicionado e só aumentado o numero de passageiros, mas nada muda apenas a passagem.

  No Rio de Janeiro, o metro tem duas linhas, onde liga de Pavuna até Ipanema, em uma linha, vai de Ipanema até a Praça Seans Penã e outra ia de Estácio até Pavuna, mas devido aos problemas e o numero de pessoas, resolveram criaruma nova estação e ampliar a linha, onde ligaria de Pavuna até Botafogo, mas isso resolveu? Não.

  O problema do metrô é a lotação, onde eles não conseguem resolver, a cada dia, a população sofre, tem no seu dia-dia a dificuldade em entrar em um dos vagões do trem, e todo dia vai dentro dele sem poder se mover, podendo gerar muitos problemas de saúde para eles, mas o metro há anos, pelo menos vejo investimentos para resolver essa solução, pois mesmo criando novos horários, novas estações, não adianta se não aumentar os trens, as plataformas, talvez assim poderia ter uma solução.

  Mesmo com o descaso, a empresa que controla o metro, em toda sua história, nunca havia sofrido multa por esses descasos, sendo que levou a primeira multa esse ano, depois de mais ou menos 20 anos.

  Este problema é frequente também em São Paulo, que devido aos horários de pico, encontramos a superlotação, mesmo com o metrô funcionando em sua mais alta precisão, ainda não é suficiente em algumas estações como a Sé no sentido Itaquera! O que quero dizer é que, não importa a capital que seja descrita, todas elas possuem problemas referentes aos transportes! O que falta como já descrito no texto, é a vontade política de se resolver esta questão! Não podemos nos esquecer que, incrivelmente, mesmo com condições sub humanas de se utilizar o transporte público, no inicio do ano, tivemos aumentos referente a utilização do serviço, oq ue nos deixa aidan mais indignados com o que vivemos diariamente! O que nos resta é continuar a cobrar ações que tragam soluções permanentes aos cidadãos que passam suas manhãs e tardes em situações estressantes e cansativas, de pé em trens, metro eônibus, até mesmo preso em engarrafamentos! Merecemos respeito e lutaremos por ele!

  Todos os engenheiros de tráfego e especialistas em trânsito são unânimes: o metrô, para ser eficiente, tem de ter, no máximo, um intervalo de 2,30 minutos. O resultado deste hiato de mais de 5 minutos todo mundo conhece. Vagões cheios a qualquer hora do dia, independentemente dos horários de pico, momentos em que os vagões, aí, ficam abarrotados. E, ironicamente, o Metrô do Rio conseguiu piorar depois de privatizado. Nos anos 80, os intervalos eram abaixo de 2,30 minutos. Hoje, o intervalo mais que dobrou. Só que a população do Grande Rio e o número de usuários do sistema de transporte também dobrou.

  Os trens, nem se fala. Quando o Engenhão foi idealizado ressaltaram sua praticidade pelo fato de a estação do Engenho de Dentro praticamente desembocar na porta do estádio. Pois bem, pegar o trem após uma partida com cerca de 20 mil presentes (que é menos da metade da capacidade do local) é uma aventura. Filas intermináveis, engarrafamento de gente nas passarelas e escadas de acesso à estação, confusão. Isso sem contar os vagões podres e abafados, os generosos e perigosos vãos entre a plataforma e o veículo e os enguiços freqüentes na linha férrea.

  E a autoridade pública o que faz se trata a pão de ló as concessionárias que os administram. Com todo o péssimo serviço e o achincalhe ao usuário, não se vê qualquer repressão por parte do Estado às concessionárias. Pelo contrário: as concessões do Metrô Rio, da SuperVia e das Barcas SA foram prorrogadas por mais de 25 anos cada. Para o governador, prefeito, deputados e vereadores tudo corre bem a bordo de seus confortáveis carros, helicópteros e jatinhos. Jamais devem ter pisado em um trem, metrô ou barca.

