sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Vasco, 117 anos de conquistas e glórias


Sim, o Vasco está em crise, enfrentando mais uma chance de rebaixamento, que poderá ser a terceira em oito anos. Sim, o Vasco vive um momento político conturbado, gerando uma divisão entre aqueles que são prós e contras a gestão Eurico Miranda, mas uma coisa a instituição Vasco da Gama nunca deixará de ser o Gigante da Colina, que tem uma massa de 10 milhões de apaixonados.

A luta pelo rebaixamento é apenas de muitas lutas que o Vasco enfrenta. Clube fundado por um grupo de 63 rapazes, imigrantes portugueses e luso-descendentes, onde se reuniram em uma sala da Sociedade Dramática Filhos de Talma, localizado no bairro da Saúde, fundando o clube de remo Club de Regatas Vasco da Gama, quando eram comemorados os 400 anos da viagem do célebre almirante à Índia.
Em 1904, O Vasco elegeu o primeiro presidente não-branco da história dos clubes esportivos em atividade no Rio, sendo o oitavo presidente da história do clube. Numa época em que o racismo dominava o esporte, Cândido José de Araújo, um mulato que não dispensava a elegância de um cravo branco na lapela, fez uma gestão exemplar, apresentando o Vasco como um clube aberto e sem preconceitos.

O futebol só veio em 1913, com a criação do Lusitânia era um clube restritivo, que só aceitava portugueses como sócios, o que o impedia de ser incorporado à Liga Metropolitana de Sports Athléticos. O Vasco, por outro lado, aceitava tanto portugueses como brasileiros como sócios. Um acordo entre os clubes celebrado a 26 de novembro de 1915 levou à fusão dos dois, dando origem ao departamento de futebol do Vasco da Gama, mesmo contra alguns remadores, que não aceitavam a criação do departamento de futebol. O Vasco estreou a 3 de maio de 1916, na terceira divisão, perdendo por 10 a 1 contra o Paladino Foot-Ball Club.


O clube então incorporou em seu quadro, jogadores de origem étnica, com a condição que soubessem jogar futebol e em 1922, o Vasco conseguiu o primeiro título ao derrotar o Carioca por 8 a 3, ficando com a taça Constantino, garantindo a ida para a Primeira Divisão da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT). A campanha do clube foi excelente, com onze vitórias, dois empates e uma derrota, sagrando-se assim campeão do Campeonato Carioca de Futebol de 1923 no seu ano de estreia. O time vascaíno era composto por jogadores de várias origens, como negros, mulatos, portugueses e brancos pobres da classe operária, fazendo diferença a outros clubes como Fluminense, América e Flamengo, que não aceitavam ser derrotados por um time formado por negros e pobres e que nem estádio possuía e no ano seguinte deixaram a LMDT e funda a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA).

O Vasco permaneceu na LMDT, ao lado de clubes que não aceitaram as condições ou que não conseguiram cumpriram as exigências da AMEA (casos do Bonsucesso, Andarahy, Villa Isabel, Mackenzie), sendo campeão da Liga Metropolitana em 1924 e no ano seguinte, houve acordo entre o clube e a AMEA, costurado em boa parte por Carlito Rocha, futuro presidente do Botafogo. O Cruzmaltino manteve seus atletas. E o clube, com seus jogadores negros, mulatos e pobres, entraram para a história esportiva do país ao contribuir decisivamente para tornar o futebol um esporte realmente de todos os brasileiros.



Em 1927, em uma campanha de arrecadação permitiu que o sonho se tornasse realidade, com a construção de São Januário, que até 1941, com a inauguração do Pacaembu era o maior estádio do país.



Chegando à década de 40, o Vasco montou um timaço, conhecido como “Expresso da Vitória”, com Augusto, Eli, Lelé, Isaías, Jair, Danilo, Ipojucan, Fiaça, Ademir e entre outros. Com esse elenco, o time, o Vasco conquistou o Campeonato Sul-Americano de Campeões e foi a base da Seleção Brasileira na Copa de 1950.


Assim foram nas décadas seguintes, como na década de 70, o time foi campeão brasileiro em 1974 e alguns nomes que entraram para história do clube como Roberto Dinamite, Zanata, Alcir, Ademir, Jorginho Carvoeiro e entre outros. Na década de 80 outros nomes como Romário, Bebeto, Sorato, Acácio trouxe o bicampeonato brasileiro, em 1989 e nome como o do Cocada, campeão carioca em 1998, sobre o Flamengo.


Outros títulos vieram, o Brasileiro de 97 e 2000, a Libertadores, conquistada em seu centenário em 1998, a MERCOSUL em 2000, com uma das viradas históricas no futebol brasileiro, assim como a Copa do Brasil em 2011 e de grandes ídolos como Edmundo, Felipe, Pedrinho, Carlos Germano, Helton, Juninho Pernambucano e entre outros fazem do Vasco um clube gigante e mesmo com toda crise que vive no momento atual, a história que as adversidades virão, mas no final sempre dará a volta por cima.


Parabéns Vasco pelos 117 anos de existência e que sua grandeza seja eterna como toda sua história. 



Texto: Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)

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