  Agora, se a população se revolta, logo uma figura da esfera pública se apressa em taxar as pessoas como vândalas. Esquecem do genial Bertolt Brecht: “Falam das águas violentas de um rio, mas se esquecem das margens que a oprimem.” E, assim, nos tornamos cariocas, brasileiros. Atrás do próximo bloco carnavalesco, com o samba atravessado em um vagão ou correndo atrás de um ônibus.

  Agora com o acidente do bondinho em Santa Tereza, vamos ver se agora a questão do transporte possa ser lembrada pelos nossos governantes, pois nesse acidente, vidas foram perdidas, por causa desse descaso, mas espero não ver daqui em diante, novos acidentes, com ou sem óbitos, em bondinhos, Trens, Metrôs e Barcas, pois a população merece respeito e não querem ser tratados como cachorros.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Revista Veja: Informação ou falso Jornalismo?


Texto de Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) & Fernando Colhardo (@futurosociologo)

   Em 2006, quando estava trabalhando como representante de assinaturas para Editora Abril, lembro que uma vez estava com uma stand em uma faculdade e fui abordar um professor para vender a assinatura da revista veja. Até então eu era leigo em suas reportagens, mas como vendedor, recebia um exemplar toda semana da revista e lia, como uma pessoa que lê revistas, mas ao abordar esse professor, ele me respondeu para começar a analisar a revista e me mostrou em formas de imagens algumas copias de capa de alguns exemplares, onde ele tinha dado a aula falando sobre a revista e citando que a revista veja, desde 2003 (isso em 2006) ataca o governo Lula, com criticas, denuncias e etc...

   Na semana seguinte, veio as eleições e Lula por pouco não ganha no primeiro turno, mas como a revista veja lança semanalmente todo sábado, e as eleições pelo país foram no domingo a capa da época era citando como seria o Brasil de Alckimin.


  A partir dali comecei a analisar e desprezar cada vez mais essa revista, pois eu via que eles na verdade não faziam jornalismo de verdade e a todo custo tentavam acabar com o governo atual, a benefício da elite rica e dos partidos como DEM e PSDB.

  Passa se 5 anos e venho analisar, cada semana as capas da revista veja e vendo capas pesadas contra o governo Lula, contra aqueles que tem ideologias de esquerda (até para o Chico Buarque sobrou) e claro, defendendo nomes já ultrapassados como Serra, Alckmim e agora com Aécio Neves, que foi até capa em 2010, dando seu apoio ao Serra no segundo turno. Agora, isso seria jornalismo de verdade ou bandidismo com atos inconstitucionais?

  Chega 2011, após a posse da nova presidente, Dilma Roussef, a revista começar a se especializar em derrubar ministros. Até esta data que o artigo foi escrito, foram derrubados 4 ministros, inclusive o braço direito dela, o ministro Palocci. Mesmo sendo verdade ou não, como a revista consegue todos esses dados?Até que então surge uma notícia de ultima hora, que a revista invadiu um quarto de hotel para implantar câmeras escondidas, onde um repórter está sendo acusado de tentar convencer a camareira a deixá-lo entrar no quarto de José Dirceu, fingindo se passar por um colega do ex-ministro que estaria hospedado no mesmo apartamento. Essa denúncia partiu da camareira e do chefe de segurança do hotel, e foi registrada num boletim de ocorrência do 5º distrito policial de Brasília.

  Para o deputado Emiliano José (PT/BA) afirma que o caso é extremamente grave e a sociedade brasileira deve reagir ao escândalo com a mesma indignação que os ingleses reagiram aos escândalos dos grampos do jornal News of the World, pertencente ao grupo do bilionário Rupert Murdoch, e que resultou na prisão dos responsáveis, além do fechamento do jornal, maculado de maneira irremediável pelo escândalo dos grampos que foram descobertos e atingiram desde políticos até vítimas de seqüestro. O chamado “Caso Murdoch” abalou a Inglaterra e trouxe à baila a discussão sobre os limites da imprensa na democracia.

  Com isso a revista passa de jornalismo para bandidismo, onde a todo custo tenta vender reportagens contra o PT e seu governo, pois chegar ao ponto de convencer um funcionário de um hotel para todo custo buscar reportagens. É possível que alguns leitores concordem com os métodos empregados pela revista e fiquem tão maravilhados, mesmo Sabendo- que o passado da Veja, entretanto, e das causas que abraça, não chega a surpreender esse tipo de jornalismo praticado pela revista. São muitos os entrevistados de Veja que se queixam de que suas declarações foram deturpadas, pelo mesmo método usado na televisão: a edição. Nesse caso, do texto. É só pinçar uma frase e juntá-la a outra, dita em contexto diferente, e você terá uma informação deformada, mentirosa. Por isso, quando se trata de Veja, os entrevistados mais experientes exigem que tudo que foi dito seja gravado.

Segundo a reportagem do Observatórioda imprensa:

  Analisando as imagens da Veja, percebe-se com facilidade se tratar de uma minicâmera para espionagem. Câmeras de segurança, por terem fonte de luz IV própria, não são instaladas próximas a anteparos de iluminação, pois o reflexo da luz branca atrapalha. As imagens divulgadas pela Veja identificam que a câmera usada para captá-las estava instalada junto ao anteparo de luz. Eles usam normalmente esse artifício para ocultar o equipamento, e ter uma fonte de luz e energia para ligar a câmera.

Perceba na imagem abaixo, os reflexos nas cabeças de José Dirceu e Fernando Pimentel que estão mais próximos a câmera, demonstrando que foi ocultada em um anteparo de luz.



 As provas que Veja produziu contra si mesma agravaram a sua situação. Agora, além de tentativa de invasão de domicílio e falsidade ideológica, existe a confissão de invasão de privacidade, não só de José Dirceu e os políticos mostrados, mas de todos os hóspedes desse andar e dos funcionários do hotel.

  Apesar da vergonhosa “operação abafa” (omertá tupiniquim) movida pelos principais veículos de comunicação, o que demonstra um corporativismo criminoso (se não for rabo preso por culpa no cartório), ainda restam aos atingidos, como o PT, acionar a Polícia Federal e o procurador geral da República por se tratar de um crime ainda mais grave quando atinge ministros de Estado e põe em risco o Estado democrático de direito.

  Cada vez mais fica complicado para o lado da revista de veja, e cada vez mais em suas reportagens fica claro que a revista usa formas criminosas para suas reportagens, que alem de ser uma revista, onde sua maioria é tucana e democratas, mostra que a cada semana, usa interesses próprios e esquece da democracia, onde quem sai lesado com esses tipos de reportagens um tanto criminosa, são os assinantes, leitores que com sua falsas matérias, infringe a constituição e o direito de reportagem verdadeira a todos os cidadãos brasileiros.

“Agora, foi José Dirceu. Amanhã, quem mais? Qualquer cidadão está exposto a isso. A Revista Veja acha-se no direito de agir como se não tivesse que prestar contas a ninguém. Como se estivesse inteiramente acima da Constituição e das leis do País. São necessárias providências enérgicas para punir esse comportamento, punir esses procedimentos, garantir que o Estado de Direito não seja desrespeitado como o foi neste caso. Trata-se até de resgatar o bom jornalismo. De levar os fatos a sério. De fazer coberturas jornalísticas sem a necessidade de utilizar-se de meios criminosos.” Emiliano José.

  O que esperar de um veículo de comunicação que age desta forma? Pois bem, em tudo que se trata de partidos de esquerda e de manifestações, fica evidente que a mídia de um modo geral, age da mesma forma, sempre expressa suas opiniões e forma negativa, ao ponto de, em alguns casos, criminalizar atos que em sua origem se reforça a luta por direitos sociais! Nota-se que este caso referente ao que foi feito ao José Dirceu, nos traz a seguinte questão: Quantas vezes isso não deve ter ocorrido, e quantas vezes mais isso pode ocorrer? O fato é que a credibilidade que a revista possui se torna cada vez mais ameaçada, perante a um jornalismo realizado de forma vil pelos repórteres deste veículo!
 

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